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COMPORTAMENTO. Mídia escondeu ou evitou, mas Santa Maria teve segundo casamento gay masculno

Antônio e Rudimar mostram com orgulho a certidão de casamento, na saída do cartório
Antônio e Rudimar mostram com orgulho a certidão de casamento, na saída do cartório

ATUALIZADO, PARA CORREÇÃO E ACRÉSCIMO, ÀS 22H50

Chegou ao conhecimento do editor, via Feicebuqui, de fonte pra lá de confiável, que este não foi o primeiro casamento em cartório de noivos homens. Houve outro em 2004, tendo como um dos nubentes Nei D’Ogum. O outro seria Ricardo. Vale o registro, inclusive porque raro. Ah, e naquela ocasião, a união teve destaque (merecido) no Diário de Santa Maria. Por conta disso, e da qualidade da fonte, o título desta nota também foi refeito.

Houve, segundo apurou o editor, junto a um dos padrinhos do evento do último sábado, o advogado Sérgio Blattes, outros dois casamentos anteriores. Mas ambos envolvendo relações homoafetivas femininas. Masculino foi o primeiro. Na verdade, o segundo (confira atualização acima).

O jornal A Razão fez a cobertura. Mas a publicou, por opção editorial, numa página interna, e sem chamada de capa. O Diário de Santa Maria sequer publicou. Quem sabe porque não sabia. O fato é que não houve destaque para um acontecimento que, ninguém duvida, é histórico: o segundo casamento gay masculino em Santa Maria. Foi no sábado, no Cartório de Registro Civil localizado na rua Benjamim Constante.

Para saber mais, acompanhe o material publicado originalmente em A Razão. A reportagem é de Joyce Noronha, com foto de Juliano Mendes. A seguir:

Amor de todas as formas – Na presença de amigos e familiares, o casal Antonio e Rudimar efetuou o registro de matrimônio em cartório

Uma união homoafetiva foi realizada em cartório no sábado de manhã, em Santa Maria, O casal Antonio Regis Padilha Grilo, 51 anos, e Rudimar dos Santos Lucas, 19 anos, realizaram o registro de matrimônio em solenidade com a presença de familiares e amigos. Eles estão juntos há três anos e a iniciativa do casamento partiu dos dois e Antonio explica que “amor não escolhe credo, não escolhe cor, não escolhe nada. É um sentimento puro, e se é puro é de Deus”.

Rudimar adotou ao sobrenome do marido e a partir de agora assina como Rudimar dos Santos Lucas Padilha Grilo. “É um direito que é meu e utilizei dele”, explica o rapaz.

Durante a cerimônia, o juiz precisou pensar um pouco para realizar a tarefa que para ele é muito comum. O momento de declarar a união dos noivos, um pequeno espaço em silêncio surgiu na frase que foi encerrada de outra maneira. “Vos declaro… Casados”, concluiu o juiz. Na saída os convidados fizeram a tradicional chuva de arroz, desejando felicidade ao casal.”

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5 Comentários

  1. São celebrações do amor,entre parceiros e milenares. As legislações foram feitas de acordo com épocas, momentos políticos, interesses eclesiais que determinam normas coercitivas e de acordo com seus interesses, com o objetivo de manter a população obediente a revelia de uma vontade superior. Atualmente estão mudando os registros de nascimento: pai – mãe, por filiação. Existe gêneros gramaticais masculino e feminino como outros … mas pessoa masculina e feminina é uma convenção preconceituosa. Esse espanto todo mostra quão estamos atrasados e perdendo tempo com coisinhas de somenos. Acho a corrupção imoral e antiética, igualmente a fome. O preconceito contra a opção sexual fere um dos princípios da Constituição: a LIBERDADE. Igual crime é o MACHISMO.

  2. Adendo ao comentário.
    No caso da reportagem do casal feminino, por ocasião do Dia dos Namorados (não lembro o ano), elas também ganharam foto de capa.
    Não repara dois erros de português que cometi na pressa de enviar este comentário.
    Um grande abraço e o respeito deste profissional ao teu trabalho.

  3. Caro Claudemir
    Para fazer justiça, há um engano nas informações. Primeiro, fomos avisados desse último casamento no final da tarde de sexta-feira. E como bem sabes, já fostes editor, a este horário todas as pautas e coberturas do final de semana já estão definidas. Mesmo assim, fomos ao Cartório. Como bem dissestes, como não foi o primeiro caso, recebeu o destaque merecido. Quanto ao Nei D´Ogum, A Razão foi o primeiro jornal a publicar decisão do TJRS sobre o assunto. Quando o casamento ocorreu, inclusive com direito a festa, não fizemos a cobertura porque não fomos avisados. Era um caso pioneiro. No entanto, produzimos duas reportagens, em anos distintos, por ocasião do Dia dos Namorados, mostrando relações homoafetivas. A primeira, com foto de capa, foi do casal Nei e Ricardo. O segundo foi de um casal de mulheres. No ano passado, registramos, com direito a foto de capa, o enlace de um cabeleireiro de Santa Maria. Era um caso singular tb, creio que o primeiro depois do casamento do Nei.
    Então, para ficar claro, não escondemos nada.
    Um abraço!

  4. Bom dia!
    Não podemos afirmar que foram somente dois enlaces realizados através de contratos civis de celebração de união estável realizados na comuna. A divulgação pela mídia já não deveria ser mais uma novidade “sensacional’. O caso de 2004, foi publicado pelo jornal Diário de Santa Maria, onde noticiava a “batalha” que tiveram que enfrentar o casal de mesmo sexo para concretizar a união estável. Um determinado cartório da nossa cidade não queria aceitar tal união, através de contrato civil. O casal sabia que havia determinação expressa do Tribunal de Justiça do RS a todos os cartórios no sentido de acatar tal provimento. Com isso, eles utilizaram o serviço de ouvidoria do TJ/RS, que por sua vez acionou a Corregedoria do Tribunal. A partir da coercividade imposta pelo tribunal, o cartório local foi obrigado aceitar o contrato de união estável.

  5. Tenho uma dúvida: me parece que “casamento gay” não existe na legislação brasileira. O que existe é uma orientação do CNJ para que os cartórios celebrem a “união estável entre pessoas do mesmo sexo”. Falar em casamento é “torcida” da mídia.

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