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LUNETA ELETRÔNICA. Vergonha, IPE e a Prefeitura, SM do coração, Biblioteca, Pozzobom, CUT, adoção…

* Perguntinha claudemiriana: ninguém está envergonhado, no curso de Jornalismo da UFSM, pela nota 1 no Enade – por conta de boicote dos alunos?

* Pois, embora isso possa não ter nenhuma importância para quem está lá, hoje, este editor, orgulhoso egresso do curso, quando este tinha infintamente menores condições para heroicos professores e alunos, está envergonhado. Ponto.

* Por acordo de líderes partidários, uma sessão extraordinária da Câmara aprovou, na tarde passada, dois projetos de lei.

* Num deles, do interesse do Legislativo, foi criado o cargo de Contador, que merecerá concurso específico, pois se trata de função efetiva.

* Noutro, foi autorizada a prefeitura a firmar contrato com o Instituto de Previdência do Estado, para atendimento de saúde aos servidores municipais.

* Atenção, isso significa apenas que, agora, há lei permitindo o contrato. A existência dele, no entanto, deverá exigir negociações. Inclusive porque não se tem garantia que o IPE queira, meeesmo, acordar com a prefeitura.

* Outro destaque da sessão desta terça foi a homenagem feita, através de Espediente Nobre, aos 75 anos da Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide.

* A autora do requerimento, Sandra Rebelato, exaltou a instituição que, por sinal, orgulha Santa Maria, atendendo leitores de todas as faixas etárias, e possuindo um acervo de 47 mil obras.

* Se você desejar saber mais do que ocorreu na sessão da tarde, pode conferir no material produzido pela assessoria de imprensa do Legislativo (AQUI)

* Na entrevista da tarde passada, além de dar conta das novidades no Portal da Transparência e na informatização na Educação e na Saúde (como você lê em notas logo a seguir), o prefeito Cezar Schirmer apresentou a nova campanha institucional da Prefeitura

* O slogan, que você deverá conferir na mídia, é “quando Santa Maria põe o coração em algo todos podemos acreditar”.

* O objetivo, disse Schirmer, é aumentar a autoestima da população e divulgar aspectos positivos do município. “Vamos distribuir 30 mil adesivos para a população santa-mariense”, contou o prefeito.

Pozzobom relatou o projeto que cria 22 vagas para profissionais no TCE (Foto Divulgação)
Pozzobom relatou o projeto que cria 22 vagas para profissionais no TCE (Foto Divulgação)

* Foi aprovado na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, nesta terça, relatório do deputado Jorge Pozzobom a Projeto do Tribunal de Contas do Estado.

* Pela proposta, que terá de ser chancelada pelo plenário do Legislativo, são criadas, no quadro efetivo do TCE, 19 vagas de engenheiros civis e três de técnicos em processamento de dados.

*  Em recente reunião com o presidente do órgão, Cezar Miola, Pozzobom recebeu do órgão documentos que demonstram a necessidade da contratação destes profissionais.

* Isso se deveria à crescente demanda de trabalho e em face da defasagem do quadro de funcionários no setor. O parecer do parlamentar foi aprovado de forma unânime.

* Na quinta-feira, às 7 da noite, na sede do Sindicato da Alimentação, será empossada a nova direção regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

* Entre os empossados estarão os quatro coordenadores gerais: Geral:  Eloiz Guimarães Cristino ( ASSUFSM); José Antônio Bassi (Sindiserf/RS), Sandra Terezinha Severo Régio (CPERS) e Luiz Mário (Metalúrgicos).

* Nesta quarta, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado vota substitutivo de Eduardo Braga (PMDB-AM) à PEC do Orçamento Impositivo, já aprovada na Câmara.

* A proposta de Braga altera o texto para destinar à saúde metade do valor das emendas, como defende a presidente Dilma, e fixa o percentual mínimo para ser investido em saúde em 15% da receita corrente líquida da União.

* A Câmara de Vereadores de Santa Maria realiza, nesta quarta, a partir da 1 e meia da tarde, mesa redonda intitulada “Adoção: laços do coração”.

* A promoção é da Comissão Permanente de Políticas Públicas e Assuntos Regionais e entre os convidados estão, entre outros, a assistente social Kellen Oliveira e a psicóloga Tais Teixeira, ambas especialistas em Crianças e Adolescentes em Situação de Risco.

* A mediação do debate – que integra a programação da Semana Municipal da Criança, será realizada por Vitor Hugo do Amaral Ferreira, procurador jurídico da Câmara.

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2 Comentários

  1. Sou, eu também, egresso do Jornalismo da UFSM e acredito ser um dos raros, senão o único, que não vê nisso nenhum tipo de problema. O meu pensamento postei em comentário de professor do curso, meu colega de faculdade e de algumas questões cotidianas, mas todos os comentários foram deletados e meu nome retirado na lista de contatos. Mesmo assim o guardo em boa memória, e não será o corporativismo e a acomodação e tranquilidade geral que afeta muitos docentes das nossas universidades públicas capaz de me calar – que os bons sejam sempre lembrados! Mas vamos ao que interessa, meu caro Claudemir.
    O exame nacional de cursos, Enade, é uma excrescência de uma invenção do ministro da Educação do FHC, Paulo Renato Souza, que já partiu dessa e sabe-se lá por onde anda. De triste memória o ministro, pois foi na sua gestão que o curso de direito da UFSM quase foi fechado “por falta de estrutura e de infraestrutura”. Mas qual é a utilidade do Enade? A rigor, isso: ser notícia de jornal e arrancar dos professores, coordenadores e instituições “atingidos pelo boicote dos alunos” chamá-los “traíras, traidores, péssimos futuros profissionais, pessoas que abalam a estrutura das instituições” e alguns outros, todos similares, e com o mesmo tom de indignação.
    O Enade serve também para camuflar instituições definitivamente precárias e que obtém notas baixas mesmo com participação de alunos mas que vão arrancar de seus gestores também o título de “traíras”. E serve igualmente para arrancar sorrisos dos estudantes que não se alinharam aos traidores. Por duas vezes estive nessa lista: nota acima de 4 em Publicidade em 2005, pouco abaixo disso em Jornalismo no mesmo e 3,8 nesse mesmo curso em 2009. O que mudou? Nem a precariedade dos laboratórios e salas de aula mereceram uma dedicatória. Mais: em 2009 houve a formação de um grupo de resolução de prova: juntaram-se os participantes e resolveram as questões em grupo. O fiscal considerou muito válido o gesto.
    O que realmente mede o Enade é a capacidade de professores e coordenadores para mobilizar seus pupilos e comprometê-los com as provas. Nada prova sobre conhecimento ou falta dele, e na área de Comunicação Social ainda existem alunos de Relações Públicas fazendo prova de Jornalismo ou Publicidade ou qualquer outra mistura envolvendo as três áreas. Pedagogicamente não contribui em absolutamente nada, além de romper com a normalidade por impor uma condição de estresse entre uns e outros. O melhor a fazer com o Enade é simplesmente acabar com essa palhaçada e investir em coisas digamos mais produtivas.
    Entre as “coisas produtivas” não se inscrevem as comissões de avaliação de cursos. Formadas por dois ou três professores, ficam por dois ou no máximo três dias em uma instituição, ocupados em conversar com estudantes e professores, analisando papéis, sempre com o promessa de que vieram “para contribuir”. Aos examinados cabe, nos preparativos, consertar aqueles diários de classe, criar atas de reuniões e catar quem as possa assinar e por aí adianta. Se tornaram uma forma de turismo muito bem remunerado e que em nada contribuem. Exemplo? Há um ano e meio pedi demissão por entender que eu havia esgotado minhas possibilidades e não estava querendo ser cúmplice de um curso que fornece três diplomas em 4 anos, um tecnólogo e dois bacharelados. O nosso MEC aprovou, e as comissões foram incapazes de se dispor contra o projeto, mesmo conhecendo em sua totalidade.
    Merece crédito o amaldiçoado Enem, prova unificada para ingresso no ensino superior. Diante dos milhões de estudantes que participam do processo os erros registrados são compreensíveis, embora não desejáveis por superáveis que podem ser. É, espero, caminho para a universalização do acesso ao ensino superior, como ocorre nos vizinhos Uruguai e Argentina. Crédito também para a ampliação da oferta de vagas no ensino técnico e superior, políticas que deveriam exigir dos docentes do sistema um pouco mais de cuidado: a ampliação da rede pública, mesmo com todos os seus defeitos, é fruto do desejo de um governo, e contraditoriamente os docentes têm ojeriza a esse governo e sequer reconhecem os avanços registrados. Creio que, gostando ou não desse governo, essa ampliação deve ser considerada um marco na educação brasileira até para preservar o que foi feito e garantir a sua continuidade.
    Por último, as formas de contratação de docentes pelas universidades federais. Em maio último, participei de um processo no campus São Borja da Unipampa. Fui reprovado na prova escrita num processo interessante: o candidato escreve a prova, retorna duas ou três horas depois, lê o que escreveu, e a partir dessa leitura o integrante emite uma nota que eu qualifico como sentença. Se o candidato não ficar satisfeito com a sentença, terá 24 horas para apresentar recurso. A questão é que a sentença é quantitativa e não qualitativa. Algo como o cidadão receber voz de prisão sem saber por quê. O concurso foi suspenso foi denúncias de uma servidora relatando constrangimentos de bastidores em defesa de uma candidatura. Deve ser anulado e eu estou na luta. Sei do que faço e sei o lugar que ocupo. Sei cada vez mais da solidão da minha luta e do repúdio que recebo por minhas manifestações. Defendo o ensino público, gratuito e universalizado e entendo que os homens passam, mas as instituições ficam. Essas me interessam muito mais.

  2. O PSOL deve estar bem contente com o boicote ideologizado do curso de jornalismo ao Enade. Vamos aguardar a nota que a gestão Burmann vai merecer da comunidade universitária, incluindo os militantes, partidários, sindicalistas, simpatizantes e afins.

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