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NÃO É INCRÍVEL?! O prédio do Museu Gama d’Eça, que existe há 28 anos, não era da UFSM. Agora é!

O editor tem sérias dúvidas se alguém, fora do âmbito do poder universitário, tinha ideia disso. Isto é, que o prédio do Museu Gama d’Eça não pertencia à UFSM. Pois é, não pertencia. E nem era da Prefeitura, que ocupou o local até o início dos anos 80, antes da construção do Centro Administrativo.

Pois bem, agora, o prédio que, por sinal, está completando 100 anos e foi projetado pelo arquiteto Theo Wiederspahn para se tornar a residência do médico (e ex-intendente, na primeira metade do século passado) Astrogildo de Azevedo, é da UFSM. Mais exatamente desde 17 deste mês, quando portaria foi publicada no Diário Oficial da União.

Quem conta essa história, por sinal bastante interessante, é o repórter Luiz Roese, em reportagem que o jornal A Razão está publicando na sua edição desta quinta-feira. Acompanhe:

Após quase 30 anos, prédio do Museu Gama d’Eça é da UFSM

Em funcionamento desde 1985 na casa que já foi do intendente de Santa Maria e médico Astrogildo de Azevedo, fundador do Hospital de Caridade, na Rua do Acampamento, 81, o prédio do Museu Educativo Gama d’Eça, finalmente, pertence à Universidade Federal da Santa Maria (UFSM). A portaria, oficializando o ato, foi publicada no Diário Oficial da União do dia 17 de outubro.

Avisada por A Razão, a diretora do museu, Maria Izabel Mariano da Rocha, comemorou muito a notícia. “Que maravilha! É uma luta de quase 30 anos, da Mariazinha (Maria Zulmira Dias Mariano da Rocha, ex-diretora da instituição, esposa do fundador da UFSM, José Mariano da Rocha Filho, e mãe de Maria Izabel) e minha”, diz Maria Izabel.

Há cerca de dois anos, o imóvel passou para a União. Agora, com a posse da UFSM, será possível retomar alguns planos antigos para o local, com criar um café nos jardins localizados nos fundos dos museus. Ontem à tarde, o vice-reitor da UFSM, Dalvan Reinert, e o pró-reitor adjunto de Administração, Antonio Sergio Freitas Farias, assinaram em Porto Alegre, na Delegacia de Patrimônio da União, o documento que dá a posse do imóvel do Gama D’Eça à universidade. Agora, bastará ir até o Cartório do Registro de Imóveis para a posse ser definitiva da UFSM, bastando que o prédio seja usado da mesma forma daqui para a frente: como sede de um museu educativo.

“Outros imóveis que não são da UFSM devem passar para a universidade em breve. O pessoal da Pró-Reitoria de Administração está revisando toda uma papelada antiga para isso”, revela o vice-reitor.  Para se ter uma ideia do quanto era esperada a posse do prédio do Gama D’Eça, as negociações da universidade para a aquisição do imóvel começaram ainda em 1964.    

O Museu Educativo Gama d’Eça foi criado em 23 de julho de 1968, por José Mariano da Rocha Filho. Ele tinha como sede provisória a sala 5.106, no térreo do prédio do então Centro de Ciências Pedagógicas (atual Centro de Educação), no campus. A primeira diretora do Museu foi a professora Teresinha Paviane, que foi transferida com o marido para Brasília. A segunda foi Maria Zulmira Dias Mariano da Rocha, professora do curso de geografia da UFSM e mulher do fundador da UFSM. Ela ficou no comando do órgão até setembro de 1988.

O Gama D’Eça nasceu planejado, junto com a UFSM. Na planta original da Cidade Universitária, encontra-se o espaço destinado aos Museus História e Arte (Educativo) e de Ciências, entre o prédio da Administração Central e o Planetário.

Em 1981, o Museu Victor Bersani, da SUCV (Sociedade União dos Caixeiros Viajantes), foi anexado ao Gama d’Eça. Foram mais de 3.500 peças doadas, a maioria da área de história. Como o Museu Educativo não tinha espaço físico para receber a doação, o Victor Bersani ficou ocupando as mesmas instalações onde já funcionava.

Com isso, os museus ficaram em locais separados, um no Campus e outro na sede da SUCV, até que o reitor Armando Vallandro conseguiu unir os dois no prédio da Rua do Acampamento, com inauguração em 7 de dezembro de 1985. E ali eles ficaram até hoje.

O prédio do Museu sofreu duas reformas: a primeira de 1984 a 1985, quando foi inaugurado, e a segunda, de 1997 a 1998. Mais adiante, foram também reformados os dois anexos, quase rentes à casa. O primeiro abriga a carruagem do Conde de Porto Alegre, Manoel Marques de Souza III, e um auditório, enquanto o segundo guarda parte do acervo.

No Gama d’Eça, que tem um acervo com mais de 13 mil peças, são realizadas visitas mediadas, cursos, oficinas e palestras, e há o atendimento especial aos grupos escolares e as exposições itinerantes. Todas são atividades que revelam a preocupação do Museu em educar, o que já está claro no seu nome. Só em 2012, o Gama D’Eça recebeu 46 escolas e mais de 8,7 mil visitantes.

O Museu também desenvolve pesquisas. O símbolo do museu é o rincossauro, porque, por meio desse réptil – cuja ossada foi encontrada pela primeira vez em Santa Maria, em 1902 -, o paleontólogo inglês Arthur Smith Woodward determinou a idade da Formação Santa Maria como datada da Era Mesozóica, período Triássico Superior (aproximadamente 220 milhões de anos). A denominação Scaphonyx fischeri foi dada em homenagem ao santa-mariense Jango Fischer, que encontrou a ossada. O museu foi nomeado em homenagem a José Maria da Gama Lobo d’Eça, o Barão de Saicã.

A história do imóvel de 100 anos – Para estabelecer seu consultório médico e a residência, o médico Astrogildo de Azevedo contratou o arquiteto Theo Wiederspahn, para elaborar o projeto do imóvel. A edificação eclética é datada de 1913. Neste ano, ela completa 100 anos.  De 1964 e 1984, a edificação sediou a prefeitura de Santa Maria.

A pintura interna (paredes e teto) artística foi executada por Vunderleen, de quem não se tem maiores informações. A porta da entrada principal, no acesso pela Rua do Acampamento, foi esculpida por Antonio Marques de Carvalho, professor de desenho, modelagem e pintura das escolas de Santa Maria na época.  

Atualmente, o Palacete tem dois pavimentos: térreo (hall de entrada e portaria, Sala do Fundador, duas Salas da UFSM, Sala de Exposição Temporária, Sala de Instrumentos e Máquinas, Sala de Arqueologia, Sala de Numismática, Secretaria, Direção, Sala Gama d’Eça) e primeiro piso (duas salas de Zoologia, duas Salas de Paleontologia, Sala de Armaria, Biblioteca com atendimento ao público e Reserva Técnica).

No pátio, encontram-se mais três salas: Reserva Técnica II, sala da carruagem do Conde de Porto Alegre e um auditório. No jardim, há duas piscinas, que foram as primeiras do centro de Santa Maria. Uma era para adultos e outra, para crianças. Chama a atenção também os jardins em formato de naipes de cartas. É um recanto em pleno Centro de Santa Maria, com direito a muito aprendizado e história.”

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