Imigrantes tecnológicos – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira
Imigração é assunto que permeia uma diversidade de questões. Já ouvimos falar nos imigrantes japoneses, italianos, judeus. As migrações humanas tiveram lugar em todos os tempos e numa variedade de circunstâncias, encontrando espaço nos estudos da etnologia, da história, da política, da antropologia e da economia.
Com a habilidade de falar de forma séria, sem perder o bom humor. Enquanto tirava alguns risos da plateia no auditório do Curso de Direito da PUC/RS, a professora Angelica Carlini esboçou o termo imigrantes tecnológicos. O tema da sua fala era superendividamento do consumidor, e não se relacionava de forma direta às novas tecnologias, mas no entremeio dos seus ditos, encontrei a motivação para o tema de hoje.
Fiquei a imaginar uma terra e indivíduos em telefones discados, presos à parede por um fio; televisões com tubos de imagens gigantes, nada de touch screen, tampouco telas de plasma, display de cristal líquido, WiFi. Uma outra época, outro tempo, diferente ao mundo dos nativos digitais.
Estes sim, locados em seu tempo e espaço, os nativos digitais promovem a evolução da tecnologia, desconhecendo outros tempos em que as pessoas não faziam parte de redes sociais, nem se limitavam ao número de caracteres para um comentário (Desculpa! Para não dar ar de imigrante tecnológico, um post). Já falamos em tempos remotos quando se refere à finada rede social Orkut. Ah! Eis um outro mérito dos nativos digitais, o mundo deles é muito mais rápido interligado por uma infinidade de links; um espaço de felicidade em que todos são bonitos, postam suas conquistas, fotografam a si mesmo. Para tanto, basta um celular, em frente ao espelho melhor, e ao postar a foto se vier acompanhada da legenda partiu, (feito!) temos então um roteiro completo.
Entre o início e término deste texto, certamente, outros programas e aplicativos já nos farão obsoletos, já será necessária uma outra migração e novamente uma nova leva de imigrantes tecnológicos correrá atrás do mundo dos nativos digitais.
Vitor Hugo do Amaral Ferreira
facebook/vitorhugoaf
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