OLHAR DE FORA. A grande mídia do País e a tragédia da Kiss, o “incêndio mais mortal da história do Brasil”
O professor e escritor Eduardo Montesanti Goldoni é colunista do Observatório da Imprensa, o mais respeitado portal brasileiro de análise da mídia. Goldoni é autor, entre outras obras, do livro “Mentiras e Crimes da Guerra ao Terror – E o jornalismo brasileiro manchado de sangue”.
Pois bem, se trata também de alguém que tem avaliado a cobertura midiática da tragédia de 27 de janeiro desde a primeira hora, sobretudo no “OI”. E é dele, pensa este editor, a mais profunda avaliação do modo como se comportou e se comporta a mídia nacional acerca do episódio em que morreram 242 jovens e outros 600 sobreviveram, embora feridos e, não poucos, com sequelas.
É um texto longo. Mas quase definitivo (pensa esse editor) acerca do comportamento da midiona acerca desse fato que ninguém jamais esquecerá, por gerações e gerações. Ninguém precisa concordar, claro. Mas vale, meeesmo, a leitora. Segue um trecho e, lá embaixo, o linque para a íntegra. Ah, a foto é do arquivo do sítio. Acompanhe:
”Comoção local e indiferença nacional…
…Tragédia em Santa Maria, incêndio mais mortal da história do Brasil. Longos nove meses se passaram desde então, por outro lado muito curtos diante de tanto infortúnio para uma sociedade só: meses de completo esquecimento midiático, político e social além dos arquivamentos jurídicos, que não responsabilizam os criminosos. Ingredientes macabros à brasileira, tão trágicos quanto o fogaréu e as vidas queimadas e asfixiadas em si.
O Brasil não “parou” à época no sentido mais profundo, solidário, mobilizador do termo – com exceção dos índices de Ibope que representavam a inócua paralisação frente às telas de TV. A desgraça alheia é famosa por, não raras vezes, servir como anestesista das próprias, a diversas massas.
Quando, algumas vezes essas massas se dão conta ainda que momentaneamente de que nem só de pipoca, telenovela como o real e real como telenovela vive o homem – geralmente porque a tragédia bateu à própria porta –, torna-se efêmero, facilmente manipulado todo e qualquer ativismo. O exercício da cidadania é algo a ser construído na vida cotidiana.
Estava claro, desde os primeiros momentos em 27 de janeiro de 2013 se desenhava perante todo aquele jogo político, empresarial, midiático, social: a partir de Santa Maria, repetir-se-ia mais um tragicamente impune capítulo na história deste país.
Enquanto setores empresariais e políticos à época, amparados fielmente pela mídia, tentaram – com sucesso – inculcar que o incêndio na Boate Kiss não passara de mera fatalidade e não problema estrutural deste país, como realmente foi, fica cada vez mais evidente, inversamente proporcional ao total descaso nacional, que se tratou de retrato perfeito do Brasil no que diz respeito à tragédia em si além das implicações de corrupção política e empresarial, do sensacionalismo e posterior esquecimento midiático, da indiferença societária e da impunidade advinda de…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
@Abestado
Muito bla,bla,bla..a prefeitura fecha a justiça abre e outras inverdades.
A prefeitura tem a condenação da OMISSÃO, falta de Atitude….O resto todos sabemos o que aconteceu…Outra email ,não pode ser, enorme e sem conteúdo..
A mídia se beneficiou dessa tragédia, vendeu muito jornal e ajudou a iludir as famílias das vítimas com mentiras deslavadas.Uma das maiores investigações ocorridas na história do país e não conseguiram incriminar simples servidores pé de chinelo. Os promotores são servidores do estado ( subordinados ao governador) e mesmo assim não indicaram servidores municipais.Ou os pé de chinelos são super poderosos ou são inocentes, fico com a segunda hipótese.Pra quem sente a dor dessa tragédia de forma direta, entende-se. Mas pra quem faz política partidária e opina malevolamente e sem fundamento sobre culpados e criminosos impunes, fala besteira e nem sabe o que esta falando. A mídia ataca os servidores municipais de forma covarde durante esses nove meses.Ai, vem um jornalista desses sem fundamento algum e diz que há impunidade, palavras para agradar os leigos. A polícia sabe que os servidores não são corruptos, e que a falha envolvida nessa tragédia por parte da prefeitura é na estrutura das leis e não na execução. Falhas administrativas para configurarem crimes ou improbidade devem ser motivadas por má intenção em realizá-las e obtenção de vantagem ilícita. Isso não houve, quem diz isso são os relatórios da própria polícia e do MP, mas isso não vende jornal, o que vende é acusar alguém a qualquer preço. Os servidores também são vítimas e sobreviventes dessa tragédia. Muito antes da tragédia são inúmeros os exemplos de casos em que a prefeitura tentou fechar estabelecimentos e a justiça abriu, inclusive um comerciante em certa oportunidade colocou uma faixa em seu estabelecimento q foi fechado pela fiscalização, ” prefeitura fecha e justiça abre “. No pós tragédia não mudou muito, prefeitura tentou fechar um evento sem licença e justiça garantiu o funcionamento. Qualquer ação da fiscalização nas vias públicas, no cumprimento da lei, sempre é alvo da fúria da população.Respeito aqueles q sentem a dor da tragédia e por perder seus familiares. Aos outros revoltados, na minha opinião, um bando de hipócritas e oportunistas ….enquanto a imprensa não for realmente imparcial não merece o devido respeito, pois em vez de esclarecer a população, confundem com a nítida intenção de vender o seu produto …
Andreia Fontana, editora-chefe do Diário de Santa Maria, escreveu editorial no sábado retrasado, 26/10:
“Muitos empresários nos procuram para pedir que deixemos de lado essa cobertura [desdobramentos da tragédia], num entendimento de que noticiar o assunto enluta a cidade, o que [pasmem!] é ruim para o seu desenvolvimento”.
Mastigam bem e comam desta massinha, SITUCIONISTAS de Plantão.
Perfeito e comovente. Bem lembrado pelo @OARANHANEGRA que esta manifestação não vem das “ovelhas da oposição”.
@Vivente/Estela
“9 meses de completo esquecimento midiático, político e social além dos arquivamentos jurídicos, que não responsabilizam os criminosos. Ingredientes macabros à brasileira, tão trágicos quanto o fogaréu e as vidas queimadas e asfixiadas em si.”
Eduardo Nontesanti Goldoni.
Pelo que sabe-se, não são das ovelhas da oposição, as colocações.