Adesão da UFSM ao Reuni: a batalha não contada – por Carlos Costabeber
Lá em 2003 o Governo Federal decidiu criar um audacioso plano para aprimorar e ampliar o ensino superior no pais. A discussão tomou corpo, e em pouco tempo foi lançado o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Brasileiras. Nascia o famoso REUNI!
Mas, fora dos muros da UFSM, ninguém na comunidade tinha ideia do que era esse programa, assim como ocorreu agora, antes da adesão do Hospital Universitário à EBDERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
A discussão dentro da UFSM deve ter levado um bom tempo, pois “só no final do segundo tempo”, isso é, dezembro de 2007, foi aprovada a adesão pelo Conselho Universitário.
Só que, a exemplo do ocorrido agora com a EBSERH, a Reitoria também sofreu uma pressão muito forte. E o Reitor na época, Prof. Clóvis Lima, não conseguia fazer andar a discussão, e muito menos aprovar o tema no Conselho Universitário. Enquanto isso, 40 universidades federais já haviam entrado no Reuni.
Alguma coisa estava errada!
Foi quando a imprensa local começou a dar espaço para essa matéria, mostrando a preocupação da Reitoria, assim como a posição dos contrários. Afinal, havia a promessa de uma rápida expansão, com a criação de:
* 5.741 vagas de graduação em 5 anos, a maioria delas para cursos noturnos;
* 4.210 vagas de pós-graduação; e,
* 17 novos cursos de graduação;
* além da contratação de 292 novos professores e 350 técnicos administrativos, e
* a construção de novos prédios e ampliação dos espaços fisicos e aquisição de equipamentos.
Mesmo com toda essa gigantesca promessa de investimentos públicos em educação, a UFSM perdia tempo precioso em discussões internas.
Depois de estudar o assunto, e ver que estava se cometendo um crime contra a juventude e contra a nossa cidade, decidi entrar no circuito para apoiar a posição do Reitor Clóvis Lima. Lembro que num domingo quente de dezembro de 2007, me reuni lá em Itaara com o amigo Vilson Serro (atual Presidente da Agência de Desenvolvimento), e analisamos a situação. Dessa conversa, saiu uma decisão que visava envolver o apoio das forças vivas de Santa Maria. A ideia era mostrar de forma contundente que a sociedade santa-mariense estava ao lado do Reitor; que queria essa adesão.
No mesmo dia saímos a campo, contatando aquelas pessoas “que poderiam fazer a diferença”, através das organizações que representavam. Assim, conseguimos reunir em questão de horas, documentos emitidos pela 3a. DE, Prefeitura Municipal, Base Aérea, CACISM, Fórum das Entidades, sindicatos patronais e entidades de classe. Todos pedindo de forma justificada, que queriam a ampliação do número de vagas e de cursos na Universidade, principalmente à noite. Foi o caso do General Adriano que comandava a DE, que pediu pelos seus comandados, que precisavam cursar o ensino superior no turno da noite.
Essa pilha de documentos foi colocada nas mãos do Reitor, na mesma hora em que o Conselho Universitário tentava definir a questão.
Não deu outra!
Como o efetivo apoio da comunidade santa-mariense, acabaram as restrições, e o Conselho Universitário chancelou naquele ato a adesão da UFSM ao Reuni.
Agora, quem olha o extraordinário salto dado pela UFSM nos últimos seis anos, não pode imaginar que a Instituição tenha perdido tanto tempo para aprovar a adesão ao Reuni, e correndo o risco, inclusive, de ficar fora do Programa.
Decidi contar essa história somente agora, depois de acompanhar a discussão e adesão da UFSM à EBSERH.
Infelizmente, a sociedade santa-mariense às vezes custa a reagir. É que ainda existe um muro que divide Santa Maria e a sua grande Universidade. Nesses dois casos, quem acabou “decidindo” a favor da UFSM foi a sociedade local e regional.
Feliz Natal!
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