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Sempre cinema – por Bianca Zasso

Ontem foi o momento em que muitas famílias se reuniram, trocaram presentes e adiaram o jantar para perto da meia-noite. Outras podem ter vivido mais um dia como outro qualquer. E ainda houve as que brigaram, que encheram a casa de convidados e esvaziaram a caixinha de bons modos que temos dentro de cada um de nós.

Natal é sempre igual. E sempre diferente. Esta colunista que vos escreve viveu um bem diferente, longe de algumas das pessoas mais importantes da sua vida. Mas não foi triste. O cinema diminuiu a saudade e, ouso dizer, até diminui a falta do abraço apertado.

foto artigo bianca zassoSempre no meu coração, filme de 1942 dirigido por Jo Grahan, surgiu na minha vida não pelas telas, mas pela voz. Mais precisamente pela voz do meu avô, que sempre que havia oportunidade citava esse como sendo um dos seus filmes preferidos. Como nossos papos sobre cinema são longos, acabei conhecendo a trama, os personagens e até algumas cenas inteiras sem nunca ter visto o longa.

De cara, me encantei e minha curiosidade foi aguçada. Vovô dizia que a trama era simples, mas muito bonita. E o santo DVD comprovou sua tese. Sempre no meu coração conquistou o lado esquerdo do meu peito.

A história do ex-presidiário MacKenzie Scott que depois de anos na prisão volta para sua família e descobre que as coisas mudaram é contada de modo delicado, sem grandes reviravoltas, ao contrário de muitos filmes sobre reencontros que forçam a barra para levar os espectadores às lágrimas.

Apesar de ser um drama familiar, a melhor sequência de Sempre no meu coração é de uma animação só. Uma divertida orquestra de harmônicas coloca todo mundo para dançar e garante boas risadas com seus integrantes um tanto quanto excêntricos. A canção que dá título ao filme é cantada pela filha de Scott, Victoria, numa cena decisiva para a história. “Always in my heart” ganhou até uma versão em português que entrou para a trilha sonora de Pobre João, filme do cantor gaúcho Teixeirinha.

Pensei muito sobre que filme ou diretor escrever na semana no Natal. Mas acho que nada lembra mais esta data do que famílias reunidas, mesmo que a contragosto. Por isso resolvi abrir o meu coração e indicar para os meus queridos leitores um filme que me toca não pela complexidade dos personagens ou pela história bem construída, mas pelo valor emocional que ele tem na minha vida.

Que o cinema nos reserve bons momentos em 2014. E viva sempre em nossos corações.

Sempre no meu coração

Ano: 1942

Direção: Jo Grahan

Disponível em DVD

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Um Comentário

  1. Cinema era a paixão de minha mãe. Meu pai a levava na sessão das 10h. Ambos não perdiam filmes por nada. Os dois também eram apaixonados pelas festas. Natal, Ano Novo Coelhinho da Páscoa. Creio que aqueles tempos, anos 60 aqui em Santa Maria, era mais bem divertido que agora.Ela era fissurada na história da Sissi Imperatriz, mais pelo jeito que o pai da princesa, educava os filhos. Ela er assim. Meu pai a aplaudia. Éramos 11 filhos. E não lhes faltava bom gosto. Os dois trabalhavam no sentido de tornar a vida mais prazerosa para a família. Agora que esses dias são passados, recordá-los me faz um bemmmmmm. Nós junto deles e eles com os filhos, vivemos momentos intensos tanto de alegrias como de dor. Mas ela nos alertava: agora são momentos de vacas magras, mas tudo passa… bem, mas estou de acordo com Bianca Zasso, o reencontro foi de alegria e festa. Acho se tivesse visto o filme adoraria. Com essa interpretação pura e simples e segue a naturalidade do avô e a trama se desenrola gostosa e a história se torna a melhor história.

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