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ASSEMBLEIA. Querem abrir mais uma brecha na já desmilinguida ‘Lei Kiss’. Agora, em benefício dos CTGs

kiss seloO que era consenso, no final do ano passado (e este editor tem memória e arquivo), com uma lei justa, fadada a cumprir com seu objetivo e impedir que tragédias como a da Kiss voltassem a se repetir, virou uma colcha de retalhos. Mais retalhos do que colcha, aliás.

Primeiro, deputados (que ouviram toda a sociedade e ninguém foi contra) se micharam para a pressão posterior de empresários e prefeitos, e reduziram bastante os efeitos da chamada “Lei Kiss” (que talvez tenha que mudar de nome). E, assim, o que era muito bom ficou mais ou menos, e passa-se a impressão à sociedade que 242 mortos foram insuficientes.

Mas pode, sempre, piorar. Agora, nova concessão está a caminho. Desta vez, beneficiando os CTGs. Que, aparentemente, têm mais força do que uma tragédia do tamanho da que vivemos aqui, diante dos nossos olhos.

É verdade que a votação, prevista para esta terça-feira, foi adiada. O deputado Jorge Pozzobom pediu e seu colega, autor da proposta, Heitor Schuch, do PSB (sempre é bom dar os nomes, não?), a retirou, “para ajustes”. Que ajustes? Lembre-se: sempre pode piorar.

Ah, o jornal A Razão publicou, na sua edição desta terça-feira, antes da sessão da Assembleia, portanto, um material bem explicativo. Conta como é a proposta e mostra o regozijo das autoridades tradicionalistas. Pena que os familiares das vítimas da Kiss não tenham sido ouvidos. Não, não há reparos à reportagem. Apenas um registro claudemiriano. Que não tem importância alguma, claro.

O fundamental é que o leitor tem claro, lendo a matéria, o que querem aqueles que, é o que se deduz, não dão a minima para o que pode acontecer. Confira:

Lei nterditou vários CTGs durante festejos da Semana Farroupilha (foto Arquivo/A Razão)
Lei nterditou vários CTGs durante festejos da Semana Farroupilha (foto Arquivo/A Razão)

Alteração na Lei Kiss beneficia CTGs

Publicado no dia 11 de setembro deste ano pelo governo do Estado no Diário Oficial, o decreto que regulamenta a Lei Kiss (14.376), e tornou mais rigorosas as exigências para liberação de alvarás e o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) no Rio Grande do Sul, pode ser modificado nesta semana pelos deputados gaúchos. A definição da pauta de votações da semana ocorrerá durante a reunião dos líderes de partidos hoje (terça) de manhã. Caso entre em votação e a alteração seja aprovada, entidades como os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), salões paroquiais, salões comunitários e ginásios de esportes comunitários e escolares serão beneficiadas.

O projeto, de autoria do deputado estadual Heitor Schuch (PSB), sugere que edificações com até 1.500 metros quadrados entrem no Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PSPCI). Atualmente o tamanho previsto para enquadramento no plano simplificado é de apenas 750 metros quadrados. De acordo com Schuch, a área de 750m² é muito pequena para a grande maioria das edificações das comunidades do interior, as quais não apresentam risco algum de incêndio, sendo desnecessário o grande número de exigências previstas pelo PPCI.

“Nossa proposta de ampliar o enquadramento para até 1.500m² de forma alguma quer reduzir a segurança nesses locais, mas sim diminuir as exigências, pois sabe-se que esses locais em sua grande maioria são compostos de alvenaria, telhado de zinco, sem nenhum tipo de revestimento inflamável, ao contrário das casas de shows, boates e danceterias, que possa acabar acontecendo algo parecido com o trágico e lamentável episódio da boate Kiss”, explica o deputado de Santa Cruz do Sul.”

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

 

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4 Comentários

  1. …o proprio movimento tradicionalista nunca foi chamado para participar….
    Balela. Todos foram chamados.Houve audiências publicas.
    Quem realmente tinha interesses, compareceu.
    Quando o legislativo resolve aprovar uma lei para beneficio de todos, vem esta conversinha"não podemos comparar um CTG com uma boite".
    Verdade,existem CTGs que são piores que boites, e vice versa.

  2. É uma vergonha abrir as pernas pros CTGs. Conheço alguns que são piores que boates, janelas daquelas pequenas e portas sem barra do pânico…

  3. Esta certo o Dep. pois não podemos comparar um CTG, com uma boate, no CTG, tem mais porta e janela que parede, sendo que uma boate, é um totalmente fechado e que acontece coisas que jamais vai acontecer em um CTG, e quando aconteceu essa triste tragedia na Kis, nossos parlamentares mais que depressa correão a fazer Lei, sem consultar ninguem, o proprio movimento tradicionalista nunca foi chamado para participar destas plenarias, então gente não vamos comparar uma boate com um CTG.

  4. Sempre foi assim, infelizmente, nada mudou. Os politicos pedem voto para a população, mas, via de regra, pagam pau para o empresariado. Perdura o velho e esfarrapado argumento de que a economia ficará engessada e que o desemprego será iminente.Afinal, é preciso ganhar dinheiro,mesmo que às custas do couro alheio. E o eleitorado, cada vez mais omisso, deixa passar batido.

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