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E SE… O que aconteceria se o petista Valdeci Oliveira fosse vencedor da eleição para a Prefeitura em 2016?

Eleição foi a mais acirrada da história. Pela primeira vez, a cidade foi palco de um segundo turno, disputado entre Pozzobom e Valdeci

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos/arquivo), da Equipe do Site

Jorge Pozzobom (PSDB) elegeu-se prefeito de Santa Maria em um dia histórico. Pela primeira vez, o município vivia um pleito de segundo turno, no qual o então deputado estadual venceu o seu colega de Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), por apenas 226 votos. Naquele 30 de outubro de 2016, o tucano conquistara 73.003 (50,08%) votos contra 72.777 (49,92%) do petista.

O apertado resultado nas urnas também foi acompanhado de outro dado inusitado: o grande número de abstenções: 45.062 (22,19%) eleitores deixaram de votar. No total de votos, 5.470 (3,46%) votaram em branco e 6.731 (4,26%) foram nulos.

Mas e se o resultado das urnas tivesse sido diferente? O que teria acontecido com Santa Maria e com os principais caciques da aldeia? Como seria um novo governo petista no Coração do Rio Grande? Qual seria o impacto no pleito deste ano?

Para responder a estas perguntas, nas duas últimas semanas o site entrevistou lideranças políticas e destrinchou o plano de governo que Valdeci havia montado para sua gestão. A viagem a esta realidade alternativa, você embarca abaixo.

Novas secretarias, mais CCs

Valdeci (foto) teria mais secretarias e, possivelmente, bateria o recorde de ocupantes de Cargos de Confiança ostentado por Pozzobom

Na manhã de 5 de dezembro de 2016, na Cacism, o prefeito eleito Jorge Pozzobom reuniu vereadores, futuros secretários e a imprensa local para apresentar a estrutura organizacional de sua Administração. O governo Schirmer/Farret chegava aos seus últimos dias com 21 secretarias, enquanto o tucano apresentava um organograma com 12 pastas e um Gabinete de Governança que incluiria Casa Civil e Procuradoria Geral (na prática, 14 secretarias) e a promessa de extinguir, no mínimo, 29 cargos de confiança (CCs).

No governo petista, ao invés da Casa Civil, haveria uma Secretaria Geral de Governo e um Gabinete do Prefeito. Além disso, não haveria aglutinações, como ocorreu, por exemplo, com a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer.

Uma das novidades seria a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social, que teria vínculo com o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M). Também seria reativado o Conselho Municipal de Segurança Pública.

Outra novidade seria a Secretaria Municipal do Interior, que absorveria estruturas já existentes e seria equipada com maquinário próprio. Seu principal intuito seria cuidar das estradas dos distritos.

Conforme o plano de governo de Valdeci, outras pastas criadas seriam Habitação e Regularização Fundiária, que estaria ligada ao Gabinete do Prefeito; Desenvolvimento Social; Desenvolvimento Econômico; Saúde; Educação; Cultura e Agricultura.

O plano de governo igualmente tem capítulos sobre Comunicação Social; Turismo; e Esporte e Lazer; áreas que provavelmente também ganhariam secretarias. O certo é que seria criada a Superintendência Municipal de Economia Solidária.

Comece a somar pastas que fazem parte de qualquer município de médio porte – como Obras, Controladoria, Finanças, Meio Ambiente, Trânsito … – e o governo Valdeci chegaria fácil a 20 secretarias.

Devido à pressão da base aliada, a promessa de Pozzobom em cortar CCs logo ficou no passado. Hoje, ele possui um número recorde de 211 cargos de confiança (AQUI).

Em um governo petista, com ainda mais secretarias, é difícil imaginar um número menor de CCs. Logo, Valdeci bateria o recorde do tucano.

Buraqueira e toxoplasmose nas mesmas proporções?

A buraqueira que tanto enfurece os santa-marienses e o interminável surto de toxoplasmose da mesma forma assombrariam o governo petista. Com relação ao problema na Saúde, pressupõe-se que Valdeci também blindasse a Corsan e investisse em uma campanha de prevenção. Vale lembrar que Pozzobom levou 40 dias para lançar uma campanha contra a doença (AQUI).

Em relação à buraqueira, por já ter experiência como prefeito, calcula-se que a resposta de Valdeci fosse mais efetiva. Pelo menos é o que assegura o líder da bancada do PT no Legislativo, Daniel Diniz, que (re)assumiria a Infraestrutura.

“Colocaríamos a usina de asfalto para funcionar. Também faríamos um mutirão com CCs para tapar os buracos”, projeta Diniz, que, aos 27 anos de idade, em outubro de 2007, assumiu a Secretaria Municipal de Obras.

Aliás, a Saúde também deveria ser ocupada por um cargo político ao invés de um técnico. O vereador Luciano Guerra (PT) era cotado para o posto. No Legislativo, hoje, ele é o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente.

O restaurante da discórdia

Uma das prioridades do governo Valdeci seria reabrir o Restaurante Popular Dom Ivo Lorscheiter, fechado desde março de 2016 para reformas. E os petistas garantem que o empreendimento, hoje, estaria operante. Contudo, o líder do governo na Câmara, João Chaves (PSDB), não concorda.

“É politicagem dizer que o Restaurante Popular estaria aberto. Fizemos mais de três licitações diferentes e entramos em contato com mais de dez empresas. Hoje, falta a conclusão das obras referente ao Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e escolher um novo gestor”, explica Chaves, que atuou como secretário de Desenvolvimento Social nos primeiros 15 meses da gestão Pozzobom.

O fato é que o atual governo jamais concordou com a localização do Restaurante Popular, no Centro da Cidade ao lado da Prefeitura, por entender que o serviço era utilizado por pessoas que não necessitavam do benefício. Logo, as desculpas burocráticas que impedem a reabertura são sempre vistas com desconfiança.

Em contrapartida, o município conta com sete cozinhas comunitárias localizadas em bairros da periferia. Elas atendem mais de 1,2 mil pessoas por dia e servem, juntas, mais de 15,7 mil refeições mensalmente.

Jader, o supersecretário

Jader, entre Fabiano e Pozzobom, durante debate de 2016. O ex-candidato a prefeito pelo SD seria a cereja do bolo no governo petista

O bônus pela vitória de Valdeci nas urnas recairia sobre os ombros de Jader Maretoli (então no SD, hoje no PRB), principal cabo eleitoral do petista no segundo turno. Seus 19.487 votos conquistados no primeiro turno à Prefeitura o cacifariam para o status de supersecretário.

É possível que ele ficasse à frente da Secretaria Geral de Governo ou com a Secretaria de Desenvolvimento Social. Porém, sua passagem na Prefeitura seria curta e duraria exatamente 15 meses. Após este período, ele se descompatibilizaria do Executivo para concorrer à Assembleia Legislativa com apoio do PT.

Pozzobom, um forte candidato à Câmara dos Deputados

A tristeza por ter perdido o pleito passaria rápido para Pozzobom, que na semana seguinte já estaria despachando na Assembleia Legislativa. Neste mundo alternativo, a esta hora do dia, ele estaria planejando a agenda de sua campanha à Câmara dos Deputados.

É muito provável que Pozzobom faria uma dobradinha com seu irmão, Admar, que concorreria à Assembleia. Ambos na oposição a todo e qualquer governo – seja em nível municipal, estadual ou federal – fariam, sem dúvidas, uma campanha barulhenta.

Valdeci não teria maioria na Câmara

Pozzobom tinha maioria na Câmara em seu primeiro ano de governo, mas dormiu no ponto e se afastou da base achando Paulo Airton Denardin (PP), responsável pelo meio de campo entre os dois Poderes, levaria os parlamentares na rédea curta. Quando viu que a vaca foi parar no brejo, marcou um almoço no Restaurante Vera Cruz com seus 16 vereadores, mas seis faltaram (AQUI). E os ausentes foram justamente aqueles que se aliaram aos cinco da oposição para criar o Grupo dos 11, que virou a Mesa Diretora.

Valdeci largaria em desvantagem em 2017, já que a maioria dos partidos apoiou Pozzobom na corrida à Prefeitura. Além disso, os vereadores mais experientes do PT, Daniel Diniz e Luciano Guerra, se tornariam secretários, abrindo vaga para Alex Monaiar (PT) e Nei D’Ogum (PT). Este último faleceu há exatamente um ano, o que abriria uma vaga para Luiz Henrique – Barbudinho (PT), que hoje está no PDT.

Possivelmente, Valdeci buscaria se aproximar de Luci Duartes – Tia da Moto (PDT), Alemão do Gás (PSB), Alexandre Vargas (PRB) e Marion Mortari (PSD), mas não seria suficiente para conquistar a maioria da Casa em um primeiro momento. O Legislativo iria andar conforme o interesse de Manoel Badke – Maneco (DEM), João Ricardo Vargas (PSDB) e Admar Pozzobom (PSDB), naturais lideranças da oposição.

O certo é que a relação entre os Poderes seria diferente, pois uma oposição mais forte exigiria mais jogo de cintura do governo. Com o tempo, é possível que Diniz retornasse ao Legislativo, na primeira reforma do secretariado, para tentar criar uma ponte com o bloco opositor.

Mudanças no jogo político

Nesta realidade alternativa, a cena de janeiro de 2017 com a posse da Pastora Lorena (PSDB) e João Kaus (MDB) jamais aconteceria

Com a vitória petista no segundo turno, os vereadores suplentes Lorena Santos (PSDB), André Domingues – Deco (PSDB) e João Kaus (MDB) não teriam passagem pelo Parlamento nesta Legislatura. Além disso, Denardin e Anita Costa Beber (PR) perderiam o status de “secretários sem secretaria”, não assumindo cargo na Prefeitura. E, pela primeira vez em muito tempo, Sérgio Cechin estaria fora de um cargo público.

Por outro lado, voltariam ao jogo petistas como Ivo Cassol Junior, Sidinei Pereira, Dionízio Kuchinski, entre vários outros. Tiago Aires (PCdoB), após anos de militância, seria recompensado com um cargo no Executivo.

Mais experiência, mais cobrança

Levando em conta que Valdeci enfrentaria os mesmos problemas encarados por Pozzobom (e também teria o mesmo orçamento), é difícil mensurar se um governo petista seria melhor ou pior à atual Administração tucana. Projeta-se, contudo, que Valdeci seria mais cobrado devido a ter uma experiência anterior no cargo.

“A expectativa é de que Valdeci teria buscado atalhos que o Jorge ainda não encontrou. Geralmente, quando um prefeito de primeira viagem está à frente do Executivo, o governo decola após o segundo ano de mandato. Como Valdeci já tinha experiência de oito anos na Prefeitura, eu creio que ele iria fazer a máquina funcionar mais rápido”, observa Jader Maretoli.

A seu favor, Valdeci teria maior participação popular. Durante seu governo, seriam retomados o Orçamento Participativo e a eleição de nove subprefeitos (hoje a indicação é política e contempla apenas três subprefeitos).

Uma lição para 2020

O pleito de 2016 deixou uma lição para o PT. Nunca mais o partido irá para uma eleição municipal, em Santa Maria, com chapa pura. Naquele ano, Helen Cabral (PT) era a vice de Valdeci.

A legenda avalia que perdeu inúmeros votos no interior para o vice de Pozzobom, Cechin (PP), considerado determinante na vitória tucana.

Ao apurar esta matéria, o site descobriu que o PT possui, hoje, uma lista com quatro nomes prediletos para vice em uma futura chapa para 2020. Mas este é um assunto para outro dia.

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3 Comentários

  1. E assim que um militante enrustido transforma ficção em ‘notícia’ e ‘notícia’ em propaganda petista.
    Tá ‘erado’. Para ganhar do Schirmer teria que fazer muita força. Ainda não estão criando trocentos parques no papel, inaugurando iluminação pública, bom, a lista não é pequena.
    Existem problemas, óbvio. Os buracos fazem parte da lista. Mas a propaganda acima também é cheia de cascata. Mutirão de CC’s tapando buraco? Ou um monte de petistas fazendo cena a la João Dória? Até isto copiam, falta talento. Usina de asfalto? Obsoleta, anti-econômica, está parada há tempos. Pior, teriam que tirar licença ambiental para reativar, coisa duvidosa de se conseguir e que demoraria bastante.

  2. Depois de tudo que li conclui que Jorge Pozzobom, é o pior prefeito que Santa Maria, teve desde o fim da ditadura, ou to erado.

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