KISS, 1 ANO. Um longo caminho pela frente, para alcançar a recuperação dos sobreviventes da tragédia

A estimativa de tempo é feita com base na experiência histórica da Cruz Vermelha em guerras e catástrofes naturais. Assim é comparada a situação dos sobreviventes da tragédia de 27 de janeiro, em Santa Maria. E dezenas de sobreviventes ainda sofrem com os efeitos do incêndio.

Sobre isso, em uma das várias reportagens que têm publicado a respeito do primeiro ano da Kiss, trata material originalmente publicado no portal Terra. O texto é de Daniel Favero. A seguir:

“Santa Maria levará 5 anos para se recuperar da tragédia na Kiss…

…A experiência da Cruz Vermelha e dos Médicos Sem Fronteiras, baseadas em guerras africanas e catástrofes naturais apontam que Santa Maria levará ao menos cinco anos para se recuperar da tragédia que matou 242 pessoas na Boate Kiss, na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013.

Após um trauma dessa magnitude, desenha-se uma pirâmide para avaliar os impactos psicológicos do que aconteceu. Na base, estima-se que entre 60 e 70% da população seja afetada de alguma forma pelo que aconteceu, mas consegue superar os efeitos psicológicos com ajuda de familiares e amigos. No meio, entre 20% e 30% precisam de algum tipo de atenção psicológica, mesmo que seja apenas uma conversa. E na ponta, entre 1% e 4% desenvolvem distúrbios, às vezes já pré-existentes, mas não desencadeados, que precisam de tratamento psiquiátrico e medicamentos.

“Ao analisar, a maior parte dessas pessoas (expostas ao que aconteceu em Santa Maria), nós vamos identificar que a grande maioria delas conseguiu, não resolver os problemas, mas encontrar um lugar para essa vivência, que não impede que ela continue a viver. Não se trata de esquecer, de negar, mas de encontrar um lugar na nossa história onde isso faça sentido ou permita que isso siga adiante”, afirma o psicanalista que atualmente coordena o atendimento psicossocial em Santa Maria, Volnei Dassoler…”

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