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Plano Real e a economia brasileira – por Daniel Arruda Coronel

Neste ano completam-se vinte anos da implantação do Plano Real, o qual dividiu o combate ao processo inflacionário em três fases: ajuste fiscal, indexação completa da economia, com a criação da Unidade Real de Valor (URV) e reforma monetária, ou seja, transformação da URV em Real.

A ideia central da equipe econômica que liderou a implantação do Real, a qual em grande parte participou ativamente da elaboração do fracassado Plano Cruzado, foi a indexação completa da economia, ou seja, com a criação de um indexador diário da economia (URV), o qual passaria a funcionar como unidade de conta do sistema econômico. A partir disso, quando todos os preços estivessem “alinhados”, o governo lançaria uma nova moeda sem os resquícios inflacionários. Além disso, merece destaque que o Plano Real não incorreu em nenhuma espécie de congelamento, de gatilho e populismo econômico, o qual afeta de maneira negativa o sistema econômico e financeiro.

Os resultados de tais medidas foram uma rápida queda da taxa de inflação e o aumento do poder aquisitivo das camadas mais pobres da sociedade. Não obstante a isso, passados vinte anos de sua implantação, várias questões precisam urgentemente ser equacionadas visando a uma estratégia de desenvolvimento econômico e social.

Para manter a estabilidade macroeconômica, o Plano Real balizou-se em taxas de câmbio sobrevalorizadas, altas taxas de juros e superávits primários. O resultado destas medidas corroboraram para baixo crescimento econômico e para o avanço precoce do processo de desindustrialização da economia brasileira, o qual vem contribuindo para que o setor industrial venha cada vez mais perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB).

A reversão desta situação passa urgentemente por baixas taxas de juros, câmbio competitivo, reforma fiscal, tributária, previdenciária, trabalhista e uma nova conotação gerencial e eficaz no setor público e judiciário, visando estancar os vícios públicos e privados e os resquícios patrimonialistas que ainda persistem e que contribuem para uma estagnação econômica e social do Estado Brasileiro.

Caso estas ações sejam feitas, o país dará um passo importante para a busca completa da estabilidade macroeconômica e para uma nova estratégia de desenvolvimento social com equidade, soberania e geração de renda, o qual sempre está nas plataformas políticas, mas não na Gestão Econômica e Financeira da maioria dos governantes brasileiros.

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