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Santa Maria depende do funcionalismo público – por Carlos Costabeber

Há décadas, Santa Maria se diferencia pela presença de órgãos públicos importantes. Começou com a presença do Exército e da Viação Férrea, chegando hoje a representar 40% do PIB da cidade. De lá para cá, a UFSM cresceu de forma expressiva, assim como a chegada da Base Aérea e o aumento da presença do Exército, tornaram Santa Maria uma cidade privilegiada.

Isso fez com que o nosso comércio também tivesse uma expansão memorável, principalmente com a chegada das principais redes de varejo do país. Nos tornamos uma cidade “viciada em carnês”, pois a garantia de uma remuneração baseada na estabilidade funcional, permite um aumento considerável na oferta de crédito para esses segmentos.

E não são só as lojas que estão aí oferecendo crédito facilitado, mas todo o sistema financeiro está focado no funcionalismo público da cidade, civis e militares. E isso é motivado pela baixa inadimplência nos compromissos assumidos por esses consumidores.

O lado negativo dessa história fica por conta da gradual perda de participação das empresas de capital local. A incapacidade em competir com as grandes redes de fora foi aos poucos alijando nossos empresários. Afinal, o poder de barganha nas compras, a agressividade no marketing e o uso competente dos bancos de dados, tem permitido que essas redes obtenham cada vez mais ganhos de mercado.

Mas, de qualquer forma, Santa Maria é muito rica, pois só a UFSM e as Forças Armadas jogam todos os dias na cidade, mais de 4 milhões de reais em forma de salários. É muiiiiiiiiiiiito dinheiro, e que atrai cada vez mais concorrentes de fora.

Por isso, o comércio local tem de se aprimorar em termos de gestão, buscando atender aqueles nichos de mercado que não são atendidos pelas grandes redes. Aqui tem lugar para todos, desde que haja inteligência, senso de oportunidade e muita competência profissional.

Bem ao contrário das demais cidades do interior que dependem dos resultados do campo, Santa Maria “se dá ao luxo” de ter “13 safras por ano”. Mas isso pode se tornar numa ilusão, levando, como aconteceu no passado, a cairmos numa zona de conforto que se tornou fatal para muitas empresas do comércio local nos anos 70 e 80.

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