Acabou o carnaval. Será? – por Márcio Grings
Sim! Pode acreditar… Só agora eu tenho motivos pra comemorar. Afinal, acabou o carnaval. Sou o brasileiro mais azedo do pedaço quando o assunto é essa maldita época do ano. Perdoem-me os entusiastas, todas aquelas pessoas que ficam estacionadas (e emocionadas) em frente a um aparelho de TV assistindo ao desfile de bundas e alegorias, toda aquela turma que sai nos blocos carnavalescos, participa da folia nos clubes, viaja para curtir a festa em outros lugares, etc. Não me afino com essa festança de jeito nenhum. Pode bater na minha cabeça, não vou mudar de opinião. Isso nunca!
Bom, faz tempo tô esperando a droga desse ano de 2014 começar. Na verdade, pra mim já começou faz tempo. Se o resto do país tá em câmera lenta, eu pisei valendo no pedal desde o dia primeiro de janeiro. A tal da marcha lenta tem endereço: culpa do calor e do carnaval. Fico pensando que nasci no país errado. Não me afino com o verão, a música, não me sinto sintonizado com diversos aspectos culturais e acabo sempre estragando a curtição de quem vive ao meu lado. O mau humor pega de verdade.
E, pior: esse ano tem Copa no Brasil, né! Ou seja, quanta desculpa pra cabular trabalho, deixar as coisas pra depois e blá blá blá. Eu sei, meu! Você pode concluir tranquilamente que o errado da história seja eu. Quantos vão dizer: “que mal há em encurtar a semana, sair cedo do serviço, tomar aquele chopinho em pleno horário de expediente, e o mais importante – deixar aquela tarefa chata pro outro dia?” E se pensarmos bem, esse lance de empurrar com a barriga funciona na boa. Pense sobre isso. E assim, vamos levando. Enrolando na boa e protelando as coisas pelo bem comum da nossa estimada nação.
Então… Celebremos nossa festa maior! Afinal, o carnaval não acabou porra nenhuma! Se você não sabe, dia 15 tem desfile aqui em Santa Maria. Tanto é verdade, que agora há pouco pude ouvir o delicioso som do ensaio de uma das escolas. Deito na cama e escuto perfeitamente os tamborins, caixetas, taróis, e o puxador do samba cantando seu refrão. Uma ‘dilícia’! Abafo a cabeça no travesseiro, sintonizo o celular numa rádio on-line e espero o sono chegar.
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