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Me diga como acaba… – por Bianca Zasso

foto biancaThe End. Fine. Fim. A frase que encerra muitos dos clássicos do cinema mundial sempre rende boas conversar. Finais estranhos, finais felizes, finais abertos, finais que trazem mais pontos de interrogação que pontos finais. Finais que iniciam novas histórias. Porém, muito mais polêmica que a discussão sobre como acabam os filmes é o famoso “não conte o final”. A turma que não gosta de saber o que acontece com os personagens dos roteiros é grande e parece só aumentar.

Para alguns, é quase uma superstição: se souber o final antes, desiste de encarar a sessão de cinema. Como se saber de uma morte ou de um tesouro desenterrado antes dos créditos finais aparecerem acabasse com a graça da trama. Meus queridos leitores, hoje não vou comentar películas, nem gêneros, muito menos atores e diretores. Vou dar uma pequena aula sobre a verdadeira magia do cinema.

Não sou professora, mas estes quase 20 anos assistindo filmes nos mais variados formatos (eu sou do tempo do VHS, peça de museu para muitos que passeiam os olhos por este texto) me ensinaram muita coisa. A mais importante delas é dar o devido valor ao durante e não ao depois. Assistir a um filme é uma experiência sensorial que vai muito além de ver e ouvir. As imagens da telona invadem nossa mente e nos afastam, por algumas horas, do mundo real, por mais que o que nos seja apresentado seja muito parecido com o nosso cotidiano. A trilha sonora intensifica as lágrimas e os beijos, a cor saturada nos tira do sério e o slow-motion faz nosso coração parar e seguir num novo ritmo. Expandir ou encurtar o tempo é uma das graças da Sétima Arte. Como diria Tarkovski, esculpir o tempo. Uma arte linda, diga-se de passagem.

Mais importante que saber se o mocinho fica com a mocinha ou o monstro destrói a cidade é ver como isso acontece. As histórias se repetem. Desde Shakespeare até Lourenço Mutarelli, os dilemas são os mesmos. Amor, ciúme, vingança, superpoderes, morte, vida, descoberta, velhice, juventude, ódio. Só muda o modo como cada um deles se manifesta. A grande mágica está em contar uma história que todo mundo já conhece de um modo inovador, com cores inesperadas e ritmo inteligente.

O melhor exemplo de que o final é o que menos importa talvez seja o clássico absoluto de Hitchcock. Psicose parece um filme sem graça nos primeiros planos, mas logo descobrimos que fomos enganados. A mocinha é assassinada na primeira meia hora de filme. Se você não sabia, me envie um e-mail contando em que planeta você passou os últimos cinquenta anos.

Mesmo quem nunca assistiu à Psicose conhece a cena do banheiro onde Janet Leigh solta seu último suspiro. Nem a repetição frequente da cena na TV fez diminuir o interesse do público por assistir esta obra-prima. Até porque, a grande graça não é a loirinha elegante receber facadas no chuveiro. Não sabe do que eu estou falando? Pois então, vou subverter meu discurso de “conte-me o final que eu não me importo” e deixar alguns leitores com a pulga atrás da orelha. Quer saber o que acontece no final de Psicose? A locadora da esquina tem a resposta. Ou o torrente mais próximo do seu mouse.

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