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Câmara. Renovação será de pelo menos 60%. Atenção: renovar não quer dizer melhorar

Vamos combinar: trocar não significa trazer benefícios. Isso vale para qualquer coisa, inclusive para o Parlamento. Diz-se, entre os observadores políticos locais, que a Câmara de Vereadores, por exemplo, na média, tem piorado de qualidade ao longo das três últimas legislaturas pelo menos.

Prefiro não fazer juízo de valor, embora tenda a concordar. No entanto, uma coisa sei, e é científica: o índice de renovação, no município, tem-se consolidado na casa dos 40% ou mais, a cada eleição.

Pois, agora, depois dos mais variados escândalos (tem para todos os gostos), sobressaindo-se o do “mensalão” e o dos “sanguessugas”, os especialistas em Congresso Nacional têm feito avaliações que indicam a possibilidade concreta de uma renovação que beire os 60%, pouco mais, pouco menos.

Traduzindo isso em números, dos 513 deputados com mandato, apenas 200 continuarão em Brasília a partir do próximo ano, por mais quatro. E vale, modestamente repito, a afirmação do título desta nota: “renovar não quer dizer melhorar”. Pode até ser, mas não há garantia alguma a propósito desse troca-troca.

Em todo caso, não custa acreditar. Enquanto isso, fiquemos com o exercício feito pelos cientistas políticos e quetais, constantes de reportagem publicada pelo portal Folha Online deste sábado, produzida por sua repórter da sucursal brasiliense, Andreza Matais, e que aponta, inclusive, quantos deputados poderão eleger tais e quais partidos:

”Eleição deve renovar mais de 60% da Câmara, dizem especialistas

O índice de renovação da Câmara dos Deputados após as eleições deve chegar a 62%, segundo estimativa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Historicamente os índices de renovação da Câmara oscilam entre 40% e 60%. Em 2002, o índice de renovação foi de 46%.

O percentual deve aumentar porque os técnicos do Diap acreditam que os eleitores devem rechaçar nas urnas os candidatos suspeitos de envolvimento com denúncias, como a máfia das ambulâncias e o mensalão.

A expectativa é que o eleitorado opte por nomes novos para tentar “limpar” a Câmara. Seria uma reação à decisão do plenário da Câmara, que negou o pedido de cassação de 11 mensaleiros, por exemplo.

O Diap, a consultoria Arko Advice e o cientista político David Fleischer fazem esse trabalho de futurologia há anos. Os três concluíram que o PT será o partido mais punido nas urnas e o PMDB deverá eleger a maior bancada.

Os votos dos petistas deverão migrar para partidos de esquerda como PSB, PDT e PPS. Já o crescimento do PMDB, PFL e PSDB será decorrente da perda de vagas no parlamento do PTB, PP e PL, os partidos do ‘mensalão’.

“Este Congresso vai pagar um preço alto em função da paralisação nas votações, da eleição de Severino Cavalcanti [para a presidência da Casa] e das denúncias do mensalão e sanguessuga. Houve uma série de matérias importantes aprovadas, como as reformas do Judiciário e Eleitoral, mas isso ficou em segundo plano por causa da crise”, avalia Antonio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Diap.

Bancada

Pelas análises do Diap, da Arko Advice e do professor David Fleischer, o PMDB deverá eleger de 80 a 110 deputados em outubro. Em 2002, o partido elegeu 75. A bancada hoje soma 82 parlamentares. O PT, que nas últimas eleições emplacou 91 deputados e hoje tem 81, deve eleger entre 45 a 75 deputados.

Fleischer é o mais pessimista. Para ele, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar à Câmara com no máximo 50 parlamentares em 2007.

O PFL, que elegeu 84 e encerra a legislatura com 65, deve eleger entre 65 e 80 deputados em outubro. O PSDB também não deverá crescer. O partido elegeu 70 deputados em 2002 e tem hoje 58 representantes, deverá eleger de 65 a 80 deputados em outubro.

Analistas políticos avaliam que os partidos de direita e centro-direita também deverão ter redução significativa em suas bancadas nas eleições de outubro. A expectativa é que as bancadas do PL, PP e PTB irão minguar. Em comum esses partidos têm o carimbo de suspeita de envolvimento com o “mensalão”. Em contrapartida siglas de centro-esquerda, como PDT e PSB, devem crescer.

A aposta é que os votos do PT devem migrar para o PDT e o PSB. “O PT será o partido mais atingido porque foi o…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, e outros textos sobre o assunto, pode fazê-lo acessando a página de “Brasil” do portal da Folha Online, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/.

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