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Memória. Revista de circulação nacional lembra trajetória de D. Ivo em um de seus editoriais

A cidade ainda sente a morte de Dom Ivo Lorscheister, ocorrida há nove dias.  A comoção entre os católicos é óbvia, como se percebeu inclusive na missa de sétimo dia, rezada na noite de segunda-feira. Também são pungentes os registros feitos pela imprensa gaúcha e nacional, nos momentos seguintes à morte do bispo emérito de Santa Maria.

 

Não se sabe, e escrevi isso na coluna Observatório, do jornal A Razão, e republicada nesta página (releia aqui), na manhã de sábado, exatamente o rumo que a Igreja Católica tomará em Santa Maria, a partir de agora, com a assunção plena de sua autoridade o bispo Dom Hélio Rupert.

 

Em todo caso, o legado de Dom Ivo é permanente. E algumas das passagens da vida dele merecem ser sempre relembradas. Especialmente a luta que, junto com a população, ele travou contra o autoritarismo (para dizer o mínimo) do regime militar.

 

É exatamente esse lado, e também a presença do bispo que secretariou e presidiu a CNBB, que mereceu um dos editoriais da revista Carta Capital, desta semana – e que ainda pode ser encontrada nas bancas de Santa Maria. Leia, a seguir, o que o redator do semanário escreveu, acerca da importância de Dom Ivo. A seguir:

 

“A derrota de Ratzinger

Morre dom Ivo, representante de uma congregação combativa contra a vontade do papado

 

Por décadas, os conservadores do Vaticano que ascenderam ao poder com o papado de João Paulo II, entre eles o cardeal Ratzinger, agora Bento XVI, tentaram sufocar os setores mais progressistas da Igreja na América Latina. Não obtiveram êxito, ao que tudo indica.

 

Os progressistas, que tinham em dom Ivo Lorscheiter, morto na segunda-feira 5, aos 79 anos, entre seus mentores, parecem recuperar energia às vésperas da visita do sumo pontífice ao Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está engajada, ao lado de outras entidades civis, nos protestos contra a presença de George W. Bush no País. Em outra frente, a Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema “Fraternidade e Amazônia”, critica diretamente os latifúndios e defende abertamente a reforma agrária e a adoção de políticas de proteção à Amazônia, contra os grandes interesses econômicos no campo.

 

São posições que ecoam as crenças de dom Ivo. Nascido em uma família simples e religiosa, o bispo emérito cresceu numa colônia alemã do Rio Grande do Sul. Dedicou a vida às causas mais nobres e humanitárias. De 1971 a 1979, foi secretário-geral da CNBB. No período de 1979 até 1987 sucedeu ao primo, Aloísio Lorscheider, na presidência da entidade. Ambos foram protagonistas de diversos embates entre a Igreja Católica e o governo.

 

Enquanto o Brasil vivia a ditadura, firmou-se como opositor do regime e intransigente defensor dos direitos humanos. Abrigava perseguidos e denunciava a existência de desaparecidos políticos. Protegeu vários defensores da Teologia da Libertação, além de bispos e sacerdotes progressistas.

 

Na presidência da CNBB, nos anos 1980, criticou a política econômica do governo por não promover a distribuição de renda e participou da campanha da anistia. Anos depois, em 1995, compararia o então presidente Fernando Henrique Cardoso a Médici, por conta de…”

 

SE DESEJAR ler a íntegra, clique aqui.

 

SE DESEJAR ver também o “outro lado”… bem.. há a forma como a revista Veja fez o obituário de Dom Ivo. Mas, enfim, a Veja… é a Veja. Quem quiser se irritar, acesse aqui (para assinantes)

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