POLÍTICA. Sem Tubias, PMDB corre risco de, pela 1ª vez na história, não ter candidato a deputado em SM

É um vexame político inimaginável, para quem conhece minimamente a história recente de Santa Maria, especialmente do PMDB. Afinal, nem mesmo no auge da ditadura, em que o MDB (do qual o partido atual é sucedâneo) fazia uma oposição parlamentar consentida, a sigla ficou sem candidato a deputado federal e estadual. E mais: vitorioso, em todas as eleições desde o final dos anos 60.

Pois, agora, há o seríssimo risco de, por conta de seus erros (certamente não serão dos adversários, claro), da incapacidade de formar lideranças novas – antes, as que surgiram foram aos poucos sendo jogadas para um canto e levadas a buscar caminhos diferentes -, simplesmente não ter um mísero nome a apresentar, seja para a Câmara dos Deputados (o que já não ocorre há dois pleitos) ou à Assembleia Legislativa (o que, agora, seria inédito).

O nome, aliás único, é o de Tubias Calil. Ex-vereador muito combativo na oposição e sempre indiscutível defensor do prefeito Cezar Schirmer, do qual é afilhado político, mas desgastado por conta da missão de assumir uma pasta com muitas demandas populares e escassos recursos, há meses tem dito não ter certeza se concorreria ou não.

Aparentemente, além de não ser levado a sério, embora várias vezes repetindo, o partido não elaborou, minimamente, um plano B. Vai daí que, nos últimos dias, quando de repente todos se deram conta que a coisa era, de fato, pra valer, foi um Deus nos acuda. Sim, Tubias Calil falava sério: não queria ser candidato.

No momento em que este texto é escrito, na noite de domingo, ninguém, mas ninguém meeeesmo, sabe o que acontecerá. E se espera o início da segunda-feira. Afinal, o prazo para desincompatibilização terminou sábado. Nada impede (embora existam dúvidas legais, pelo menos deste editor) que seja apresentado algum pedido oficial de afastamento, com data de 5 de abril.

Mas o fato é que, nesse preciso instante, ninguém sabe. Praticamente toda a mídia santa-mariense tentou falar com Tubias Calil, no sábado e nesta domingueira. Este editor, inclusive, contabiliza pelo menos meia dúzia de telefonemas. Nenhum atendido. Mais: companheiros de Tubias, do PMDB, também não conseguiram falar com o cara. E não foi pouca gente, nem miudezas. O editor apurou que até mesmo José Ivo Sartori, que vai concorrer ao Piratini e que precisa de candidatos proporcionais, tentou contato. O mesmo aconteceu com pelo menos um deputado federal, Darcísio Perondi. E também lideranças da região central buscaram falar com o homem. Todos sem sucesso.

Como será nesta segunda-feira? Bueno, se Tubias Calil comparecer à secretaria de Infraestrutura, se saberá. E se não for, também. É o que resta a um partido que outrora dava lição de como fazer política e que, neste pleito, independente da decisão de seu único candidato viável a deputado, mostrou que amadorismo também existe, inclusive nas melhores famílias.