ELEIÇÕES. Ebulição na política gaúcha com possível indicação de Olívio Dutra para concorrer ao Senado

O editor fez  pesquisa rápida e meio descompromissada, reconhece. Mas, nesse trabalhinho, a melhor (e mais simples) definição para essa expressão tão gaúcha, “preteou o olho da gateada”, foi “agora complicou geral”.

Essa é exatamente a sensação passada a todos (quem disser que não, mentindo estará) os analistas políticos do Rio Grande, diante da possibilidade de o “galo missioneiro”, o ex-governador Olívio Dutra, do PT, virar candidato ao Senado.

É verdade, e isso os petistas mais empedernidos reconhecem como óbices, que essa situação somente se dará diante de duas condições prévias. Uma é a aceitação de Olívio, hoje uma referência do petismo gaúcho, mas que não concorre a nada há um tempão. Outra é que não haja qualquer risco de ruptura na aliança já formada com PTB e PC do B, e que determina ao primeiro o posto de vice na chapa da Tarso Genro e ao segundo a vaga ao Senado, para Emília Fernandes.

Aparentemente, porém, as discussões dos últimos dias indicam que tornou-se possível um acordo. Inclusive por conta de dificuldades do PTB em apresentar um candidato a vice que não lhe comprometa as chances no pleito proporcional e, ao mesmo tempo, dê substância à chapa majoritaria. Mais, o PC do B poderia ocupar a vaga de vice, talvez com Emília, mas não necessariamente, e abrir caminho para Olívio. “Mas só para Olívio”, dizem os comunistas do B.

O fato objetivo é que, com o ex-governador e fundador do PT na chapa – e ele estaria cedendo, desde que não houvesse qualquer chance de desentendimento no grupo governista -, ninguém duvida: a disputa ao Senado deixaria de ser um páreo corrido para Lasier Martins, pois ninguém acredita que Beto Albuquerque (PSB) ou Marchezan Júnior (se confirmado, pelo PSDB, apoiado pelo PP) poderiam batê-lo. A exceção? Olívio Dutra.

Daí porque, em se confirmando essa hipótese, sim, preteou o olho da gateada.