ESTADO. Candidatos ao Piratini e Senado descolados das eleições presidenciais. Exceção é o PT (e aliados)
Há uma séria dúvida claudemiriana acerca do comportamento das bases partidárias. Não necessariamente o eleitor, apenas. Mas os militantes dos diversos partidos, das quais talvez os dirigentes estejam desconectados. Afinal, a lógica das composições que se formam (e se definem) no território gaúcho, é a do tempo de rádio e televisão. A ideologia e a busca de um mínimo de identidade nacional estão fora das cogitações.
A exceção, pelo menos na aparência, é Tarso Genro, do PT – que está se coligando com PTB e PC do B, todos apoiadores da candidatura presidencial de Dilma Rousseff. Mesmo aqui há uma dicotomia, no caso do PPL, que nacionalmente fechou com Eduardo Campos, do PSB.
Já Ana Amélia Lemos, do PP, que se alia com Aécio Neves, do PSDB, e José Ivo Sartori, do PMDB, com Campos, estão fora da rota nacional. No peemedebismo a situação é, do ponto de vista ideológico, ainda mais esdrúxula, na medida em que tem o Vice-Presidente da República, Michel Temer, com Dilma.
E o PDT? Nacionalmente está com o PT e aqui… Bem, aqui o aliado de Vieira da Cunha deve ser Aécio Neves. Deve. Por quê? Porque fechou com o DEM, que garante preciosos minutos no trololó eletrônico. O pragmatismo é inteligível aos analistas. Resta saber o que acharão as bases. Não apenas as dos pedetistas, mas as de todos os partidos.
O jornal eletrônico Sul21 produziu, a propósito, um consistente relato do cenário de hoje, no Rio Grande do Sul, como você pode conferir, na reportagem de Jaqueline Silveira. A foto é de Divulgação/TSE. A seguir:
“Cenário político no Estado não repete alianças nacionais
Juntos e misturados. Assim pode ser definido o cenário político no Rio Grande do Sul em relação às eleições de outubro tanto ao governo do Estado quanto à Presidência da República. Os palanques irão destoar, se comparado o cenário gaúcho com o nacional. Alianças em nível nacional não se repetirão, na maioria dos casos, no Estado, e partidos aliados em solo gaúcho apoiam candidatos diferentes na eleição presidencial.
O PP, por exemplo, faz parte da base do governo Dilma, que concorre à reeleição pelo PT, e no Rio grande do Sul estará unido ao principal partido adversário petista nos últimos pleitos ao Palácio do Planalto: o PSDB. No dia 24 de maio, os progressistas lançam a pré-candidatura da senadora Ana Amélia Lemos ao Piratini com a presença do presidenciável tucano Aécio Neves (PSDB). Os dois senadores estarão do mesmo lado na campanha eleitoral no Rio Grande do Sul.
No Estado, o PP fechou aliança com PSDB e o Solidariedade (SDD). Conforme o presidente da sigla progressista, Celso Bernardi, os candidatos a vice e ao Senado da aliança só serão definidos depois do lançamento da pré-candidatura de Ana Amélia. “Fizemos um pacto de só definir os nomes depois do dia 24. Estamos conversando com outros partidos ainda, mas o tripé da aliança é PP, PSDB, Solidariedade”, completa ele. O deputado estadual Cassiá Carpes (SDD) e o deputado federal Marchezan Júnior (PSDB) são nomes cotados para as vagas em aberto…”
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O editor cobra uma coerência ideológica que no Brasil nunca existiu, ao menos na maioria dos políticos. E não vai ser agora que vai aparecer.
Rui Barbosa era monarquista e federalista, ele mesmo dizia que tinha virado republicano nos últimos dias da monarquia. E a facção dele no partido republicano era rival da que existia no RS. Getúlio Vargas fundou dois partidos, um mais a direita (PSD) e outro mais a esquerda (PTB) para acomodar quem o apoiava. Os partidos sempre foram aparentemente "estadualizados", com exceção do Partidão talvez.