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MISTÉRIO. Se ninguém defendia o fim do vestibular, como isso aconteceu? Ronai Rocha tem uma hipótese

O cartaz dos estudantes, colado ao vidro, parecia antecipar o que viria, mais adiante
O cartaz dos estudantes, colado ao vidro, parecia antecipar o que viria, mais adiante

Uma das pessoas ligadas à Universidade que melhor reflete sobre as questões que a ela se referem, na opinião deste editor, é Ronai Pires da Rocha. No BLOGUE “Coisas do Campo”, o professor escreveu, no meio da tarde passada, um artigo absolutamente pertinente. E cuja síntese, imagina o sítio, seja exatamente o que sugere o título desta nota. Mas ele vai adiante e, creia, vale a pena conferir. Ah, a foto é de Deivid Dutra, do jornal A Razão. A seguir:

 “Quem queria o fim do vestibular na UFSM

Ninguém, tanto quanto sabia qualquer leitor de jornal de Santa Maria. Assim, se houve pouca pompa no fim do vestibular da UFSM, a circunstância foi muito curiosa. Para resumir numa frase: ninguém estava pensando no fim do vestibular até a reunião começar. A razão disso é simples: a proposta de adesão integral e imediata da UFSM ao Sisu aprovada no dia de hoje não estava contemplada em nenhuma das propostas divulgadas até ontem. Pelo que se pode ler na imprensa, ontem havia três propostas na mesa de debates do CEPE. Uma delas era defendida pela Reitoria (Vestibular em janeiro, 50% de vagas para cotistas e 30% de vagas para o Sisu), outra pelo DCE (com vestibular em dezembro) e outra pela Comissão de Ensino do CEPE (com vestibular em dezembro e 37,5 de cotistas).

Assim, os três proponentes falavam em manter o vestibular e discordavam na data ou no percentual de cotistas.
A Comissão do CEPE era contra o aumento de cotistas com base na preocupação com a qualidade do atendimento dos mesmos e queria manter o vestibular em dezembro em função do planejamento já feito pelas partes envolvidas.

O DCE acompanhava a comissão, contra o vestibular em janeiro por considerar, mas queria a expansão de cotistas.

A Reitoria queria o vestibular em janeiro, com a expansão dos cotistas.

Como se vê, ninguém queria o fim do vestibular na UFSM. Ninguém seria suficientemente ousado para bancar um prazo de 24 para inscrições no Enem e ninguém seria suficientemente destemido para enfrentar a fúria dos cortejados hoteleiros, donos de restaurantes, proprietários de cursinhos, estudantes em geral do PS1 e 2, e por aí vai.

Esse parece ser um caso interessante para análise sobre a forma de certos processos decisórios em instituições.

Penso – mas posso estar muito equivocado nisso – que o impulso ético que presidiu a proposta, hoje, veio dos estudantes. De todos os segmentos, trata-se do menos comprometido com a perspectiva local, do lugar. A bancada estudantil procura situar-se em outro espaço, menos ligado aos assuntos comunais imediatos. Pois, por isso mesmo, o episódio do fim do vestibular da UFSM pode marcar simbolicamente o fim da vocação “geoeducacional” da Ufesm, líder que se imaginava de um “distrito geoeducacional”, como dizia seu reitor fundador. E com isso ela dá mais um passo, a ser melhor compreendido…”

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9 Comentários

  1. é óbvio, esta mais na cara que barba, ninguém percebeu ainda… quem será o candidato as eleições municipais daqui a dois anos??? podem anotar

  2. A aldeia deixa de ser o umbigo do mundo e alça voo para a igualdade. o filho do porteiro,da gari,da domestica, do servente de pedreiro vão estar com as mesmas possibilidades dos filhos dos professores UFSM,dos médicos dos latifundiários de cursarem a Universidade.Este fato incomoda muita a casa grande ou aqueles pensam que fazem parte da mesma.22 de maio de 2014 ficará na História de Santa Maria,pensei que não iria viver para ver esse dia

    h

  3. Fiz o segundo grau muitos há muitos anos em escola não pública, sou branco, segundo o governo pertenço a classe média baixa, se decidir voltar a estudar não tenho modo nenhum de entrar na UFSM para fazer um curso superior. E a igualdade perante a Lei prevista na Constituição Federal onde fica?

  4. Enquanto os bárbaros invadem Roma, o bom é rir muito. O Fundador inventou o distrito geoeducacional. Mas era favorável a expansão do ensino. Tinha o maior distrito, englobava até Roraima.
    A primeira universidade não foi Bolonha. Foi Fez no Marrocos. Direito, medicina, filosofia…
    Cursinhos? Vão virar cursinhos para o Enem. Comércio/hotelaria? Aumenta-se a margem de contribuição e corta-se custo. Ou seja: aumenta custo de vida e desemprego. Quanto não dá para dizer.
    Decisão em cima do laço? Sim. O prazo de inscrição termina hoje. DCE era favorável? Sim, é controlado por um partido do governo. O ENEM é ideológico? Sim, é. E as novas IFES são bastante aparelhadas pelo governo de plantão.
    Quem saiu prejudicado? Os estudantes. Colocaram 10 tubarões no tanque deles. Faltou uma regra de transição. E a universidade? Pelos sintomas estava com muitas vagas ociosas. Excesso de oferta.

  5. Caros amigos, quanto do comercio local, quem perdurou frente as grandes redes que aqui aportaram? Cheguei aqui em 1967, e sinceramente o que mais percebi neste período até hoje, foi um decréscimo nas iniciativas locais, com raríssimas exceções e estas quase todas com nicho localizado e foco apoiado por iniciativas das industrias multinacionais.

  6. Todos bradam o senso de igualdade social, todos falam em globalização, mas poucos se dispõe deixar de marcar território, de abrir mão de conceitos provincianos de exclusividade e de proteção. Temos que admitir que vivemos um momento de plena demonstração de capacidade administrativa, tecnológica e de não acomodação. Nossos filhos são para o mundo e no mundo terão que competir e demonstrar toda sua agilidade e conhecimento de lutar por si, então preparemos eles desde já para isto, o paternalismo está comprovado que só gera retrocesso e acomodação ….

  7. De vez em quando o prof. Ronai deixa o Olimpo, onde vive com os deuses atenienses em perfeita harmonia, para num lampejo, vir ensinar como é que deveriam ser os processos decisórios na Ufsm.

  8. Particularmente estupefata pe;as razões acima: tudo que sei é que NÃO TER MAIS VESTIBULAR era pauta inexistente.
    Espero que não venhamos a saber futuramente que este ATO, teve outro mérito que não seja a EDUCAÇÃO.
    Quanto ao POLO GEO-EDUCACIONAL, creio que o DR Mariano da Rocha se vivo fosse, estaria com certeza bradando contra isso. A vocação da UFSM sempre foi no sentido de suprir o ENSINO SUPERIOR neste POLO já citado. Ou estou sonhando que era este o fim da criação da UFSM?
    Se vai ser bom o fim do VESTIBULAR, espero que o tempo não me dê razão.

  9. Vergonhoso ler um artigo desses…
    Onde já se viu cogitar o fim da vocação geoeducacional da UFSM…

    Agora sim que a UFSM vai deixar de ser um polo bairrista e tentar alçar vôo.

    Perde o comércio num primeiro momento.
    Ganha a cidade.
    Ganha a diversidade.
    Ganha a igualdade.
    Ganha a universidade.

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