SM MAIS (2). R$ 340 milhões para facilitar o trânsito nos acessos a Santa Maria. Uma vai terminar em 2015
Além da ERS-509, a Faixa Velha para Camobi, que já começou a ser duplicada, também serão alargadas as BRs 185 e 287, no entorno da cidade
Por JOYCE NORONHA e MARCOS FONSECA (também autor das fotos), Especial
A mestranda em Química Inorgânica Cibele Mensch Canabarro, 25 anos, mora no Centro de Santa Maria, mas estuda e trabalha no campus de Camobi, da Universidade Federal (UFSM). Os 10 quilômetros que separam sua casa do bairro universitário fazem a jovem enfrentar um drama diário e comum a milhares de outros santa-marienses: o conturbado trânsito do Coração do Rio Grande. De carro ou ônibus, a viagem, que deveria ser feita em 15 minutos, leva até uma hora devido aos congestionamentos provocados por uma frota de mais de 120 mil veículos – uma das 100 maiores do Brasil.
Como depende de transporte público, o dia de Cibele começa bem cedo. Ela acorda às 6h. Arruma-se e corre para não perder o horário do ônibus que a leva para a instituição de Ensino Superior. Cibele aprendeu na prática, e de maneira nada agradável, que o coletivo que passa apenas 10 minutos depois no ponto acaba levando 40 minutos a mais para chegar até a UFSM. Culpa do trânsito.
Mas Cibele e muitos outros estudantes e trabalhadores que precisam se locomover diariamente entre o Centro e o bairro mais populoso de Santa Maria sabem que os dias de agonia estão contados. A expectativa é que o ponto nevrálgico do trânsito, um trecho de apenas quatro quilômetros da ERS-509, a conhecida Faixa Velha de Camobi, está sendo duplicado.
O governo do Estado está investindo R$ 29,9 milhões na duplicação da 509. O serviço teve início em dezembro do ano passado e, pelo contrato, tem prazo para a finalização no final de 2015.
A obra prevê diminuir o caos em uma das principais rodovias de acesso à Universidade Federal de Santa Maria, principalmente nos horários de maior movimento, que são entre as 7h e as 9h, 11h30 as 13h30 e das 17h as 19h. Nesses horários, esse pequeno trecho fica com o trânsito completamente parado. Leva-se até 30 minutos para percorrer os 4 quilômetros entre a região da Igreja do Amaral e o Trevo do Castelinho, na BR-158. “Espero que a duplicação resolva, porque não dá mais para levar o dobro de tempo de viagem”, afirma Cibele.
Após dois anos e meio de negociações, um impasse quase adiou o começo das obras. Nas proximidades da Faixa Velha, há sítios paleontológicos, com fósseis de pelo menos 225 milhões de anos. Para resolver o problema, um paleontólogo acompanhará a obra durante o período de escavações de preparo do terreno. Nada escapa aos olhos do especialista. A medida visa garantir a preservação de possíveis fósseis na área está localizada sobre uma camada de solo e rocha do período triássico.
Quando o trecho terminar de ser duplicado, os santa-marienses contarão com faixa dupla para o trânsito entre a cidade e Camobi. Isso ajudará a desafogar o trânsito e reduzirá, por consequência, o fluxo de veículos na BR-287, a Faixa Nova, rodovia federal que corre paralela à ERS-509 e também serve de corredor entre a sede do município e o bairro onde fica o campus da UFSM.
Travessia Urbana deve sair do papel este ano
Um dos maiores investimentos em mobilidade nos 156 anos de história de Santa Maria também está prestes a sair do papel. É a Travessia Urbana, nome adotado para a megaobra de duplicação de rodovias federais que rodeiam a cidade Coração do Rio Grande.
O investimento é gigantesco. Serão empregados R$ 310 milhões, dos cofres federais, para ampliar duas das três BRs que cruzam no entorno de Santa Maria: a 287 e a 158. No total, 14,5 quilômetros de asfalto ganharão duplicação. O projeto prevê construir duas novas pistas paralelas ao traçado atual das rodovias federais entre a ponte do Arroio Taquara, perto do campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), e o Trevo do Castelinho, entroncamento com a ERS-509.
O projeto prevê, além de faixas duplicadas, passarelas e viadutos para melhorar o tráfego de veículos e dar maior segurança aos pedestres ao cruzar as rodovias.
As ordens de serviço para a Travessia Urbana foram assinadas no final de outubro de 2013. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), os consórcios vencedores dos dois lotes da licitação têm prazo de até seis meses para apresentação dos projetos executivos. As máquinas devem começar os trabalhos após análise do Poder Executivo, o que está previsto para ocorrer ainda em 2014.
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