SM MAIS (3). O canteiro de obras na UFSM – que mostra as marcas da ampliação do ensino superior
O campus de Camobi dobrou o número de vagas ofertadas para novos alunos desde 2009 e, de lá para cá, aumentou em 50% a sua área construída
Por JOYCE NORONHA e MARCOS FONSECA (também autor das fotos), Especial
Não é apenas a rodovia que leva estudantes até a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que está em ampliação. Além da ERS-509, que está sendo duplicada como já foi mostrado nesta série de reportagens, a própria instituição de Ensino Superior cresce cada vez mais com investimentos de novos prédios e expansão com os campi em outros municípios.
Nos últimos quatro anos, o número de alunos matriculados nos cursos de graduação da UFSM cresceu 22%, saltando de 14,7 mil, em 2010, para 18 mil em 2013. Assim como o número de estudantes aumentou, as vagas ofertadas também. As 4,5 mil vagas abertas no vestibular para 2014 são o dobro do que no concurso de 2009.
Ampliar o número de vagas implica em expandir a estrutura física da instituição de ensino. Ao caminhar pelo campus de Camobi é possível perceber dezenas de obras em andamento, todas com o intuito de melhorar o atendimento à comunidade acadêmica. Em quatro anos, a área construída da universidade federal cresceu 50% para abrigar novas salas de aula, laboratórios e outros setores. De 200 mil, em 2009, hoje são 300 mil metros quadrados edificados.
E as obras não param. Atualmente, a chamada Cidade Universitária é um verdadeiro canteiro de obras. Para cada lado que se olhe, há um prédio recém-construído ou sendo erguido. Em meio aos mais de 35 mil estudantes, professores e servidores técnico-administrativos em educação, diariamente circulam máquinas e operários trabalhando a todo o vapor.
A instituição, que recebe alunos de todo o país, abriga na Casa do Estudante Universitário (CEU) acadêmicos, homens e mulheres, que comprovam a necessidade de residir ali. Eles devem preencher um formulário para ter direito ao beneficio socioeconômico.
Há três complexos de apartamentos para acolher os universitários que buscam, na UFSM, a chance de realizar o sonho de obter o diploma e ter um futuro digno. Segundo o pró-reitor de Infraestrutura, Eduardo Rizzatti, um bloco da CEU 1, no campus, passa por reformas por ser uma edificação antiga. Rizzatti menciona que há planos para a construção de novos blocos da Casa devido à demanda crescente. “Queremos criar um projeto mas com mais condições aos moradores, com espaço para recreação. Queremos mostrar que há espaço para permanência dos estudantes”, relata o pró-reitor.
Além de moradia, a UFSM dispõe aos estudantes o Restaurante Universitário (RU), que, assim como as casas, precisou de ampliação com o passar dos anos. De acordo com Rizzatti, o mais novo restaurante, o refeitório 2, foi inaugurado há cerca de três anos e fica dentro do campus de Camobi. O local conta com uma área total de 1.177 metros quadrados. O ambiente reúne dois bufês e 360 lugares. No total, Santa Maria conta com três restaurantes universitários.
Conforme o pró-reitor de Infraestrutura, no campus de Camobi estão em andamento também as obras de ampliação do Pronto-Atendimento do Hospital Universitário (Husm) e o prédio que atenderá aos cursos de Odontologia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. O imóvel fica nos fundos do Husm. Próximo ao Planetário, três prédios estão em construção para o Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), onde ficará a Biblioteca da Humanidade.
Uma das maiores obras da universidade federal é o Centro de Convenções, que está em construção há cinco anos e deve levar mais um anos para ficar pronto. O complexo conta com um anfiteatro com capacidade para 1,3 mil pessoas, além de auditório e área para realização de formaturas. A obra tem custo de R$ 10,8 milhões e conta com um enorme palco, onde serão instaladas 17 varas de cena (local em que são afixados a iluminação e o cenário) e um fosso para Orquestra Sinfônica da UFSM. A estrutura contará com camarins individuais e coletivos, salas para oficinas e eventos menores, área administrativa, área para armazenamento e manutenção de instrumentos e uma sala de ensaio com as mesmas dimensões do palco.
Além das ampliações e melhorias das áreas de estudos e pesquisas e da acomodação aos estudantes, o bem-estar de todos os frequentadores do campus também faz parte dos planos de expansão da UFSM. Eduardo Rizzatti menciona que estão sendo planejados ajustes na área externa para bem recepcionar os visitantes. “Nos finais de semana, a universidade funciona como um parque, então pensamos em pontos para atender esse público”, diz o pró-reitor. Entre os projetos, estão previstos uma ciclovia, banheiros e – para não esquecer a tradição gaúcha – máquinas de água quente para o chimarrão.
ALÉM DOS LIMITES DE SANTA MARIA
A Universidade Federal de Santa Maria não investe apenas em obras para o campus de Camobi. A instituição fez uma descentralização dos serviços e conta com três campi em funcionamento nos municípios de Frederico Westphalen, Silveira Martins e Palmeira das Missões.
No momento, as atividades educacionais nessas cidades acontecem em prédios cedidos ou nas edificações concluídas da UFSM. De acordo com o pró-reitor de Infraestrutura, Eduardo Rizzatti, todos os campi têm projetos para abrigar casas do estudante, salas de aula, biblioteca e restaurante universitário.
E a expansão do Ensino Superior tende a continuar. Um quarto campus será implementando em Cachoeira do Sul. Segundo Rizzatti, o projeto está em fase de conclusão e será licitado em breve para escolher a empreiteira do serviço. “Devemos começar as obras ainda este ano”, adiante o pró-reitor de Infraestrutura. A presença da UFSM em Cachoeira do Sul, cidade de 86 mil habitantes na região da Depressão Central do Estado, é uma reivindicação antiga daquela comunidade e conta com o apoio da prefeitura da cidade conhecida como capital nacional do arroz.
A UFSM EM NÚMEROS
– 4.576 vagas ofertadas para a graduação em 2014
– 28,8 mil estudantes de cursos técnicos, graduação e pós-graduação
– 125 cursos de graduação
– 48 cursos de mestrado
– 25 cursos de doutorado
– 1.856 professores
– 2.827 técnico-administrativos em educação
– 300 mil metros quadrados de área construída
– 4 campi universitários
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