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SM MAIS (8). Arranjos Produtivos Locais, o nome estranho para um grande indutor de desenvolvimento

Os Arranjos Produtivos Locais de Santa Maria são aglomerados formados por 70 empresas dos setores de metalmecânica e tecnologia da informação que se uniram para reforçar seus negócios, alavancar o desenvolvimento e ajudar a fixar na cidade os profissionais formados pelas instituições de ensino locais 

Por JOYCE NORONHA e MARCOS FONSECA, Especial

SM MAIS SELOO sonho de investimento na área industrial de Santa Maria é antigo para muitos empreendedores da cidade e também de governantes locais. Ainda a passos lentos (e em alguns setores já bem mais apressados), é possível ver progresso neste caminho. A assinatura do convênio dos Arranjos Produtivos Locais (APL), em agosto do ano passado, entre o governo do Estado e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) é uma prova de que esse caminho começa a se solidificar. Os dois projetos de Tecnologia de Informação e Comunicação e do Setor Metalmecânico, inscritos pela Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), ficaram em primeiro e segundo lugares entre os oito escolhidos no Rio Grande do Sul para receber uma injeção de recursos financeiros do Estado.

O nome dessa iniciativa é estranho, mas os objetivos são claros e diretos: atingir o crescimento e o desenvolvimento de pequenas empresas e da região onde atuam. De acordo como superintendente executivo da Adesm, Diogo De Gregori, APL é um conglomerado de empresas com interação entre si, com o poder público e com instituições de ensino. Em Santa Maria, são dois projetos de APLs que, segundo De Gregori, visam aumentar o faturamento dos empreendimentos e, por consequência, movimentar a economia da Região Centro.

Ele explica que uma vez por mês a governança de cada APL, composta pelos gestores entidades participantes, se reúnem para debater as políticas do Arranjo. O superintendente executivo aponta a geração de empregos e a capacitação das marcas de Santa Maria como os principais resultados dos APLs.

O gestor executivo do APL Centrosoftware, Santos Viana, compara o Arranjo Produtivo Local a uma cooperativa. Mas o foco dos APLs é um pouco diferente. Ele diz que o objetivo é congregar empresas de pequeno porte, que visam lucro e crescimento físico e econômico de Santa Maria. O diferencial está na reunião de negócios que têm dificuldade de competir com grandes marcas. “Não usamos a nomenclatura ‘cooperativa’, pois uma cooperativa tem visão mais comunitária, e os APLs pensam em expansão e rentabilidade”, aponta Viana.

Pelo reconhecimento dos APLs, a cidade receberá um repasse de R$ 400 mil ao longo de quatro anos, do governo do Estado, sendo R$ 100 mil por ano, para cada projeto. Conforme Viana, é possível fazer captação por meio de impostos, como o de Circulação de Mercadorias (ICMS) ou o Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Assim, o total de recursos para cada APL pode chegar até R$ 4,4 milhões.

 

Tecnoparque: a busca de profissionais já no ensino médio. O futuro não está distante
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BUSCA DE PROFISSIONAIS CAPACITADOS NA REGIÃO

Atualmente, a região central do Rio Grande do Sul sofre carência de mão de obra especializada para trabalhar nos APLs. Técnicos para a indústria metalúrgica e programadores para atuar com software e hardware são importantes para o andamento dos projetos.

Viana conta que existe uma dinâmica de visitas a universidades e escolas de Ensino Médio para fazer o direcionamento de jovens ao profissionalismo. Ele esclarece que por meio do programa Jovem e Tecnologia, em princípio são escolhidos 400 estudantes do Ensino Médio, que passam por um processo seletivo. Depois este número cai para 40 e, após uma fase de entrevistas, resulta em 20 alunos selecionados.

Esta seleção dá bolsa para que esses estudantes façam o curso superior em áreas específicas enquanto realizam estágio dentro da APL. “É como uma experiência de trainee. Enquanto estuda na faculdade, já coloca em prática. Isso é para mostrar que não é preciso buscar gente de fora, ou então que os profissionais precisam sair de Santa Maria. Há demanda aqui mesmo”, comenta Viana, do Centrosoftware.

 

Metal-mecânico, só serralherias, há mais de 300 que podem integrar APL (Divulgação)
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METALCENTRO BUSCA CRESCER JUNTO COM A CIDADE

O Arranjo Produtivo Local Metalcentro é formado, no momento, por 30 empresas do setor metalmecânico local, na região Centro do Estado. De acordo com o superintendente executivo da  Adesm, Diogo De Gregori, o objetivo é aumentar o número de empreendimentos participantes, já que existem mais de 300 serralherias de pequeno e médio porte que não integram o programa. Ele diz que se a empresa faz parte da área de atuação do Arranjo Produtivo, pode integrar a rede.

A entidade gestora do Metalcentro é a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism) e o gestor executivo do APL é Alessander Pavanello.

Fique de olho:

Empresários interessados em integrar o APL do setor metalmecânico podem procurar a Adesm, que centraliza as informações sobre os projetos, ou então contatar diretamente o gestor executivo pelo endereço eletrônico [email protected].

CENTROSOFTWARE E A FORÇA DA REGIÃO NO SETOR

A aprovação do APL Centrosoftware só reforça o reconhecimento de que a região de Santa Maria é um polo de tecnologia. Conforme o gestor executivo da APL, Santos Viana, a rede de instituições participantes já está criada e conta com 40 empresas de Santa Maria e de municípios do COREDE Central. Viana afirma que a verba de R$ 100 mil para o ano de 2014 já foi repassada e, a partir de junho, começará a captação de impostos para os integrantes do APL de tecnologia em informação.

Segundo o superintendente executivo da Adesm, assim como no Metalcentro, é possível integrar a rede do Centrosoftware, que tem como entidade gestora o Santa Maria Tecnoparque.

Fique de olho:

Para agregar o empreendimento ao APL de tecnologia da informação é possível procurar a Adesm, ou enviar e-mail para [email protected],aos cuidados do gestor executivo, Santos Viana.

ENTENDA MELHOR O SIGNIFICADO DE APL

O que é APL?
Arranjo Produtivo Local (APL) caracteriza-se por um aglomerado significativo de empreendimentos em determinado território e indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, que compartilham formas de cooperação e algum mecanismo de governança. O Arranjo pode incluir pequenas, médias e grandes empresas.

Principais características de um APL:

• a dimensão territorial (os atores do APL estão localizados em certa área onde ocorre interação);
• a diversidade das atividades e dos atores (empresários, sindicatos, governo, instituições de ensino, instituições de pesquisa e desenvolvimento, ONGs, instituições financeiras e de apoio);
• o conhecimento tácito (conhecimento adquirido e repassado através da interação, conhecimento não codificado);
• as inovações e os aprendizados interativos (inovações e aprendizados que surgem a partir da interação dos atores);
• a governança (liderança do APL, geralmente exercida por empresários ou pelo seu conjunto representativo – sindicatos, associações).

Fonte: Secretaria Estadual de Desenvolvimento do Espírito Santo

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