SM MAIS (9). Saúde, outro polo de desenvolvimento que cresce na cidade. Policlínica Wilson Aita é exemplo
Com o Hospital Regional próximo de inaugurar, o projeto de construção do hospital-escola da Unifra e outros empreendimentos privados, o setor de serviços de saúde de Santa Maria ganha fôlego. São mais de R$ 225 milhões de investimentos. Um exemplo dessa expansão é a Policlínica Provedor Wilson Aita, que reúne diversas especialidades médicas para atender a região
Por JOYCE NORONHA e MARCOS FONSECA, Especial
Santa Maria cresce em diferentes frentes. Para as autoridades locais, pelo menos dois polos se vislumbram para os próximos anos: o de defesa militar (que será tema de uma próxima reportagem da série Santa Maria MAIS), e o da saúde.
O polo da saúde será o resultado dos investimentos que permitirão alavancar o setor de serviços do setor. São mais de R$ 225 milhões, em recursos públicos e privados, que já resultam em empregos e maior oferta de atendimento à saúde da população.
O empreendimento mais próximo de ser inaugurado é o Hospital Regional, que já foi tema de REPORTAGEM da série. O investimento de R$ 45,4 milhões busca suprir a carência de leitos hospitalares na região, oferecendo 277 vagas para atendimento de graça aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A ênfase será em reabilitação motora. O hospital deve empregar 2 mil servidores. O governo do Estado promete pôr o Regional em funcionamento parcial até o final de 2014.
Outro projeto já focado aqui é o hospital-escola do Centro Universitário Franciscano (Unifra), um megainvestimento privado de R$ 140 milhões e quase 400 leitos que também deve abrir mais de mil postos de trabalho. A obra ainda aguarda a autorização dos órgãos governamentais para sair do papel. O oitavo hospital da cidade deve funcionar no Bairro Nossa Senhora de Lourdes em data ainda não definida.
Além dos complexos hospitalares, o polo de saúde se solidifica com outros tipos de investimentos. Há inúmeras clínicas particulares que oferecem serviços de diagnóstico, radiografias, ultrassonografia, biopsias, eletrocardiogramas, entre outros. Um dos lugares com a maior centralização de especialidades médicas hoje na cidade é a Policlínica Provedor Wilson Aita, que faz parte do Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. Idealizada pelo engenheiro e professor Wilson Aita, a obra de 14 andares levou quatro anos para ser concluída e recebeu investimento de R$ 40 milhões, de acordo com o provedor do HCAA, Walter Jobim Neto.
O provedor define os 14 andares da policlínica como “um conjunto de salas destinadas a tratamentos de saúde”. Jobim Neto diz que no local funcionam consultórios e clínicas das mais diversas especialidades, e que o trabalho dos médicos é realizado de maneira interligada ao HCAA. “De dentro do consultório, o médico tem acesso ao prontuário do paciente, e dali mesmo pode prescrever receitas e o tratamento”, conta. O provedor menciona que há planos de melhorar esse sistema, de forma que o profissional da saúde possa, além de ver o prontuário, ter acesso a imagens de exames dos pacientes, como raio-X e outros. Ele destaca que é um avanço tecnológico que está previsto para um futuro próximo.
ALÉM DE 14 ANDARES, A CONQUISTA DO CÉU
Durante a edificação do imponente prédio da policlínica, localizado na Avenida Presidente Vargas, ao lado do Hospital de Caridade, surgiu o questionamento sobre os pacientes que precisam ser deslocados rapidamente, por via aérea. Segundo o provedor do HCAA, Walter Jobim Neto, a informação que recebeu do comandante da Base Aérea de Santa Maria é que o heliponto mais próximo seria o campo de futebol em frente ao Quartel da Brigada Militar, na Rua Pinto Bandeira. “Imagina a pessoa está vindo de helicóptero para Santa Maria, por que precisa de tratamento urgente. Depois precisa ser colocada em uma ambulância e ainda enfrentar o trânsito da cidade”, aponta.
Como solução, foi decidido acrescentar um heliponto (base homologada pelas autoridades para pouso e decolagem de helicópteros) no topo do edifício da policlínica Wilson Aita, ainda no período de obras do local. Entretanto, pequenas modificações foram feitas no projeto inicial da policlínica, conforme Jobim Neto. Como troca dos elevadores, para outros que coubessem as macas de pacientes, e algumas estruturas de corredores para facilitar a passagem dos pacientes transportados pelas aeronaves de socorro.
De acordo com o provedor do complexo hospitalar Astrogildo de Azevedo, o heliponto ainda não está funcionando, pois falta liberação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ele esclarece que está tudo certo e dentro dos padrões, mas é preciso a liberação do órgão para o pleno funcionamento. “São questões de burocracia”, justifica.
INVESTIR PARA COLHER OS FRUTOS
Conforme Jobim Neto, metade do recurso para edificação da Policlínica Provedor Wilson Aita, ou seja, R$ 20 milhões, foi captada com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). A outra metade foi de recursos próprios do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. O provedor diz que o financiamento está sendo quitado com o valor arrecadado com aluguel das salas da policlínica. “Hoje quase todo o valor da parcela vem da própria policlínica, e o complexo quase não mexe mais em verba própria para os pagamentos das parcelas.”, esclarece. Segundo Jobim Neto, faltam cerca de seis anos para o empréstimo com o BNDES ser totalmente pago.
Ele lembra que todo o valor arrecadado na policlínica é revertido em melhorias do complexo hospitalar nas três unidades: Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, Hospital Alcides Brum (que atende o SUS) e a Policlínica. Depois da dívida quitada, o provedor garante que mais investimentos serão realizados no aperfeiçoamento do complexo. “Foi um investimento que fizemos visando beneficiar a comunidade. Agora, temos de ajustar o financiamento até que chegue no ponto em que todo o faturamento seja revertido para a própria instituição”, explica. De acordo com o provedor, poucas salas ainda estão vagas para aluguel no edifício.
QUEM FOI WILSON AITA
Wilson Aita foi provedor Emérito do Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo (HCAA), por onde serviu durante muitos anos, e considerava o complexo hospitalar como seu “sexto filho”. Ajudou na construção e administração da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde destacou-se também como professor. Foi um dos criadores do Centro de Tecnologia da instituição de Ensino Superior, fundado em 1970. Aita também trabalhou na organização da TV Imembuí e nos veículos de comunicação da UFSM.
Era piloto e tinha a aviação como hobbie. Também gostava de radioamadorismo. Participava da “corrida de código Morse”, na qual os participantes disputavam quem conseguiria decodificar primeiro a mensagem. O professor e engenheiro civil participou ativamente do projeto e construção da Policlínica que hoje leva seu nome.
Aita sofria do Mal de Parkinson havia 10 anos e faleceu na noite de 2 de agosto de 2013, aos 91 anos. Viúvo desde 1998, deixou quatro filhos vivos, cinco netos e um bisneto.
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