ALIANÇAS. Ninguém é de ninguém e ideologia ou programas de governo são apenas um mero detalhe
Virou um verdadeiro vale-tudo. Nesses últimos dias de convenções, em que os partidos definem candidatos e alianças, o que menos se percebe é ideia. Plano de governo? Mero detalhe. E olha que, pelo menos no Rio Grande do Sul, ainda se preserva alguma coisa – não obstante coligações que unem DEM e PDT, para ficar em um exemplo do que seria algo antagônico até tempos atrás.
Mas em outros Estados a coisa é simplesmente horrorosa, para quem prega um mínimo de identidade entre os coligados a qualquer coisa. O Rio de Janeiro, então, virou uma mixórdia, como mostra, entre outros, o jornalista Marcelo de Moraes, no blogue “O poder sem segredos”, na versão online d’O Estado de São Paulo. Ele tenta, inclusive, uma explicação. Se é que isso é possível. A foto é de Divulgação. A seguir:
“Alianças eleitorais viram um verdadeiro vale-tudo…
…Na reta final para a definição de todas as candidaturas pelo País afora, alianças e rompimentos inimagináveis estão sendo fechados pelos partidos políticos. Velhos adversários, considerados irreconciliáveis, se acertam e tradicionais parceiros se afastam. Tudo em nome de aumentar as possibilidades de vitórias nas eleições de outubro.
Só essa necessidade explica, por exemplo, os acordos fechados no Rio de Janeiro. O PMDB local apóia oficialmente a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas já embarcou quase na sua totalidade na campanha do tucano Aécio Neves, principal candidato de oposição. O último movimento nesse sentido mostra o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) topando abrir mão da disputa pela vaga no Senado em favor de seu ex-inimigo César Maia (DEM) para atrair o apoio do DEM para a campanha de Luiz Fernando Pezão (PMDB), seu candidato à sucessão. E a costura de toda a operação foi organizada justamente por Aécio, interessado em fazer do PMDB fluminense seu palanque no Estado.
Essa aliança fica mais explicável a partir do momento em que foi facilitada pela parceria firmada entre o PT e o PSB locais, com o ex-jogador Romário se aliando ao candidato petista ao governo Lindberg Farias. Pouco importa se no plano nacional Lindberg pede votos para Dilma e Romário para Eduardo Campos (PSB). Afinal, em tese, Dilma também apoiaria vários candidatos de sua base no Rio, como os próprios Lindberg e Pezão, além de Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR)…”
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Idiossincrasias ideológicas não são tão incomuns. Dilma se reúne com o vice presidente dos Estados Unidos para tentar melhorar as relações. Depois vai para a convenção do PT onde um dos documentos orientadores afirma que "Esta herança maldita se materializa, hoje, em três dimensões principais: o
domínio imperial norte-americano…defendemos o
aprofundamento da soberania nacional, a aceleração e radicalização da integração latino-americana e caribenha, uma política externa que confronte os interesses dos Estados Unidos…". E alguém pode dizer que faz parte do jogo eleitoral. Então não vale? Alguém está sendo enganado…