QUE TAL?! Palacete da SUCV convive com quatro concorrentes ao Piratini. Schirmer explica como será

É uma situação inusitada, até onde vai o bestunto (e também o arquivo) do editor. Todos os candidatos competitivos ao Palácio Piratini estão alojados politicamente no Palacete da SUCV. E isso, de alguma maneira, terá que ser organizado pelo comandante, Cezar Schirmer. Afinal, não seria interessante a ele ver seu time brigando entre si, enquanto a disputa corre feia lá fora.

Com o perdão do linguajar, mas é assim mesmo que acontece na política. Afinal, olhar de cara feia, mesmo que por alguns meses e depois “estamos todos bem”, é do jogo. Como administrar isso, é a questão? Ah, antes, os fatos.

O candidato do PMDB, José Ivo Sartori, é o do prefeito. E de um punhado de secretários. Mas longe está de ser o único. O vice-prefeito, José Farret, outros assessores importantes, inclusive o Chefe de Gabinete de Schirmer, apoiam (e fazem campanha por) Ana Amélia Lemos, do PP.

Só isso? Nananinanão.

O PDT tem seu próprio nome ao Piratini, Vieira da Cunha. Que tem, na prefeitura, afora um grupo importante de CCs, o secretário de Mobilidade Urbana, Miguel Passini. E o, entre aspas, “inimigo” de todos, pelo menos em nível local, Tarso Genro, também está presente no governo Schirmer. Seja via os CCs do PC do B ou por uma secretaria entregue ao PTB, com Margarida Mayer.

Resumo da ópera: todos estão na administração municipal. Mas todos, meeeesmo, entre os concorrentes de fato ao Governo do Estado. Como Schirmer pretende lidar com essa situação, de maneira que o principal interessado, o cidadão de Santa Maria, não seja prejudicado? Confira o que ele disse, com exclusividade, em entrevista intermediada pela assessoria de imprensa e respondida por e-mail. A seguir:

CLAUDEMIR PEREIRA –  Qual será o comportamento do prefeito em relação aos seus parceiros de governo e adversários na disputa estadual?

CEZAR SCHIRMER –  A eleição no município é resultante de uma ampla coligação, na qual os partidos que nos apoiaram compõe coligações diferentes nos planos estadual e nacional. A mim cabe respeitar as autonomias destes partidos e preservar as nossas boas relações locais.

CP – Vai receber os candidatos (todos), quando eles vierem a Santa Maria ou apenas o do PMDB, seu partido?

CS – Como fiz na eleição passada para governador, senador e presidente, receberei todos os candidatos que manifestaram interesse em nos visitar. Sou o prefeito de todos os cidadãos de Santa Maria, independente de partido e de eleição, por isso me cabe preservar o interesse da comunidade.

CP – Haverá algum tipo de regra interna, especialmente em relação aos cargos de confiança, para o procedimento a ser adotado durante a campanha eleitoral?

CS – Sim, no rigoroso cumprimento da lei. Em horário de expediente e dentro dos próprios municipais, ninguém fará campanha para qualquer candidato.

CP – Como o prefeito avalia essa circunstância, de resto absolutamente insólita, e que se verifica nesse momento histórico em Santa Maria.

CS – Um país com mais de 30 partidos, com as mais diferentes coligações, o que acontece aqui, acontece em todos os municípios. As coligações locais não guardam correspondência com as coligações nacionais e estaduais. Cada instância federativa obedece aos seus próprios interesses e critérios. O que é bom para Santa Maria não necessariamente é bom para Canoas ou Pelotas. O que é bom para o Rio Grande do Sul não é necessariamente bom para Minas Gerais ou Rio de Janeiro. E assim sucessivamente.