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Antes do fim dos tempos – por Márcio Grings

Derrubaram um avião na Ucrânia. Entre tantos inocentes, tinha um monte de cientistas naquele voo. Na verdade, tem um monte de aviões caindo. De repente, todos os escritores da nação começaram a morrer. A Alemanha goleia o País do Futebol, merecidamente, diga-se de passagem, e ensina ao mundo como se ganha uma Copa do Mundo. Ah, e vêm aí as eleições! Os políticos estão mais perigosos. Eles e suas mãos estendidas. Em busca de votos, é claro. Tudo pode ficar pior. ‘Tava pensando: devido ao Facebook, nunca tivemos tantos amigos. Amigos da onça exercendo a política virtual da boa vizinhança.

Diante de inúmeros canais, inutilmente zapeamos o controle remoto em busca de um programa interessante. As rádios tocam o pior da música de todos os tempos. Quanto aos jornais, cada vez mais, essas páginas mal escritas não merecem uma simples passada de olhos. As revistas estão forradas de propaganda perfumada. Desconfie de tudo que é demasiadamente asséptico. Em São Paulo a chuva não dá as caras faz meses. As torneiras estão secando. Depois de tanto caldo que desabou do céu, no Rio Grande do Sul, centenas ainda estão com as casas debaixo d’água. Você não tem a sensação de que tudo esboroa pela borda?

Os heróis de ontem viraram uma trupe de velhos gagás. Os garotos de hoje não largam o celular e curtem a obesidade precoce como campeões de vídeo game. Enquanto isso, todas as meninas do mundo estão preocupadas em perpetuar o efêmero. As mulheres que tiraram o sutiã nos anos 1960 estão pensando em colocá-lo novamente no lugar de onde essa peça nunca deveria ter saído. Vejo empresas jurando que valorizam o material humano, mas na verdade apenas arquitetam a maneira mais medonha de gerar lucros fáceis.

Estão matando milhares em Gaza. Centenas são crianças. E você ainda acha um saco ter que buscar seu filho no colégio todos os dias? Ah, vá (…). Reclama que não consegue pagar as contas do mês? É um daqueles sujeitos que vê o lado ruim até nas coisas boas? Sim, eu sei, o mundo virou uma zona. O trem descarrilou faz tempo, todos nós sabemos. Mas antes que um novo tsunami, terremoto ou bomba do ‘raio que o parta’ exploda na sua cara, ainda dá tempo de mudar esse roteiro viciado e com final previsível.

Quem sabe comece pelo início. Esqueça a novela, passe batido pelo noticiário e mude de canal. Melhor: desligue a porra da TV!

Esvazie seu guarda-roupa, doe seus pertences que estão no limbo. Gaste seu tempo e grana com algo que não lhe traga apenas satisfação pessoal, mas principalmente para os pares. Não dá pra ficar olhando a areia escorrer pela ampulheta e continuar de braços cruzados. O mundo não vai mudar, de jeito nenhum, não vai mesmo, contudo, quem sabe, pequenas transformações sejam operadas aos poucos.

Vale o bordão: “Olhe pra trás”. E até mesmo para o lado e esqueça o que vem pela frente. Não sofra por antecipação. Você não tem tantos motivos assim pra reclamar da vida. Então, levante esse rabo e mãos à obra!

Hoje é o que interessa.

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