ECONOMIA SOLIDÁRIA. Feicoop realiza plenária sobre alimentos e seminário sobre Nelson Mandela
POR MAIQUEL ROSAURO (text0 e fotos)
A 21ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) e 10ª Feira Latino Americana de Economia Solidária terminam neste domingo em Santa Maria. Nesta manhã, discussões sobre alimentos e sobre Nelson Mandela estiveram entre os principais eventos.
A “Plenária Internacional sobre Produção, Circulação e Comercialização dos Alimentos numa perspectiva Ética, Solidária, Ecológica e Sustentável no cuidado da Vida no Planeta Terra, com o Solo, a Água, as Sementes e o Consumo Solidário” foi realizada no Lonão Josué de Castro, no Parque da Medianeira. A atividade foi coordenada por Regina Dellagerisi, da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), do governo do Estado do Rio Grande do Sul. O evento contou com palestra de João Pedro Stédile, articulador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Via Campesina.
Em seu discurso, Stédile destacou que as empresas transnacionais são as principais causadoras dos problemas que ocorrem com os agricultores ao redor do mundo.
– O capital transformou o alimento em mercadoria. Só é produzido o que dá lucro e for possível padronizar.
Stédile defende outro modo de produção de alimentos, no qual se organiza a produção de acordo com o interesse do povo.
– A luta pela recuperação das sementes é fundamental. Hoje são produzidos 600 mil sacos de arroz orgânico no Rio Grande do Sul. Ou seja, é cientificamente viável e necessário – argumentou.
O articulador do MST e Via Campesina também defende o direito à soberania alimentar, ao mesmo tempo em que coloca em xeque o programa Bolsa Família.
– O Bolsa Família tirou milhões de brasileiros da miséria, o que é muito bom. É um programa importante, mas que precisa ser temporário. É preciso ensinar o povo a produzir seu alimento, mas não qualquer alimento. É preciso ser saudável, sem veneno.
Ao final da palestra, Stédile incentivou os produtores presentes a buscarem mais conhecimento sobre a luta da produção e comercialização de alimentos.
– O conhecimento liberta verdadeiramente as pessoas e é isso o que devemos cultivar – concluiu.
Seminário destacou os exemplos deixados por Nelson Mandela
O “Seminário Nelson Mandela, um ícone da Negritude Mundial para os Povos Excluídos e seu grande legado para a Humanidade” foi coordenado por Maria Rita Py Dutra, do Núcleo de Estudos Contemporâneos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O evento foi realizado no Lonão Sustentabilidade, no Parque da Medianeira.
Maria Rita falou sobre os exemplos deixados por Mandela e como ele inspira o movimento negro no Brasil.
– Mandela deixou para nós o diálogo, mostrou como reconstruir uma nação, pois somos todos irmãos.
A palestrante também defendeu a presença da história dos negros no Brasil no currículo escolar. Ela também comentou que muitos professores desconhecem a importância do negro para o crescimento do país.
– O negro não é um coitado, é preciso conhecer sua história, saber que veio para o Brasil contra a sua vontade, mas que construiu este país com muito trabalho – afirmou.
Segundo Maria Rita, outro ensinamento de Mandela foi sobre o amor que deve haver pelo próximo, pois ninguém nasce odiando outra pessoa.
– Não está escrito que o negro tem que ir para a cadeia, que tem que morrer. Temos que dizer ao nego que ele é senhor do seu destino – finalizou.
Ainda dá tempo de aproveitar a Feicoop
Mais de 10 mil variedades de produtos oriundos da Economia Solidária e Agricultura Familiar são oferecidos na Feicoop. O evento segue até as 20h deste domingo. Às 18h, tem início a cerimônia de encerramento, quando serão divulgados os números finais da Feira e a Carta da 21ª Feicoop.
A Feira é realizada no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, nos fundos do Parque da Medianeira. A entrada é gratuita.
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