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ANÁLISE. Pozzobom terá que se reiventar, e não só para a Assembleia. Por enquanto, ainda busca o rumo

Jorge Pozzobom, um aguerrido (isso é consenso) parlamentar. Mas, agora, precisará ir além
Jorge Pozzobom, um aguerrido (isso é consenso) parlamentar. Mas, agora, precisará ir além

Para escrever o que você lê aqui, o editor ouviu pelo menos três pessoas. Uma delas, próxima ao deputado Jorge Pozzobom. As demais, como o supra-assinado, observadores da cena política local e estadual. Se trata, portanto, de análise e de opinião acerca do comportamento do parlamentar tucano, talvez a maior e mais promissora novidade surgida na política local neste início de século.

Um consenso: Pozzobom é muito melhor na oposição. Tem discurso bom quando é contra algo. Nem tanto, se for a favor. Seu “pior” momento, desde que surgiu, lá no início da década passada, foi quando se viu obrigado a defender Yeda Crusius, a governadora pior avaliada do Rio Grande dentre os últimos que passaram pelo Piratini. Também não conseguiu ser o que pretendia, nos dois anos em que atuou no primeiro mandato de Cezar Schirmer, com quem rompeu politicamente ao virar candidato à Assembleia Legislativa, há quatro anos.

Os melhores desempenhos, indiscutivelmente, se deram quando o impetuoso parlamentar esteve no lado oposto ao poder. Assim foi quando combateu, não raro com sofreguidão além do ponto ideal, o então prefeito Valdeci Oliveira. E também aconteceu agora, quando, às vezes também passando da conta (mas politicamente), não deu trégua ao governador Tarso Genro.

O diabo, do ponto de vista das pretensões (não negadas, embora a tergiversão) de Pozzobom, que é ser primeiro prefeito de Santa Maria, depois deputado federal – dando sequência à carreira política, vai precisar de mais. De aguerrido e vocacionado ao parlamento, terá dois desafios pela frente. E ali na esquina, não daqui a uma légua. Em ambos a necessidade de reinventar-se. Goste ou não. E quais são?

1) O primeiro e mais imediato é ser governo sem ser. Bater em Dilma Rousseff para demonstrar seu antipetismo não vai colar, na Assembleia. Essa é tarefa de deputado federal, não de estadual. Logo, terá que, antes de tudo, defender a administração de José Ivo Sartori. Dela fará parte, na base parlamentar. Inclusive porque seu partido, por ter apoiado o peemedebista no segundo turno, ganhará cargos garantidos pela caneta do titular do Palácio Piratini. Que quererá, obviamente, a contrapartida na Assembleia. O discurso terá que mudar, inevitavelmente.

2) Ao mesmo tempo em que terá de manter um desempenho acima da média diante de uma conjuntura que lhe é, por temperamento, “desfavorável”, precisará mostrar que é bem mais que um homem vocacionado para o parlamento (o que é óbvio). Afinal, sua ideia de ser prefeito de Santa Maria (“em algum momento”, como diz) terá que colar noutro figurino, que não o demonstrado até aqui. Mesmo porque a roupagem que teve e da qual não conseguiu se deslindar garantiu-lhe apenas o terceiro lugar, no último pleito municipal.

A tarefa de Pozzobom não é fácil. Ele terá que se recriar. Claro que isso é possível. Vai conseguir? Não demora e se descobrirá.

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3 Comentários

  1. Todo o ego tem medo de alfinete! Pozzobom esta com os días contados…o Psdb não existe e sem base de sustentação pior ainda dividido.

  2. Vamos por partes como diria Jack.
    Pozzobon é advogado e não sabe defender? Estranho. Não bater na Dilma porque é deputado estadual…Tem um problema. A opinião que conta é do eleitorado tucano e dos antipetistas. E se for feita uma pesquisa rápida, garanto que o deputado pode bater no governo federal. Sem dó. Aliás, é uma carta na manga para "trocar de assunto".
    Prefeitura cacifa o sujeito para ser deputado estadual. Se o sujeito pulou um cargo e voltar atrás, o eleitorado fora do município encolhe. O negócio é trabalhar na Assembléia para expandir o eleitorado pelo RS e tentar a Camara dos Deputados futuramente. Prefeitura fica para o final de carreira. Vide Schirmer.
    Tarso, o intelectual, Yeda, Brito, Rigotto, todos tem algo em comum. Foram governadores. E por isto recebem (Tarso, o intelecutal, receberá) aposentadoria. Não é pouco.

  3. Pior que isto tudo. Terá que justificar porque é um dos defensores da aposentadoria especial para os deputados já que consta na lista de defensores de tal disparate. Vai perder muitos votos se continuar defendendo tal ideia.

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