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Vem chumbo quente por aí! Para nós, nem tanto! (1) – por Carlos Costabeber

Meus gurus na área econômica são o “eterno” Delfim Neto e o Luiz Carlos Mendonça de Barros. Mas três amigos santa-marienses também estão nesse rol: José Alcides Munhoz, Milton Seligman, Nelson Jobim e Júlio Krauspenhar – todos trabalhando em São Paulo.

Pois, foi num recente artigo, que o ex-Ministro Mendonça de Barros fez um alerta muito preocupante. Segundo ele, o Brasil se manterá com um nível muito baixo de crescimento (ou recessão amena), até meados do 2020. Mesmo sendo um analista amador, tenho o mesmo sentimento de que nosso país está entrando num longo período de dificuldades macroeconômicas. E todos os cenários levam para essa perspectiva.

Vejam que o Mundo entrou em parafuso a partir da crise de 2008, mas o Brasil conseguiu a proeza de surfar em sentido contrário, graças ao crescimento da renda e do consumo interno. Assim, “empurramos com a barriga” aquele período de turbulência, graças ao mercado doméstico em forte expansão.

SÓ QUE A HORA DE PAGAR ESSA CONTA ESTÁ CHEGANDO! O governo brasileiro escolheu um caminho arriscado, de curto prazo, mas que rendeu bons dividendos até agora. Só que a fórmula esgotou, como já previam os economistas de plantão.

Com isso, os primeiros sinais de redução no crescimento do país passaram a ser uma constante nos noticiários, assustando o Governo Federal às vésperas de uma eleição presidencial.

Mas fica a pergunta: A REDUÇÃO NA ATIVIDADE ECONÔMICA TERÁ REFLEXOS EM SANTA MARIA ? Sem dúvidas ! Só que pra mim, não ocorrerá de forma linear. Alguns segmentos irão sofrerão mais do que outros; enquanto que AQUELES LIGADOS AO AGRONEGÓCIO TENDERÃO A SAIR INCÓLUMES desse período de desaquecimento da nossa economia.

Além disso, Santa Maria TEM UM PODER DE CONSUMO impressionante ! E para provar isso, cito o exemplo do segmento automotivo! No Brasil inteiro as vendas estão em queda, principalmente nas regiões metropolitanas. Entretanto, aqui, no primeiro semestre desse ano se emplacou o mesmo número de veículos que no ano anterior.

Realmente, a cidade consegue conviver com dois fatores decisivos: alto poder aquisitivo, aliado à riqueza advinda do campo. Isso PASSOU A ATRAIR A ATENÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DE FORA, que estão buscando no interior do Brasil as oportunidades que estão perdendo em outras regiões (do Brasil e do Mundo).

Tenho acompanhado esse movimento, mostrando que, FINALMENTE, SANTA MARIA ENTROU NO RADAR DO MERCADO. A Revista Exame já havia nos colocado como uma das cidades mais indicadas para investimentos no país. E certamente, essa indicação não está passando em branco. Apesar as baixas expectativas em nível global, penso que o nosso melhor momento está chegando.

Na próxima semana, pretendo ser mais direto, sobre os segmentos que precisam estar atentos, para não sofrer com eventuais mudanças nos rumos da economia.

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2 Comentários

  1. Mendonça de Barros era ligado aos tucanos. Tinha virado presidente de uma fábrica de caminhões chineses. Andava muito "otimista", ou seja, tinha jogado a análise de risco (coisa que o pessoal do governo central chama de "pessimismo") fora.

  2. Austrália teve seis ou sete anos de seca, finalizou em 2012. Estados Unidos teve seca nos últimos dois ou três anos. O Brasil teve uma seca recentemente no centro do país que afetou o fornecimento de água em SP e de energia no país. Deve ter algum efeito na economia.
    Agronegócio? Estados Unidos aumentou a área plantada de soja em 11%. Região diferente da afetada pela seca. Preço da soja caiu perto de 14% e a queda pode chegar a 18%. O milho, por razões semelhantes, também caiu de preço. Deve afetar também a exportação de etanol. Deve afetar a balança de pagamentos.
    Muita gente diminuiu o rebanho para plantar soja (como diminuiu a produção de erva mate). Além disto, o RS continua exportando boi em pé para o oriente médio via porto de Rio Grande. Diminuição do rebanho afetou os preços. RS já consome carne do centro do país e do Uruguai.
    Governo central, ideologicamente, determinou que os Estados Unidos e a Europa estão fadados à decadência e o império emergente é a China. Corroborando o anti-americanismo já existente. Logo a estratégia é aproximação com os chineses. Já levaram parte do Pré-Sal. Belo Monte já tem dinheiro chinês, a segunda Belo Monte deverá ter, bem como a linha de transmissão que sai de lá. Aqui no RS, a última usina de Candiota tem equipamento de lá também. E o que pode acontecer com o Brasil se a economia chinesa sofrer um baque? Qual o preço deste "alinhamento"?

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