Ensinar – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira
O ensino por si só não faz parte de um sistema fechado, isolado. O papel que a educação exerce envolve uma série de fatores inerentes à condição humana. Ao se admitir a necessidade de (re)conhecer a diversidade cultural humana, deve-se, então, antes de qualquer coisa, buscar compreendê-la.
Conhecer o humano é situá-lo no universo, contemplando a ideia de que todo o conhecimento deve contextualizar seu objeto. Assim, “Quem somos?” é inseparável de “Onde estamos?”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?”.
O ensino exige a compreensão de que a educação é uma forma de intervenção no mundo. Assim, a mudança do mundo implica na dialética entre a denúncia da situação desumanizante e o anúncio de sua superação. A partir desse raciocínio, o caminho para a inserção implica em uma decisão, uma escolha, e por consequência, há a intervenção na realidade.
O sentimento de mudança deve contemplar questões diversas da desesperança e da alienação do homem moderno, imerso num mundo que não consegue compreender. Baseando-se na ideia de interdisciplinaridade, é necessário contextualizar, onde o conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquira sentido.
Diante das reflexões de Paulo Freire, “a pessoa conscientizada é capaz de relacionar fatos e problemas entre si, de compreender.” Da mesma forma, tem uma compreensão diferente da história e do seu papel nela. “Recusa acomodar-se, mobiliza-se, organiza-se para mudar o mundo.”
É preciso compreender e o meio para tanto é a interdisciplinaridade, por mais que esta não venha encontrando o espaço merecido, há de se criá-lo, pois a formação acadêmica deve passar por outras áreas do conhecimento. A crise do ensino é também a crise do mundo, estruturada a um aprendizado alienado da sociedade.
Nesse sentido, entende-se a necessidade da compreensão, através da ligação, a um só tempo, do meio e fim, ou seja, da relação entre o estudo das partes, como agente da recomposição do todo. Como disse Einstein, a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho normal.
Vitor Hugo do Amaral Ferreira
@vitorhugoaf
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