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Pedras se movem. Lula joga com o PT sobre sucessão. E fala em alternativas alheias à sigla

Engana-se quem imagina que Luiz Inácio Lula da Silva vai manter uma postura olímpica em torno da própria sucessão. Há quem pense, e até escreva, por exemplo, que o sonho do Presidente é fazer um excelente segundo mandato, bem melhor que o primeiro (“que foi de adaptação”), de forma a estar apto a voltar “nos braços do povo” em 2014 – ou 2015, se o mandato do próximo for de cinco anos, sem reeleição.

 

As duas assertivas estão corretas. Mas não totalmente. E Lula seguidamente dá sinais a respeito, percebidos aqui e ali. Voltar em 14, ou 15, é uma obviedade. Como também o desejo, e o trabalho nesse sentido, de cumprir o atual mandato com popularidade similar à atual em todos os quatro anos. Mas, no meio do caminho, há um pleito, o municipal. E o Presidente vai participar dele, com certeza. Apoiando, tão discretamente quanto permitir a lei, candidatos nas principais cidades brasileiras. As maiores, por certo, porque dá-se de barato que as menores já estão com ele, majoritariamente. Portanto, não se vê aqui qualquer resquício de espírito olímpico, convenhamos.

 

Mas, e essa é a novidade. Ninguém garante que os candidatos lulistas agora sejam do PT. Devem ser, na maioria. Todos, não. E Lula trabalha bastante para viabilizar acordos capazes de abrir espaço para nomes de partidos aliados. Sejam ele do PMDB, do PDT, PC do B, PSB ou até do PP, conforme o lugar.

 

E, suprema inovação, do ponto de vista petista, admite Lula até mesmo apoiar nome não do PT para a própria sucessão. Tem, ao menos, preparado o espírito de seus companheiros para essa possibilidade. Afagos em Ciro Gomes, do PSB, por exemplo, já são visíveis há tempos. A nomeação de Nelson Jobim, do PMDB, para o ministério da Defesa, e a eventual solução do enrosco aéreo, credencia também o santa-mariense.

 

Quer dizer, objetivamente: às favas com o PT, se for o último caso. Afinal, Lula é maior que o partido. Beeeem maior. Admite qualquer ser que pense política com um mínimo de dois neurônios. Eu tenho três, para constar.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a reportagem “Lula diz em jantar que PT deve considerar apoio a Ciro”, na Folha Online.

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