Opinião na internet. Um problema sério para blogueiros em geral é a valentia dos anônimos
Como todo o leitor deste (nem sempre) humilde sítio sabe, tirante alguns colaboradores amigos e que assinam o nome (quando isso não ocorre, o próprio editor se encarrega de nomeá-los, mesmo com pseudônimo, como é o caso da colunista Frida Zenkalo que é de carne e osso, sim, mas não se chama Claudemir Pereira), só tem uma pessoa que escreve por aqui. Exatamente o titular do espaço. Que responde por tudo quanto é publicado, para o bem ou para o mal.
Inclusive por ser, pelo menos por enquanto, um trabalho (quase) solitário, não está habilitada a opção comentários. Tecnicamente, inexistem objeções. Mas é impossível ao editor/repórter/redator moderar a quantidade que se supõe seja enviada. Inclusive porque o cara precisa $obreviver. E sem moderação, não há como. A experiência aponta (e o rádio, no qual atuo, é um ótimo exemplo) que as pessoas, como regra, ficam mais valentes no anonimato. Não todas, obviamente, mas uma que seja, pode criar um constrangimento legal impagável.
É sobre isso, aliás, entre outras questões correlatas, que escreve, com muita propriedade, o jornalista Carlos Brickmann, na edição desta semana da coluna Circo da Notícia, no sítio especializado Observatório da Imprensa. Leia, nem que seja para saber mais sobre os valentes do anonimato. A seguir:
Um retrato riscado…
Dois jornalistas de primeiro time escreveram, nos últimos dias, contra o anonimato na internet. Tanto Luiz Antônio Magalhães (aqui no OI) como Ricardo Kotscho (Balaio do Kotscho, transcrito no OI) têm razão: cada um pode escrever o que quiser, sem censura, mas responsabilizando-se pelo que diz. Para usar a expressão de Kotscho, “a valentia dos anônimos” não pode se confundir com livre manifestação de pensamento.
Livre manifestação de pensamento é o que exercitam colunistas como Paulo Henrique Amorim, que critica duramente três homens poderosos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, o governador de São Paulo e um banqueiro de larga influência, Daniel Dantas. Paulo Henrique diz o que quer e se responsabiliza por isso. Luis Nassif bate duro numa das maiores empresas de comunicação do país, a Editora Abril, nos jornalistas que comandam a principal revista semanal do país, e se responsabiliza por isso. Reinaldo Azevedo critica pesadamente membros do governo federal, e se responsabiliza por isso. Se alguém se sentir ofendido, tem a Justiça para protestar e buscar reparação.
A valentia do anonimato é outra coisa. É a facada nas costas, é a emboscada, é o uso de pistoleiros contra os inimigos. Não se trata, portanto, de valentia.
E que fazer quando uma pessoa quiser se manifestar mas sem, por qualquer motivo, divulgar seu nome? Simples: seus dados não precisam ser divulgados, mas devem estar disponíveis em algum lugar. Em caso de processo legal, ou o responsável pelo blog entrega esses dados à Justiça ou responde pelo material publicado, assumindo toda a responsabilidade. Nada diferente do que acontece hoje nos jornais e revistas: o leitor pode até usar pseudônimo, pode ter sua identidade resguardada, mas haverá como chamá-lo à responsabilidade, se for o caso. Nada diferente do que acontece naquelas entrevistas de jornais da TV em que a imagem é desfocada e o entrevistado fala com voz de Pato Donald. Se alguém se sentir atingido, pode pedir que sejam identificados para a abertura de processo. Ou podem, caso a identificação não lhes seja fornecida, processar a emissora…
PARA LER A ÍNTEGRA DO CIRCO DA NOTÍCIA, CLIQUE AQUI.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras colunas publicadas por Carlos Brickmann e outros articulistas, no Observatório da Imprensa.
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