A prefeitura incentiva, mas faltam empreendedores na cidade, afirma Cezar Schirmer, em entrevista exclusiva
Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto)
A frase acima foi dita pelo prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, em entrevista exclusiva ao sítio, na Feisma, na tarde deste sábado. O chefe do Executivo chama a atenção para as possibilidades de negócios que os santa-marienses deixam de realizar no município. Schirmer também ressalta algumas ações que a Prefeitura está colocando em prática para formar mais empreendedores em Santa Maria. Confira as perguntas do sítio e as respostas do prefeito:
O mais chamou atenção do senhor neste primeiro dia de Feisma?
Está tudo muito bonito e os expositores estão entusiasmados. Ainda não tive tempo de ver tudo, mas a população tem que vir; e vai gostar.
Durante o seu discurso na cerimônia de abertura o senhor falou sobre dar acesso aos jovens para o curso Empretec, do Sebrae. Como vai funcionar?
Dois jovens me falaram tão bem deste curso que fiquei entusiasmado. É um curso caro, custa R$ 1,3 mil. Mas já conversei com o responsável pelo Sebrae e minha ideia é a Prefeitura pagar o curso.
Mas será pago o valor total?
Não, porque se for de graça é ruim, a pessoa não valoriza. O bom é que o Sebrae faz uma seleção dos candidatos aptos ao curso.
Como irá se desenvolver esta parceria com Sebrae para o Empretec?
Ainda não sei. A ideia é abrir inscrições e fazer uma pré-seleção. Já acertei com o Sebrae. Vou procurar a Unifra e a UFSM e envolvê-los. Eles colocam os alunos deles e realizamos o curso. Imagina se disponibilizamos o Empretec para 300 universitários, é bem provável que saiam, no mínimo, 50 bons empreendedores.
Vários empresários locais entrevistados e que estão expondo na Feisma têm produção fora de Santa Maria. Aparentemente, é difícil investir aqui.
– A maioria das compras que faço da Prefeitura é de empresas de fora de Santa Maria. A maioria das obras que fazemos também é realizada por empresas de fora e o mesmo ocorre com a Base Área, Exército e UFSM, a maioria dos fornecedores é de fora. Preciso de arroz e galinha para o restaurante popular e tenho que comprar de fora. O mesmo acontece com papel higiênico e caneta, tudo é de fora.
É muito caro produzir em Santa Maria?
Claro que não. Na agricultura, por exemplo, é bem simbólico. R$ 400 milhões nós mandamos para fora todos os anos, quase mais do que a Prefeitura arrecada. Fiz um levantamento de produção e consumo de 79 produtos in natura de todos os municípios do Estado quando fui secretário de Agricultura há uns 20 anos e na época Santa Maria não produzia quase nada. Quando assumi a Prefeitura (em 2009) atualizei o estudo e notei que a produção local havia piorado. Temos que comprar de fora leite, ovos, frango, carnes, hortaliças e muito mais. Santa Maria tem terras em abundância e condições de água para produzir muito mais do que hoje produz.
O que fazer para mudar esta situação?
Contratei a Embrapa para fazer um levantamento de solo e água. A cada quilômetro de território da cidade vou saber que tipo de fruta posso produzir ali, que tipo de hortaliça, que tipo de oliveira. Mais três meses e o estudo estará pronto. Faltam empreendedores em Santa Maria, a Prefeitura fornece todas as ferramentas de incentivo. Com o tempo, quero fazer um projeto para filhos de agricultores.
Seria uma ideia interessante, hoje o êxodo rural é muito grande. Como o senhor trabalharia esta questão?
O êxodo rural ocorre porque eles (filhos de agricultores) não são empresários rurais, não imaginam uma marca. Boa parte dos filhos de agricultor que está fazendo um curso agrícola ou até curso superior deseja ser empregados da Emater. Eles não percebem que têm terra, que podem fazer um projeto diversificado e abastecer um mercado da cidade, pois se tiver produto os mercados compram. Como te disse, não consigo fazer as compras da Prefeitura em Santa Maria. Não consigo comprar galinha dentro do município, até ovo tem que trazer de fora, é um absurdo.
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