GT das tarifas, chance que não pode ser perdida
Mais que a fixação da tarifa, provisoriamente no mesmo R$ 1,60 que custa hoje, de resto aguardada (após decisão nesse sentido do Conselho Municipal de Transportes), o que de mais importante aconteceu ontem foi a decisão do prefeito municipal, Valdeci Oliveira, de criar um Grupo de Trabalho que vai discutir itinerários e a quantidade e qualidade das gratuidades.
Reconheço: penso que os GTs são muito semelhantes às comissões; criadas exatamente para nada decidir. Mas, quem sabe, essa pode ser uma exceção. Temos que torcer para isso. Inclusive porque se trata de uma oportunidade única para que se discuta seriamente e sem o componente político e de grupos inerente à questão do transporte urbano.
O secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, Carlos Félix, em mais de uma vez já demonstrou ter conhecimento teórico farto. Não tem conseguido, quem sabe pelas limitações impostas pela burocracia e pela falta de dinheiro, fazer na prática tudo o que o estudo científico lhe conferiu. O fato é que, tirante as sinaleiras e as campanhas educativas, pouco ou nada se viu, até aqui, em quase ano e meio de governo, que encaminhasse efetivamente uma solução para o problema viário.
Agora, Félix é o coordenador desse GT. E também vai participar de outro, que tratará do Plano Diretor Viário. Bem, fiquemos com o primeiro. Se forem estudadas a sério (e não faltam pessoas competentes para auxiliar), a questão dos itinerários e também das gratuidades, poderá se chegar a alguma conclusão. Não se sabe qual, a priori. No entanto, não é descurado pensar que se pode alcançar, peeeelo menos, um nível de conhecimento hoje restrito às partes. Isto é, qualquer um (e aqui não é crítica, mas constatação) que tenha mínimo conhecimento de números, algumas noções de administração e um programa Excel, é capaz de elaborar uma planilha desde que receba todos os números. E aí é que está o busilis. O que se quer, na verdade e apenas, é um mínimo de justiça no preço.
E o que é justiça no preço? Simples. É preciso uma tarifa que remunere as concessionárias (não é proibido ter lucro, não e isso vale inclusive para empresas públicas, na ilusória hipótese de uma encampação dos serviços. Ou alguém quer que a Petrobrás, por exemplo, não lucre, ela que é a maior de todas as empresas públicas brasileiras?), lhes permita renovar a frota continuamente e garanta que o serviço seja bem prestado. E também é necessário que se tenha um controle de custos, o que pode significar erradicar linhas (sim, erradicar linhas) e criar outras, racionalizando o transporte de forma a reduzir o encargo monetário. E discutir seriamente as gratuidades. Pode-se até duvidar do quanto, mas é indiscutível que pelo menos um terço da tarifa é subsídio a quem não paga. Para quem vai a conta? Para os outros dois terços, que suportam a carga inteira.
Há que se debater isso. Sem preconceitos. E o GT, por mais que este incrédulo tenha suas dúvidas, pode ser a grande oportunidade. Que ela não se perca. Ah, os 30 dias já estão correndo, a propósito.
EM TEMPO: Esse site já encomendou artigos à Associação dos Transportadores Urbanos, ao economista Ricardo Rondinel e à Assessoria de Imprensa da Prefeitura, para discutir a questão das tarifas, dos números e do que mais cada setor se interessar. Mas o espaço está aberto a todos que desejarem se manifestar. Escreva seu artigo, e ele certamente será analisado com carinho pelo editor, visando a publicação.
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