EXCLUSIVO. Pozzobom mantém discurso anti-PT e “amorcega” quando assunto é a sucessão de Schirmer

Com a palavra de Jorge Pozzobom, do PSDB, o sítio encerra a série de entrevistas exclusivas com todos os deputados eleitos por (e com domicílio eleitoral em) Santa Maria. Antes, Paulo Pimenta e Valdeci Oliveira se manifestaram. Agora, é a vez do tucano. Que não refugou questão alguma, mas também não “se entregou”, quando o assunto, por exemplo, foi a sucessão municipal e sua própria candidatura ao lugar do hoje prefeito Cezar Schirmer.

No que, definitivamente, não negou fogo foi na sua postura de antipetista, ainda que deixe claro ser o interesse de Santa Maria superior às divergências de natureza partidária ou ideológica. Mas, enfim, confira você mesmo a íntegra da entrevista feita por e-mail. A foto é do perfil do deputado no Feicebuqui:

Uma avaliação do resultado eleitoral do deputado: que cresceu em número de votos locais e totais. E a que se deve esse crescimento.

Muito trabalho. Como integrante da Comissão de Constituição e Justiça, fui o recordista de relatorias de projetos. Participei ainda das comissões de Direitos Humanos, Saúde, Educação, Serviços Públicos e de Finanças. Fui líder de Bancada do PSDB; fui o presidente da CPI do Arroz, sou o coordenador das frentes parlamentares, a da Advocacia e em Defesa dos Direitos dos Conselheiros Tutelares. Trabalhamos para acabar com o imposto de fronteira, pela descentralização a central telefônica do Samu; fui o autor do projeto que criou o FUNREBOM dos bombeiros voluntários; do projeto de lei que combate os atos de vandalismo; o trabalho para segurança de taxistas e postos de combustíveis; combate ao bullying, à alienação parental, projeto de proteção de crianças, adolescentes e idosos; o trabalho a favor do tradicionalismo que incluiu os rodeios do MTG no Calendário Oficial de Eventos do RS; a participação ativa e efetiva nos debates das pautas para o desenvolvimento de Santa Maria e da Região Central; a defesa das APAE’s; combate a corrupção com a derrubada da PEC 37. Enfim, este é um pequeno resumo que demonstra o quanto trabalhei neste primeiro mandato, e quem trabalha cresce.

Havia uma preocupação, antes do pleito, com o fato de o PSDB tender à redução no número de eleitos (o que acabou se comprovando nas urnas) e isso poderia prejudicar o desempenho do deputado. Qual o fator que, na sua opinião, foi determinante para que: (a) se concretizasse a redução e (b), mesmo assim, a sua eleição acabasse sendo tranquila?

Diminuiu o número de candidatos e já era previsível que, das cinco cadeiras conquistadas na eleição anterior, fizéssemos quatro, apostando que, com a composição com o Solidariedade e o PRB, pudéssemos fazer a quinta cadeira. A nossa bancada aumentou o percentual de votos conquistados de 12% para 14,5%, um aumento significativo.

A tranquilidade da minha reeleição tem como marca o “T” de trabalho, como sempre digo, não existe sucesso sem trabalho. Além do que já foi dito na pergunta anterior, eu votei contra projetos que aumentavam impostos, destinavam dinheiro público para Copa do Mundo e que criaram mais de 1 mil cargos de confiança. As pessoas me conhecem e sabem que tenho opinião clara e definida.

Na atual Legislatura, o seu comportamento na Assembleia foi de combate ferrenho ao PT, que liderava o governo estadual. Como será agora sua atuação, sem o PT no governo, e com o PMDB – que foi apoiado pelo PSDB no segundo turno?

Quando elegeu o governador Tarso Genro, os eleitores também me elegeram para ser um deputado de oposição. Eu cumpri o meu papel. Mas posso afirmar que mais de 90% dos projetos de governo tiveram o meu apoio, basta conversar com o meu amigo e líder do governo Valdeci Oliveira, que ele vai concordar que todas as vezes que pediu para eu dar acordo para a votação de projetos importantes para o RS, ele teve meu apoio. Espero que o PT faça o mesmo.

Minha atuação agora será de apoio ao governo mas, obviamente, quando eu tiver que fazer uma sugestão que seja a favor do Rio Grande, ou que aconteça algo que eu entenda que não está correto, falarei pessoalmente com o governador Sartori.

Na primeira manifestação da tribuna, após a eleição, o senhor praticamente não se referiu ao Estado, preferindo manter a crítica ao PT, agora no plano federal. Mas isso não seria atribuição de deputado Federal em vez de Estadual? Qual o seu foco, em relação especificamente ao Estado?

A minha manifestação foi sobre o contexto geral das eleições nas esferas estadual e federal. Destaquei que a democracia que nós queremos não pode ser como o PT fez, carregada de calúnias, ódio, destruição de reputações e, o que é mais vergonhoso para a democracia, espalhando o medo nas pessoas mais carentes dizendo que os programas sociais iriam acabar. Fui gestor do Bolsa Família em Santa Maria e, quem me conhece, sabe que isto que o PT fez foi uma grande mentira.

É sabido de todos que o senhor não pertence, internamente, ao mesmo grupo do deputado federal Nelson Marchezan Jr, que também obteve muitos votos em Santa Maria. Que tipo de consequência poderá advir, dessa circunstância, para o PSDB da cidade?

Os partidos são compostos por grupos que possuem opiniões divergentes e convergentes. Todas as vezes que o deputado Marchezan ajudar Santa Maria terá o meu integral apoio. Em hipótese alguma pensamentos internos diferentes terão a intenção de prejudicar a cidade que eu amo.

O senhor tem dito que, em algum momento, “será prefeito” de Santa Maria. É óbvio que, se o PSDB tiver algum candidato na cidade, em 2016, este será Jorge Pozzobom. Ou não será? E, se não for, qual o comportamento a ser adotado?

Não tenho um projeto de poder. Tenho projeto de trabalho. O meu foco absoluto agora é a conclusão do Hospital Regional, que o nosso governo do PSDB começou, mas o governador Tarso Genro do PT não teve competência para concluir. É a conclusão da duplicação da Faixa Nova de Camobi, cujo projeto nós fizemos e, quatro anos depois, o PT não conseguiu concluir. É o esgoto de Camobi, que nós fizemos o projeto em 2010 e que faltou competência para concluir. Portanto, o meu foco agora é absolutamente trabalhar para concluir estas obras tão importantes para Santa Maria e região

Para fechar, faça suas considerações eventualmente não contempladas acima, deputado:

Primeiro quero agradecer mais uma vez a ti, Claudemir, que neste espaço permitiu que nós constantemente pudéssemos prestar conta do nosso trabalho. Quero dizer mais uma vez muito obrigado a Santa Maria por ter me feito o deputado estadual mais votado da cidade. Tenho certeza de que vou honrar cada um dos 48244 votos que eu conquistei no RS com muito trabalho, amor, coragem, mas acima de tudo, com muita determinação.”