HOSPITAL REGIONAL. Queda de braço, novo lance. Opositores à Ebserh querem que UFSM adie decisão
O editor não tem dúvida alguma. Tanto que já expôs sua opinião a respeito em todos os espaços de que dispõe, inclusive em comentário na Antena 1, reproduzido AQUI na manhã passada. A questão do Hospital Regional e sua gestão tem pouco a ver com Saúde e muito com política.
Representantes do governo de José Ivo Sartori querem que a decisão final se dê depois de janeiro, quando ele já estiver no Palácio Piratini. E a tendência é entregar o Hospital Regional à gestão privada, sob forma de concessão.
Enquanto isso, os atuais governantes, em atenção aos interesses da UFSM, pretendem resolver a questão administrativa já, com a entrada da Ebserh (empresa pública federal que gere o HUSM) na gestão do Regional. Aliás, há reunião nesta sexta, do Conselho Universitário, para tratar do tema.
Pode-se concordar ou discordar das duas posições. E o editor nem entra aqui no mérito. Mas não se pode ser ingênuo de achar que a questão é a saúde. Não é. Ponto. Pois mais um round dessa disputa aconteceu nesta quarta, com a reunião da Associação de Municípios da Região Centro, que tem como presidente um prefeito do PMDB – José Mario Cristofari, de Jaguari. A influência de Cezar Schirmer (PMDB), do time de transição de Sartori, e Júlio Ruivo, de Santiago, e do PP (que tem em no deputado Pedro Westphalen, um dos cotados para virar secretário estadual de Saúde) é mais do que evidente.
Então, gente, concordemos ou discordemos. Mas não nos enganemos. Há algo em disputa, sim. Cada um tire a conclusão que quiser. Ah, o material sobre a reunião dos prefeitos é da assessoria de imprensa da Prefeitura, com texto (nada a opor a ele, aliás) de Luiz Otávio Prates, com foto de divulgação da AMCentro. A seguir:
Prefeitos da região debatem gestão do Hospital Regional e enviam ofício à UFSM, nesta quarta
O prefeito Cezar Schirmer e a secretária de Saúde, Vânia Olivo, reuniram-se com prefeitos e secretários de saúde dos municípios da região central do Estado, na manhã desta quarta-feira (26), para discutir a possibilidade da administração do Hospital Regional pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Os gestores públicos decidiram, por unanimidade, encaminhar um ofício ao reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, para solicitar que o Conselho Universitário não decida sobre a gestão da instituição sem antes ouvir os municípios da região.
O ofício foi encaminhado em conjunto pela AM Centro e pelo Consórcio Intermunicipal da Região Centro (CIRC). Para Schirmer, a gestão do Hospital Regional deve ser debatida com mais profundidade. “Diante das informações imprecisas acerca da gestão, funcionalidade e resolutividade do convênio com a Ebserh, os prefeitos se reuniram e encaminharam ofício à universidade solicitando que o Conselho Universitário não decida este assunto sem uma conversa com aqueles que realmente estão no dia-a-dia da saúde”, explicou o chefe do Executivo.
O prefeito de Santiago e presidente da AM Centro, Julio Ruivo, esclareceu que o ofício solicita a inclusão dos gestores da região na discussão do convênio com a Ebserh. “Há muitos pontos questionados nesse convênio, que nos são prejudiciais. Por isso, fizemos um documento, em consenso, na reunião, solicitando que essa votação do conselho universitário seja adiada e que nos incluam no processo de discussão. Os municípios não foram chamados para debater o assunto”, comentou.
Já o prefeito de Jaguari e presidente do Consórcio Intermunicipal, João Mário Cristófari, salientou que o posicionamento foi coletivo e que os municípios querem resolutividade. “A nossa contrariedade é pela forma como está sendo conduzido isso. Somos contra este modelo. Não quer dizer que sejamos contra a Ebserh, não somos, mas queremos que isso seja discutido, debatido, e apresentado um plano operativo que atenda as nossas necessidades”, salientou o prefeito.
Cristófari foi mais além e salientou que falta detalhamento de informações das formas de atuação e gestão a partir do convênio. “Os municípios querem resolutividade. Nós queremos solução dos problemas existentes na deficiência de leitos oferecidos pelo SUS”.
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