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Passo maior que a perna – por Carlos Costabeber

O Brasil está vivendo o FIM DE UM CICLO econômico, depois de um período de crescimento baseado unicamente no mercado interno. O aumento real da renda alavancou a demanda, gerando uma expectativa de crescimento contínuo e ordenado. Nem mesmo a crise mundial que se arrasta desde 2008, conseguiu tirar o ânimo das empresas e dos consumidores.

Mas, por sucessivos erros na condução da politica econômica, o Brasil chega a mais um momento crítico. O foco no consumo interno desprezou a outra ponta, que é a PRODUÇÃO. Estamos sofrendo um PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO. E  as causas, sobejamente conhecidas !

Mas essa situação não surpreende! Quem consegue fazer uma leitura do que está acontecendo no Brasil e no Mundo, vem alertando para o risco que estamos correndo. É O FIM DE UM CICLO!

E que lições se pode tirar? Porque muitas empresas não perceberam essa tendência, e continuam a investir como se tudo “continuasse as mil maravilhas”  (as grandes corporações já “tiraram o pé do acelerador” faz um bom tempo). Ainda mais com a possibilidade de que nenhuma grande mudança será feita na economia.

Recentemente a imprensa deu amplo destaque para o pedido de recuperação judicial da rede de supermercados Peruzzo, que apostou grande em Santa Maria, como forma de expansão dos negócios. Só que, no meu entender, entrar num mercado competitivo como esse, num “momento de alta” (assumindo compromissos financeiros acima da realidade atual), dependendo de dinheiro de bancos e  com uma gestão despreparada para um salto dessa magnitude, é uma decisão arriscada.

Outra decisão de risco é descapitalizar a empresa, colocando dinheiro bom em negócios ruins. Ou entrar em um ramo dominado por fortes concorrentes, como é o caso das farmácias. A agressividade da Rede São João está inviabilizando esse ramo em Santa Maria.

E por aí vai… São muitos e muitos exemplos!

E TEM MUITA GENTE COMETENDO OS MESMOS ERROS !

Com alguma frequência recebo pedidos de orientação de parte de amigos que pretendem fazer investimentos, como foi um caso recente. Empresário com dois grandes restaurantes queria investir num terceiro empreendimento; mas depois de me responder a algumas perguntas, consegui demovê-lo da ideia, pois o risco de retorno era muito alto.

Não quero desestimular as pessoas que buscam oportunidades de negócios. Só que agora o momento é de cautela, de MANTER AS POSIÇÕES CONQUISTADAS, de correr o menor risco possível, de buscar informações e conhecimento, pois nenhum segmento da economia ficará imune às mudanças.

Por outro lado, já vivenciei experiências  muito positivas, ao transformar momentos de crise em OPORTUNIDADES. E certamente elas irão acontecer, logo após essa “acomodação” dos mercados. Em especial em Santa Maria, onde existe um enorme potencial para investimentos rentáveis.

Por isso deixo essa mensagem: PENSE MIL VEZES antes de investir num negócio; consulte, pesquise, estude, PENSE SEMPRE NA PIOR HIPÓTESE. E espere! O momento certo está por vir; mas não será agora !

Tenham uma boa semana !

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Um Comentário

  1. Discordo em alguns pontos.
    O primeiro de todos é que em momentos de crises que Santa Maria se sobressai em relação a outras cidades, somos uma cidade que tem uma renda fixa, oriunda dos inúmeros funcionários públicos que possuímos, ou seja, a crise afeta muito menos aos Santamarienses do que pessoas que moram em cidades que dependam exclusivamente do setor industrial.
    Com isto, devemos unir nossas forças e esforçarmo-nos em conseguir indústrias para nossa cidade e temos um caminho, o setor de defesa. É neste setor que Santa Maria precisa caminhar e atrair grandes e médios investimentos e também incentivar ao pequeno empreendedor, no setor industrial.
    Creio também que este é um momento propício para atrairmos investimentos comerciais, como shoppings (como teremos o novo shopping praça nova e a ampliação do Monet e Royal), pois somos uma cidade que sofre muito pouco com a crise, em detrimento a outras. Com estes novos empreendimentos, teremos tudo para ser uma capital regional, de toda região central, fronteira oeste e missões. Vejo que falta esta visão ao empreendedor local.

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