ECONOMIA SOLIDÁRIA. Irmã Lourdes repudia o que considera “ação arbitrária” dos órgãos de segurança
O editor deste sítio (e, imagina-se, também os outros veículos de comunicação) recebeu, agora à tarde, uma correspondência em forma de artigo, assinada pela irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, que abriga os grupos da economia solidária.
A manifestação é acerca da ação das autoridades, na madrugada da véspera do Natal, e que mereceu NOTÍCIA aqui na tarde do mesmo dia, além de nota PUBLICADA no início da tarde de hoje, assinada pelo secretário estadual de Agricultura, Cláudio Fioreze. A seguir, as palavras da Irmã Lourdes, na íntegra:
“Uma ação arbitrária na véspera de Natal
O dia 24 de dezembro de 2014, ficou marcado por uma ação arbitrária e imprópria na véspera do Natal, por um grupo de fiscalização e Segurança, já mencionado pelos Veículos de Comunicação de Santa Maria e nas redes sociais. Na véspera do Natal, no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, local de um projeto respeitado pelo mundo, pela Economia Solidária e pela Agricultura Familiar.
O repúdio a esta ação se dá pela sua forma de organização nesta data que na madrugada, parecia um lugar de guerra com tantos policiais e fiscais, o que nos indignou muito e humilhou tremendamente a nossa organização. Não pedimos esmola e não roubamos, queremos ter direito de trabalhar com dignidade e resolver os problemas que ainda temos . Por que levar neste local tantos órgãos de segurança pública, se este é um espaço para as pessoas de bem, que tem o direito de trabalhar, que não tem um salário fixo e garantido no final do mês, como eles.
Nós questionamos a data que foi feita esta ação, na véspera do Natal, a forma opressora e sem dialogar, porque não fizeram uma notificação Educativa, antecipadamente. Outro questionamento que fazemos, para onde foram levados os produtos que eram sim, possíveis de consumo pois são de boa qualidade. Tanta gente passando fome, inclusive em Santa Maria, nos cinturões de pobreza extrema.
Nós reconhecemos que temos ainda muito a fazer e melhorar, assim como tantos outros Estabelecimentos na cidade, são várias questões a melhorar de forma processual. Nosso trabalho não é feito de “pacotes mágicos” e sim em processos gradativos, participativos e autogestionários.
Organizar o povo no Campo e da Cidade para o Bem Comum é um desafio permanente. Nosso trabalho é preventivo as drogas, a violência e a todas as formas de exclusão social, faz parte dos Projetos Sociais da Arquidiocese de Santa Maria e está em busca permanente de aperfeiçoamento. Necessitamos com urgência máxima de Políticas Públicas e o cumprimento também que já temos das Leis, por parte dos Órgãos Públicos ou seja unificar os Sistemas de Inspeção (Municipal, Estadual e Federal) num processo educativo e não opressor. O Agricultor Familiar, não pode mais ser vítima da ação arbitrária deste tipo. Basta saber que a maioria dos Agricultores já vieram para cidade e se não tiver apoio e incentivo, os demais virão também.
Os problemas da cidade com drogas, pichações, a violência, assaltos, mortes e tantas outras formas de violência são insuportáveis . O nosso trabalho é preventivo às drogas, aos vícios, violência e gera trabalho digno, solidário, responsável e autogestionário e para melhorias de forma participativa no campo e na cidade.
Ao colocar na frente do Centro de Referência de Economia Solidária, Dom Ivo Lorscheiter, às 4.30 horas da madrugada de 24 de dezembro de 2014, aquela multidão de policiais e outros órgãos fiscalizadores , foi atingido tremendamente a nossa forma de organização, cujo desrespeito clama ao céu. Estamos sim, indignados diante desta ação arbitrária, na véspera do Natal, um dia verdadeiramente impróprio para tal ação .
Oxalá que o tratamento que fizeram ao nosso grupo, seja também para aqueles que detém o dinheiro, o poder e o acúmulo dos bens, que geram também em nossa cidade as desigualdades sociais, a fome, a miséria, exclusão social, e o cinturão de miséria. Antes do final de 2014, por favor coloquem a mão na sua consciência que na madrugada da véspera do Natal, espantaram homens, mulheres, idosos, jovens, crianças e consumidores, que querem ter o direito de trabalhar, não pedem nada de graça e vivem com o fruto do seu trabalho organizado. Usem o bom senso, o diálogo, a educação e não a repressão. A repressão não educa, pelo contrário espanta e não produz efeito transformador.
Se os órgãos de Fiscalização e Segurança usassem mais a pedagogia do processo educativo e a formação da consciência, precisaria com certeza bem menos fiscalização e teria mais corresponsabilidade no cumprimento da legislação de ambos os lados e os governos não gastariam tanto dinheiro com Segurança Pública e Fiscalização.
A Economia Solidária já incomoda o Agronegócio, que possivelmente foi quem fez a denúncia, que não quer que os pequenos se organizam, cresçam e sobrevivem com dignidade. O Projeto Esperança/ Cooesperança da Arquidiocese de Santa Maria, foi criado por Dom Ivo Lorscheiter de feliz memória, segue em frente com apoio nos avanços e qualifica o que falta. Inspirado no Sábio Provérbio Africano: “Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra” esta afirmação nos dá a certeza de que “ Um Outro Mundo é Possível e uma Outra Economia continua acontecendo, inclusive em Santa Maria”.
BOAS FESTAS E FELIZ 2015 !
Atenciosamente,
Irmã Lourdes Dill
Coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança”
Ué. Meu comentário foi apagado?
Meu comentário é de alguém que discorda com os praticantes da famosa "Lei Gerson", que dizia: leve vantagem Você também, fume Vila Rica.
Hoje no país tudo pode, para ludibriar o Estado. A malandragem impera. Todos possuem direitos constitucionalmente reconhecidos, porém, os deveres, nunca.
A Lei é para os políticos, e não para o homem comum, pois entende que na sociedade, tudo é permissível.
O país está infestado de aproveitadores e malandros que não contribuem com o desenvolvimento, a mora, os valores.
Se temos que organizar o país, devemos a começar em casa e em nossa comunidade.
AO JULIANO/EDUARDO.
Vamos combinar que é muito feio trocar de nome, quando as acusações se tornam mais fortes ao ponto de, quem sabe, incorrer em crime. Só por isso, a possibilidade de estar no mínimo, injuriando, "pecado" legal pelo qual o editor seria corresponsável (e não pela crítica em si, aliás forte, mas civilizada) o último comentário, em que o amigo trocou de nome, não foi publicado. Se o texto for refeito, desbastado da possível injúria, e nem precisa mudar o novo pseudônimo, com certeza será publicado
Ainda na semana retrasada, ouvi pela imprensa falada de Santa Maria, um profissional que não lembro o nome, mas, reputo como de grande conhecimento e profissionalismo. Falando sobre o elevado número de bovinos tuberculosos que a fiscalização de Santa Maria retirou da indústria e da comercialização. E, daí eu questiono! Você saberia dizer ou afirmar como consumidor, que o produto que você está adquirindo em qualquer lugar, sem qualquer sinal de fiscalização não é possuidor de enfermidades ou doenças?
Acho muito bacana o trabalho realizado com a Economia Solidária em Santa Maria. Mas, não posso admitir que nos dias atuais, a população (clientes da feira) fiquem completamente a descoberto das questões que envolvem a Saúde Pública e a Segurança Alimentar. É muito bonito o discurso da Irmã, mas, tendencioso e carregado pela política do próprio umbigo! Mais interessante ainda é que também vivendo em 2014, quando ainda se fazem cultos em memória das 242 vítimas da fatídica madrugada de 27 de janeiro de 2013, vários seguidores da Irmã ainda acreditam que estão acima do bem e do mal e tudo podem… Carnes sem qualquer tipo de fiscalização, produtos sem rótulos, portanto sem origem e sem controle sanitário algum, bebidas sem o cumprimento de qualquer tipo de legislação, ah… Mas, isso pode! É da Irmã…
Todos passam por ações do tipo, meu Tio já passou várias vezes em sua mercearia, até que aprendeu a não fomentar mais o clandestino, o informal, e o desleixo e a falta de cuidado com as coisas que envolvem a Saúde Pública e a Segurança Alimentar.
Parabéns a coragem e o profissionalismo dessas pessoas que zelam pela nossa saúde e pela segurança dos nossos alimentos! Pelo menos, em Santa Maria não tem leite batizado com formol e tantas outras porcarias… A economia solidária poderia ser bem melhor, se houvesse o respeito e a preocupação com as questões relativas a saúde dos consumidores. Chega dessa omissão dos órgãos de fiscalização! Queremos a garantia da saúde dos nossos filhos e netos e não é uma Irmã que vai atestar garantia de qualidade aos produtos que comercializa.
A Irmã tá muito "doce" em seu manifesto. Se o Governador já fosse o Sartori, o "berro" seria muito maior. Uma mão sempre lava a outra, e os produtores que fiquem com os prejuizos.
É muito fácil fazer "economia solidária" com direito público. E a prestação de contas destes recursos tomados juntos da Prefeitura que até hoje a amada irmã não consegue finalizar? Ah, e ainda pede mais. Claro que o editor não publicará, mas não tenha medo não é uma denúncia vazia basta solicitar informações à Prefeitura, afinal são recursos públicos que devem ser beeeem transparentes.
Resumindo, falta de bom senso, educação. Como gestores públicos devem dar conta do destino dos produtos e o porque não foi realizado uma fiscalização educativa. Desproporcionalidade é o que ocorreu. Trataram cidadãos, até prova em contrário (e tem que provar), de bem com medidas para criminosos como divulgaram e nem com vergonha ficam. Muito feios isso.