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Dossiês. Mídia grandona aceita “qualquer lixo jornalístico, de qualquer origem”, diz analista

Num momento em que se discute a situação da mídia (e este – nem sempre – humilde sítio tem a satisfação de ser um dos questionadores), e a forma como ela se comporta em determinados momentos e em relação a fatos específicos, torna-se importante trazer a opinião de quem trata desse tema no cotidiano.

 

Com a ressalva de que nem sempre concordo com ele (aliás, não raro, discordo), entendo importante publicar pelo menos um trecho do que escreve o veterano professor e jornalista Alberto Dines. Ele edita e dirige o mais antigo veículo que cuida especificamente da mídia. É o Observatório da Imprensa. Confira o que ele escreve, por exemplo, sobre a proliferação dos dossiês como objeto de pauta jornalística. A seguir:

“ARAPONGAGEM EM CAIXA ALTA – Depois do jornalismo fiteiro, a reportagem dossiêira (argh!)

…O Dossiê dos Cartões (o nome definitivo ainda não foi determinado, vai depender da identificação dos culpados) é um caso clássico e marca o início de uma fase mais sofisticada: o veículo (no caso, Veja) o recebeu para que denunciasse os seus autores. Esta era a isca. E os autores contavam com a divulgação da papelada (ou base de dados) para comprovar que nos governos anteriores também ocorriam abusos com os cartões corporativos. Toma lá, dá cá – todos saíam ganhando.

A verdade é que a novela do Dossiê Visa (ou Mastercard, dá no mesmo) foi toscamente armada e por isso está praticamente destrinchada: já se sabe onde a peça foi montada (numa dependência da Casa Civil, próxima à secretária-executiva Erenice Guerra), quem a vazou (José Aparecido Nunes Pires, secretário de Controle Interno da mesma repartição) e quem a conduziu até as proximidades do veículo vazador (André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador tucano Álvaro Dias).

Veja publicou a armação palaciana porque nossa mídia aceita qualquer lixo jornalístico, de qualquer origem – com raras exceções e estas exceções não se situam no segmento dos semanários de informação.

No dia em que autoridades e políticos forem informados de que suas fitas e dossiês já não têm livre trânsito nas redações brasilienses, o jornalismo fiteiro ou dossiêiro estará automaticamente extinto…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA confira aqui a íntegra do artigo “ARAPONGAGEM EM CAIXA ALTA – Depois do jornalismo fiteiro, a reportagem dossiêira (argh!)”, de Alberto Dines, no Observatório da Imprensa.

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