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ENEM, escolas e professores – por Liliana de Oliveira

O Ministério da Educação (MEC) divulgou o ranking das melhores escolas no desempenho do ENEM no ano de 2013 (*). O Rio Grande do Sul ficou fora do ranking das cem melhores escolas no Enem.

Na condição de professora percebo que as escolas, assim como os professores, terão que se adequar as novas demandas do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM). Não que eu ache que a escola deva se regular por isso. Muito pelo contrário, entendo que educar está para além de uma prova nacional e para além do processo de escolarização.

Entendo que educar não pode se restringir a investigar apenas os conteúdos de uma prova nacional. Entretanto, as escolas constroem seus programas com base nos programas das universidades e fazem todo o seu marketing a partir do número de alunos aprovados no vestibular. Por isso, escolas tradicionais da cidade divulgam índices, rankings, pois entendem que o número de aprovados demonstra a excelência da escola.

Escolas tradicionais com métodos tradicionais. Eis o problema. O ENEM não é uma prova tradicional. O ENEM exige que escolas e professores se reinventem, estabeleçam relações com o mundo da vida, relacionem diferentes disciplinas, pensem sobre questões cruciais como homofobia, lipofobia, gênero, desigualdades sociais, cidadania, etc.

Estarão as escolas que ainda mantêm as homenagens ao dia das mães e ao dia dos pais preparados para discutir as novas constituições familiares? Estarão as escolas que ainda fazem filas e diferenciam brincadeiras de meninos e meninas preparadas para discutir gênero? Estarão as escolas tradicionais preparadas para permitir o debate sobre diferenças raciais, econômicas, sociais? Estarão os professores preparados para dialogarem com as demais disciplinas? Serão os professores capazes de subverter suas próprias formações?

Acredito que se as escolas tradicionais não se reinventarem, brevemente deixarão de figurar entre as que mais aprovam (escolas particulares recuaram no ranking). Talvez vejamos escolas modestas e sem nenhuma tradição figurarem entre as escolas que mais aprovam. Para isso é necessário que a escola enquanto instituição se reinvente e que o professor tenha a coragem de transgredir a formação cartesiana da qual somos herdeiros. Sigamos pensando!

(*) http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vestibular/noticia/2014/12/rs-fica-fora-do-ranking-das-cem-melhores-escolas-no-enem-4668427.html?utm_source=Redes+Sociais&utm_medium=Hootsuite&utm_campaign=Hootsuite

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