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Quando o espírito encontra o osso – por Márcio Grings

É como um osso fraturado que não se reconstitui plenamente. Alguma coisa não cola, entende? Não tem jeito, acidentes de percurso promovem rupturas, e essas pancadas são doloridas. Tudo bem! Pense que tudo isso não é igual uma taça de cristal que ao receber um impacto inesperado se espatifa em múltiplos fragmentos, e deu! Tá bom, nada de fim de campeonato, mas bordoadas são bordoadas. Inevitáveis hematomas e dores ficam nos acompanhando por um tempo. De todo modo, o drama entra em baila. Como uma lembrança de que precisamos estar precavidos de certos avisos de PARE. Furou o sinal vermelho? Ok, então não reclame do impacto e suas consequências.

É como tentar colar um osso com cola Tenaz. Não rola conserto. Na verdade, aquela dorzinha precisa ficar incomodando um tempo. É uma espécie de via sacra da reconstituição. Sem dor, não há redenção. “Nada vem de graça”, anote essa frase no seu caderninho. Então, pegue as muletas e se arraste pela casa, e não tenha receio em pedir ajuda para chegar até ao banheiro. O que eu sei é que você precisa sair de cima do púlpito e olhar de outra perspectiva. E convenhamos: – muitas vezes isso não é nada fácil.

Nobre, talvez você não perceba. É notável, sabemos que essa cegueira momentânea o impede de sacar as coisas como elas são.  E mesmo que tudo pareça perdido, a fibra óssea começa a se reconstituir. Dá pra ouvir o barulho das células se esfregando uma nas outras. E como diz minha amiga Lucinda, o osso precisa ser encontrado pela alma. Esse é o bendito milagre, não tem como separar uma coisa da outra, por mais que tudo pareça transitar pela contramão. Vai por mim, os dois troços seguem por um único caminho.

Talvez você manque por um tempo. Quem sabe isso ceda algum tipo de charme esquizofrênico a sua figura que anda meio apagadinha nos últimos meses. Afinal, um pouco de mistério não faz mal a ninguém. Enquanto isso use a droga do corrimão para não perder o equilíbrio. Movimente-se com cuidado ao entrar e sair pela porta do automóvel, e quando rolar a reprise daquela foto bacana, apenas reaprenda sem medo a caminhar em cima dos trilhos.

Em pouco tempo tudo vai ficar bem. O difícil é quando segundos, minutos, horas, dias e semanas parecem durar o dobro do tempo que estamos acostumados. Esse exercício de paciência é um saco! E lá vou eu sacar do coldre a frase mais previsível que alguém poderia disparar numa hora dessas. Relaxe meu caro, no final das contas tudo vai dar certo.

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