A tentativa. Alckmin joga últimas cartadas em busca de uma cada vez mais improvável virada
Mesmo que seus principais apoiadores digam que a virada é possível (o que fazem, obviamente, somente em público – em conversas privadas admitem as dificuldades e a derrota iminente), está cada vez mais complicada a vida eleitoral de Geraldo Alckmin, do PSDB, na sua tentativa de suceder Luiz Inácio Lula da Silva, na Presidência da República.
A situação lembra-me a conversa que tive com um querido amigo, há alguns anos. Ele tinha o filho com uma doença terminal. Ao tentar infundir-lhe ânimo, esse colega de profissão que atuava em outra cidade do interior gaúcho me disse: agora, Claudemir, estamos tentando tratamentos que fogem à esfera da ciência. Era a esperança. E só ela.
Alckmin, e seus aliados, tentam também o imponderável, faltando 72 horas para o início da eleição. E decidem, como conta o jornalista Josias de Souza, investir dos indecisos. Estes seriam algo como 10 milhões. Ainda que, de acordo com as últimas pesquisas, mesmo que todos virem tucanos de uma hora para outro, também assim é virtualmente impossível uma mudança de quadro. Mas, afinal, esperança é o que sobra.
Sobre a estratégia tucana (a que é dita em público, ao menos), leia o que diz o próprio Josias, em sua página na internet:
Alckmin mira em indecisos para tentar uma virada
Em desvantagem nas pesquisas, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin decidiu concentrar-se na reta final na conquista de votos indecisos. Pelas contas do comitê de campanha tucano, há pelo menos 10 milhões de eleitores que ainda não definiram o voto.
O tucanato inclui na conta dos indecisos tanto os eleitores que declaram ainda não ter optado por nenhum dos dois candidatos como aqueles que, embora digam que pendem para Lula, ainda admitem mudar sua opção até domingo.
Em público, integrantes do alto comando da campanha tucana o coordenador Sérgio Guerra (PE) e o presidente do PSDB Tasso Jereissati, por exemplo – dizem que a virada ainda é possível. Em privado, porém, reconhecem que a missão é praticamente impossível. Outros, como o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), já promovem o inventário dos erros às claras. A campanha tucana “errou o tom”, diz ele.
Só Alckmin ostenta, a essa altura, um discurso uniforme. O candidato verbaliza, diante dos microfones e entre quatro paredes, da mesma maneira o que lhe vai sob a calva. Acha que eleições só costumam se definir nas horas que antecedem o pleito. A despeito das pesquisas, julga-se competitivo. Estima que adensará o seu cesto de votos em São Paulo e no Rio, os dois maiores colégios eleitorais do país.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, a desvantagem de Alckmin em relação a Lula é de 21 pontos percentuais. Para equilibrar o jogo, Alckmin teria de reduzir essa diferença em pelo menos dez pontos. Considerando-se o histórico de abstenções das eleições brasileiras, isso equivale a pouco mais de 10 milhões de votos.
A cinco dias da eleição, o contingente de indecisos, informa o Datafolha, é de 3% do eleitorado. O percentual de eleitores que já escolheram um candidato, mas admitem mudar de opção, soma 8%. É esse naco do eleitorado que Alckmin deseja conquistar.
O candidato atribui grande importância ao último debate televisivo, marcado para a noite de sexta-feira, na TV Globo. Alckmin avalia que os eleitores ainda hesitantes irão assistir a esse último embate com atenção redobrada.
De novo, os aliados de Alckmin não exibem o mesmo otimismo do candidato. Acham que Alckmin saiu-se melhor do que Lula nos dois debates já realizados, na Bandeirantes e na Record. Mas isso não…
SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/.
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