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Observatório. “Excitando as massas para…”

A norma é o discurso
fácil, que conduz à
mais pura demagogia


Em fins do ano passado, a prefeitura decretou o fim do barulho e da panfletagem no centro da cidade. Nada mais fez, aliás, que sua obrigação: regulamentou artigos do Código de Posturas, aprovado pela Câmara há um tempão. As reclamações, lembra, cessaram. Ou quase: há, ainda, motoristas de caminhões de gás que, certamente à revelia dos proprietários, tocam a buzina de forma intermitente – o que também é proibido e pode levar a multa pesada. Já os panfleteiros que importunavam a população sumiram. E seus empregos não desapareceram: apenas mudou a forma de distribuição da propaganda.

Depois, outra resolução da prefeitura. Desta vez, seguindo não se sabe se a lei ou, o que é ainda melhor, apenas o bom senso, proibiu que se estacionasse em determinados locais e horários. Resultado: satisfação de quem vive, por exemplo, na avenida Fernando Ferrari, próximo ao shopping, ou nas proximidades da praça Saturnino de Brito.

Aqui não se trata de elogiar o Executivo – embora talvez fosse o caso. No entanto, de chamar a atenção para um fato: o poder público simplesmente fez o que lhe era devido. Isto é, regrou o que os vereadores tornaram lei. Nada além disso.

A coisa começa a se complicar, quando a prefeitura, de novo cumprindo a legislação (no caso, federal e municipal), proíbe a venda de “churrasquinhos” – de resto um atentado à saúde pública. E “piora” ainda mais ao decidir regulamentar, em acordo com o Código de Posturas, a venda de lanches rápidos em local público. E há de novo a choradeira de supostos desempregados – que não estão impedidos de trabalhar, apenas que não será como “Deus fez a mandioca”, mas com horário certo e atendendo aos reclamos do sossego público, para não dizer das leis.

Ou algum de vocês já passou de madrugada em um desses pontos de venda e encontrou todo mundo comendo quietinho? E a sujeira e fedentina que sobram toooodas as manhãs? Coisa linda, não? Agora, até crianças (ao melhor estilo do sempre criticado MST) são colocadas segurando cartazes, tudo em nome da manutenção da anarquia em que vira Santa Maria após à meia noite, ou mesmo antes. E isso se viu esta semana, na Câmara de Vereadores.

Aliás, um parênteses: um cidadão que mora próximo ao centro, vinculado formalmente a uma agremiação política, cobrou do vereador do partido uma posição favorável ao regramento das vans e dos traileres. E deixou bem claro ao edil: “você (no caso específico do local onde reside esse graduado militante) está ganhando apoio de 10, e perdendo o de 1,5 mil que pagam impostos e querem dormir à noite”. Pois é.

A questão toda é que boa parte dos vereadores – e eles estão aí, no noticiário, em busca do sucesso fácil e rápido, embora fugaz – praticam a mais gloriosa demagogia. Sem falar nos que são candidatos, agora ou mais adiante.

Para fechar, fique com a definição dada por Michaelis ao termo demagogia: “excitação das paixões populares em proveito político”. É isso, nada menos nem além disso.

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