BRASIL. Queda no número de nascimentos e maior expectativa de vida representam desafio econômico
POR MAIQUEL ROSAURO
Aumento da expectativa de vida e a maior quantidade de famílias sem filhos no Brasil projetam problemas econômicos no futuro. Confira na matéria do El Pais.
Queda de nascimentos no Brasil desafia o equilíbrio da economia
Casada há 12 anos, a psicóloga Aline Rosa, de 34 anos, jamais pensou em ter filhos. “Nunca tive um desejo naturalizado e sou contra essa ideia que a mulher só se sente completa quando engravida”, explica. Ela confessa que é bastante cobrada nos espaços pelos quais transita e que a pergunta “quando vocês vão ter um filho?” é recorrente entre familiares, amigos e colegas de trabalho. “As pessoas têm muita dificuldade de aceitar, mas reitero sempre que foi uma escolha dos dois e que a construímos sem culpa. Nunca tivemos essa vontade de ter um bebê”, afirma. Assim como Aline e o marido, um número cada vez maior de casais brasileiros compartilham essa decisão.
Segundo pesquisa do IBGE, a proporção de famílias formadas por casais sem filhos cresceu 33% no Brasil entre 2004 e 2013. Ao longo desse período, houve queda de 13,7% na proporção dos casais com filhos (de 50,9% para 43,9%). Já o número de casais sem herdeiros cresceu de 14,6% para 19,4%. Em 2013, uma em cada cinco casais brasileiros não tinha filhos, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2014. Especialistas alertam, no entanto, que a consolidação dessa configuração familiar reduzida aliada ao crescimento da esperança de vida significará, em um futuro próximo, menos profissionais jovens no mercado de trabalho, mais custos com aposentadorias e um risco de queda no crescimento econômico.
A tendência de queda no número da taxa de natalidade não é nova. O número de filhos por mulher vem se reduzindo desde a década de 1960, a exemplo do que ocorreu também em vários outros países. Se em 1970, as brasileiras tinham, em média, 5,8 filhos, hoje, esse número não chega a 2, taxa em que a população não se repõe. O número de nascimentos caiu 13,3% entre 2000 e 2012, quando a taxa de fecundidade foi de 1,77 filho por mulher, contra 2,29 em relação ao período anterior. Os motivos para essa diminuição são vários: maior escolarização, aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, uso maior de contraceptivo, entre outros.
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Por isto que países como França, Alemanha e Austrália incentivam os casais a terem filhos com subsídios. Brasil também, só que de uma maneira torta. Para variar.