Férias, lazer e afetividades – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa
Entre um Março cheio de compromissos profissionais e um Fevereiro de um estar em ócio criativo, sou favorável ao devaneio da razão! Dizem os desalmados que o Brasil só tem início após o carnaval. Que se dane os pragmáticos, dinheiristas e mal resolvidos com o desfrutar o sol, o Luar e um pulsar manso das estrelas num imenso descampado do pampa ou num paradisíaco litoral fluminense.
O que seria da vida bizarra e maquinal da formiga se não existisse o desapego e o canto lírico da autofágica cigarra. Como diz o ditado de senso comum: nem bem ao céu e nem bem a terra. Fiquemos no andar da carruagem da vida que boa, mansa, lenta e, essencialmente, bela. Estamos, Eu e Lu, desfrutando os prazeres da vida com os familiares na região dos lagos no Rio de Janeiro.
O balançar lento da rede contrasta com a cadência enlouquecida das ondas de um mar, literalmente, verde e cristalinamente transparente. Que seria de nossa imaginação se não existisse o desfrutar do amor de nossos familiares e algum canto paradisíaco nessa bela e magnânima vida cotidiana? Quem não viaja prende-se, que nem Sísifo, ao eterno sacrifício de estar carregando um fardo – vida a cima e vida a baixo -.
Que fazer com a alma e coração de quem não se dá o tempo para amar, viajar e, transloucadamente, brincar com as espumantes ondas do mar? Que seria da tez de minha bela Lu se não acontecesse, na vida, a brisa marinha? Que fazer entre um dia e outro se não somos capazes de ouvir na janela a harmonia e, o singular, cântico do multicromáticos passarinhos? O mar é assim, o fluir das águas é assim: deixa a gente feliz, leve e tranquilinho.
Viajar sempre deve ser um lugar que deves guardar em teu tempo e teu espaço existencial, pois tranquiliza e nos torna afável. No andar da carroça, diz o ditado de senso comum, as melancias se ajeitam. As melancias, da vida, não se ajeitam mais, pois nós é que temos que cuidar de cada cantinho que queremos acomodar nossos sonhos, desejos e projetos de futuro. Churrasco no litoral de Barra de São João. Lugar que nasceu Casemiro de Abreu.
Amores e reminiscências brotaram em nossas leves almas. Nenhuma falta de bicicleta e riquezas, na infância, derrotou nosso ser angustiado em busca de horizonte. A fartura da mesa, da Elizia e do Ataliba, nos vislumbrou um imenso horizonte. A Elizia e o Ataliba criaram imensas raizes em nossas singelas vidas, mas deram o afável exemplo para que seus pimpolhos criassem imensas asas. Hoje eu nado e mergulho nas letras e palavras para descrever o mundo e devo a determinação dos queridos, amados e amáveis anfitriões.
Ver as ondas do mar tocando meus pés e sentir os cristais de areia massageando minha alma, eu devo a esse mundo juvenil dos guris do “Bita” e da doutrinária Elizia. Que seria de nós se, na infância, tivéssemos uma mísera, bicicleta? Conheceria o mar e seria capaz, como poeta, de descortinar o amor? Devaneios e sublimações acontecem com quem foi educado para ter o, singular, prazer de desfrutá-lo! Fevereiro. Dias maravilhosos de carnaval.
O litoral continua com seu mar com um verde translúcido. O Gabriel via continuar um amado irmão e exímio anfitrião e o Odilomar delicadeza e amor fraterno. O Carlos um pastor de ovelhas e amante a moda antiga: esconde seu desejo de amar e sua fraternidade nas suas imensas entrelinhas. Obrigado as irmãs e cunhadas Zaida e Conceição que deram conteúdo a nossa forma de vida de visita. As mas línguas irão continuar dizendo que o Brasil só vai voltar a funcionar após o carnaval. Que se dane quem é pragmático e não ama os seus e, sua própria vida.
Aqui no litoral dos trabalhadores do Rio nós iremos cevar e cultivar a reminiscência de um amor fraterno e materno e continuaremos ovacionando a tranquilidade da vida que fizemos e alicerçamos em todos os nossos instantes. Fevereiro voltará e lá estaremos, nós, curtindo as férias e alimentando nossos amores e curtindo a topografia do espaço e alimentando novas afetividades. A vida é assim bela e harmoniosa como as férias e fluídica como o mar!
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