HUSM. Antes de morrer, senhora se despede de cão
POR MAIQUEL ROSAURO
Difícil não se emocinar com a matéria publicada no site do HUSM nesta quinta (12). Só quem possui animais de estimação entende a importância que um cão ou gato tem na vida de uma pessoa.
Senhora de 80 anos internada no HUSM se despede de cão antes de morrer
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=Ht7FbOc71FA[/youtube]Uma decisão inédita do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) permitiu a uma paciente de 80 anos – internada desde dezembro para tratamento paliativo de câncer – se despedir da sua cadelinha de estimação. O encontro das duas aconteceu na tarde do dia 5 de fevereiro. Quatro dias depois, a senhora morreu em casa, em internação domiciliar.
Mesmo com o quadro clínico debilitado, a paciente que chegou ao hospital pesando 27 quilos, tinha momentos de lucidez e conversava com a equipe médica e assistencial. Foi para a assistente social Jurema Martirena que ela revelou a falta que sentia da cadelinha poodle.
A Assistente social não teve dúvida – comovida com o pedido da paciente que era viúva e não tinha filhos – Jurema iniciou uma peregrinação para realizar o desejo da senhora, que entre outros pedidos já tinha revelado a vontade de comer paçoquinha e chocolate. Procurou a Gerência de Atenção à Saúde que, de pronto, acolheu o apelo e buscou os trâmites legais para promover o encontro.
– Viemos a um bom tempo priorizando o atendimento integral do nosso paciente. Esse pedido veio ao encontro do que também entendemos ser um atendimento humanizado. Por isso autorizamos a vinda da cadelinha – afirmou a enfermeira Soeli Guerra, Gerente de Atenção à Saúde.
O próximo passo foi buscar orientação junto a Comissão de Controle de Infecção Humana (CCIH), que autorizou a visita com alguns critérios. Entre eles, a paciente não poderia estar em isolamento nem com baixa imunidade. O local deveria ser um espaço que não fosse nem de enfermaria nem de farmácia. Além disso, o animal tinha que estar com a carteira de vacinação em dia.
Pink se preparou para rever sua companheira. Realizou banho e tosa e, pontualmente, às 13h30min compareceu – acompanhada do afilhado da paciente e sua família. O encontro ocorrido no pátio interno do HUSM durou cerca de 15 minutos e levou todos às lágrimas.
A paciente que ficou sabendo da visita pouco tempo antes teve – ao ver o animal – uma melhora inesperada. Ela havia passado os últimos dias quieta, sonolenta, mas bastou ouvir o primeiro latido para seus olhos azuis se arregalarem e ela fazer menção de levantar da cama. A senhora fez questão de abraçar e dar um beijo na cadelinha.
– Valeu a pena ver a alegria dela, mesmo que por alguns minutos. Essa experiência me enriqueceu como pessoa e provou que o Serviço Social não é apenas trazer garantias aos diretos do paciente. Uma escuta atenta pode proporcionar um trabalho mais humanizado, com mais afeto e trazer mais tranquilidade ao paciente – afirma Jurema.
De volta ao quarto, a paciente chegou a mencionar que havia se esquecido de dar carne ao animalzinho. Depois, não tocou mais no assunto. Na última segunda-feira (9) foi para casa com acompanhamento da internação domiciliar. Alguns minutos depois de a equipe multidisciplinar deixar o local, a senhora reuniu a família para uma despedida comovente. Entre pedidos de perdão e apertos de mão, após um grande suspiro, ela partiu deixando a certeza para todos familiares de dever cumprido.
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Que belo exemplo humanitário e de um profissionalismo emocionante que só poderia ter nascido de quem estudou para cuidar de pessoas, pacientes. parabéns a enfermeira que teve a sensibilidade necessária para que esse fato ocorresse. Tenho orgulho de ter um filho e nora enfermeiros.