LAVA JATO. E o (ex?) Estado mais politizado do País contribui com maior número de investigados pelo STF
Vai longe o tempo em que o Rio Grande do Sul e sua gente se consideravam os mais politizados do País. Em que o que se dizia e fazia por aqui era diferente do praticado no restante do território nacional. Há bons motivos para esse orgulho, no passado. A Campanha da Legalidade, por exemplo, defendeu a democracia e impediu (ou pelo menos adiou) um golpe naquele inícinho dos anos 60.
Há outros, todos do tempo da ditadura. A Assembleia Legislativa, por exemplo, se recusou a dar respaldo político ao indicado pelo regime autoritário. Que, para bancar seu próprio governador, teve que cassar os direitos politicos de um punhado de deputados. Pooois é.
Hoje, vamos combinar, se há politização ela é tão rasa quanto a do país inteiro. Inclusive num ranking tenebroso, o da corrupção. Afinal, o Rio Grande do Sul conseguiu, na sexta-feira, o primeiro lugar entre os Estados, no número de politicos a ser investigados pelo Supremo, na operação Lava Jato. Os números estão aí, no material publicado originalmente pelo jornal eletrônico Sul21. O texto é de Marco Weissheimer, com foto da Agência Câmara de Notícias. Acompanhe, na íntegra:
“Rio Grande do Sul lidera ranking de políticos investigados na Lava-Jato
O Rio Grande do Sul lidera o ranking de políticos citados na Operação Lava-Jato, conforme lista divulgada na noite desta sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, seis políticos gaúchos foram citados, todos eles deputados federais do Partido Progressista (PP). Entre eles, Luiz Carlos Heinze, que foi o deputado federal mais votado no Estado nas eleições de 2014, recebendo mais de 160 mil votos. Heinze ficou notícia nacional ao aparecer em um vídeo de uma audiência pública no interior do Rio Grande do Sul dizendo que quilombolas, índios, gays e lésbicas são “tudo que não presta”.
Os parlamentares gaúchos que colocaram o RS no topo do ranking da Lava Jato são:
José Otávio Germano
Luiz Carlos Heinze
Jerônimo Goergen
José Afonso Hamm
Renato Mölling
Vilson Covatti
O ranking de políticos investigados, por Estado, é o seguinte:
Rio Grande do Sul – 6
Alagoas, São Paulo e Pernambuco – 4 (cada)
Rio de Janeiro, Paraná e Maranhão – 3 (cada)
Minas Gerais, Goiás, Rondônia e Ceará – 2 (cada)
Paraíba, Piauí, Acre, Tocantins, Santa Catarina, Mato Grosso, Roraima, Mato Grosso do Sul – 1 (cada)”
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Comparação meio prematura. Constam da lista pessoas contra quem só existe um depoimento de um sujeito que está preso. E pessoas que já existem indícios, depósitos bancários, etc.
Também há que se levar em conta que não são os únicos inquéritos que existem contra parlamentares. Deve haver mais de 100 no STF, por motivos diversos. Parlamento brasileiro acho que só perde para o italiano.