OPINIÃO. A “Direita Miami, golpe e terceiro turno”, a visão de um jornalista sobre o evento da domingueira
“…Nem o fato de que Dilma está fazendo a política dos ricos, que ganharam muito dinheiro com Lula e ela no governo, acalma a Direita Miami. Ganharam dinheiro, mas tiveram de suportar Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, política de cotas, plebe andando de avião e comprando carro, pobre na universidade, uma montanha de coisas inadmissíveis e contrárias ao bom gosto. Sem contar que jamais esqueceram a raiva que sentiram quando um torneiro mecânico de pouca formação escolar governou melhor que o doutor FHC, o catedrático que mais sucateou as universidades públicas brasileiras. Não vamos tapar o sol com a peneira: é terceiro turno, sim…”
Bem, melhor mesmo é conferir todo o texto, seja para concordar ou… Leia você mesmo o que escreveu o jornalista, escritor e professor Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo, a seguir:
“Direita Miami, golpe e terceiro turno
Tudo é verdade. O contrário também. Ou não seria tudo.
O PT reincidiu. Voltou à cena do crime. Fez, na Petrobras, o mensalão dois. Levou junto os parceiros de sempre: PP e PMDB. Aplicou um golpe, como no mensalão, começado antes. O delator Pedro Barusco disse que tudo iniciou na era FHC. A oposição quer particularizar o velho roubo para que só o PT seja pego. O PT quer universalizar para que todos sejam absolvidos na base do “se todos são, ninguém”.
A verdade é que a oposição, liderada pelos tucanos, está apostando no terceiro turno eleitoral. Perdeu, mas não se conformou, nem mesmo com Dilma virando a mesa e escolhendo um tucano para ministro da Fazenda.
O ódio ideológico da “elite branca”, até o ex-tucano Bresser Pereira se deu conta disso, ao PT é tão grande que a oposição não quer mandar no país tendo Dilma como mera rainha da Inglaterra. Quer vê-la no papel de Maria Antonieta. Sem cabeça. De nada adiantou o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, ex-guerrilheiro comunista, dizer que prefere ver o governo sangrar durante quatro anos. A direita Miami e a mídia lacerdinha querem todo o sangue agora. A corrupção como sempre, foi assim em 1964 e em 1954, é só um pretexto. O empresário Ricardo Semler já tinha desmontado essa fábula de que nunca se roubou tanto quanto agora. Sempre se roubou mundos e fundos. Bresser foi direto ao ponto: tudo isso é desprezo pelos pobres em pequena ascensão.
Nem o fato de que Dilma está fazendo a política dos ricos, que ganharam muito dinheiro com Lula e ela no governo, acalma a Direita Miami. Ganharam dinheiro, mas tiveram de suportar Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, política de cotas, plebe andando de avião e comprando carro, pobre na universidade, uma montanha de coisas inadmissíveis e contrárias ao bom gosto. Sem contar que jamais esqueceram a raiva que sentiram quando um torneiro mecânico de pouca formação escolar governou melhor que o doutor FHC, o catedrático que mais sucateou as universidades públicas brasileiras. Não vamos tapar o sol com a peneira: é terceiro turno, sim. É luta de classes também. Ideologia contra ideologia atiçada por quem adora falar que não existem mais ideologias. É direita contra esquerda mesmo que o PT como esquerda seja só um arremedo de esquerda. A direita é direita com tudo o que tem direito e quer retomar o seu trono secular.
Alguém poderia explicar por que a direita não está pedindo a saída dos presidentes da Câmara e do Senado?
A corrupção do PMDB não interessa. Nem a do PP. Muito menos a do PSDB. Assim como não interessam e foram esquecidos os casos de corrupção tucanas do metrô de São Paulo e de Furnas (tem lista) em Minas Gerais. A mídia lacerdinha também não esquenta com a lista de dinheiro da direita Miami guardado no exterior em contas no HSBC. A falência do governo tucano do Paraná tampouco dá muitas manchetes. É questão partidária, sim. Só que o PT fez por merecer o seu inferno, mas não, por enquanto, o impeachment da presidente Dilma. Não é por virtude que a direita Miami sairá às ruas e baterá panelas teflon. É por ressentimento. Golpe na veia. Venezuelização pela direita. Retorno ao lacerdismo…”
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Não diz nada com nada. É mais uma estratégia de fugir da realidade que o Brasil se tornou um país de classe média sem identidade politica clara, ou melhor avessa à política.
Esse é um problema para se pensar com os olhos no futuro. Acusar FHC, enaltecer os feitos do Governo Lula, não resolverá os problemas do governo Dilma – um governo com retórica de esquerda (dos anos 60) e não reformista.
Tratou sua faixa principal de eleitores dos anos 90 (a classe média) com base no estimulo ao consumo e nada. Agora que o consumo estreitou, porque ser leal ao governo??? Afinal, até os que receberam o "bolsa BNDES" estão fazendo "panelaço".
A vítima disso tudo, são os de sempre: trabalhadores e os beneficiados em programa sociais.
Mas é um texto que agrada a militância que vive de chavões. O PT já teve intelectuais e defensores mais qualificados.
Doutor em sociologia da cultura pela Universidade de Paris V. "Os anjos da perdição: futuro e presente na cultura brasileira".
Texto? Deixa pra lá, não vale a pena.