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Veja degradada. O contraponto. Tem gente desconfiando de Nassif. E da revista

Já chegou ao 16º capítulo a série de artigos-reportagens que compõem o “Dossiê Veja”. Nele, Luis Nassif, um dos grandes nomes do jornalismo nacional, mostra como a maior revista do país se transformou em qualquer coisa parecida com lixo editorial. Com manipulação das informações (quando não a própria invenção), para atender a interesses que não o do leitor. Quem sabe dos seus dirigentes, ou da própria empresa que a edita.

 

Pois, agora, o Congresso em Foco está publicando um artigo, assinado pelo escritor Marcelo Mirisola (que, sem demérito, pelo menos pra mim é desconhecido – o que, porém, não o desqualifica). No texto, Mirisola coloca algumas caraminholas, inclusive analisando um dos integrantes mais notórios do grupo editorial de Veja, o colunista e blogueiro Reinaldo Azevedo.

 

Até porque o contraditório sempre é interessante, vale a pena saber o que diz o escritor. Não precisa concordar, nem discordar. Mas respeitar é importante. Quem quiser conferir, basta ler o texto que segue:

 

“Grande circo místico

 

Teve uma época em que eu acompanhava o blogue de Reinaldo Azevedo com mais interesse. O homem enfrentava os adversários com argumentos incisivos, e uma boa dose de sarcasmo e humor. Jamais refugava. Gosto disso. No episódio em que tive minhas palavras mutiladas por Paulo Markun, no programa Roda-Viva, Azevedo abriu seu blogue para que eu pudesse contar minha versão dos fatos. Decente. A mesma versão que publiquei no site Observatório da Imprensa e no Jornal de Debates. Uma pena que a coisa mudou. Não que eu tenha perdido completamente o interesse: o blogueiro continua ferino e sarcástico, e sempre é garantia de bom entretenimento… mas já não consigo levá-lo a sério, não como antes.

 

Tudo começou com a foto dele. Pensei: esse cara sabe calcular; ele sabe que os seus desafetos ficarão entorpecidos diante de sua figura: Reinaldo Azevedo – não dá para negar – alimenta um tipo asqueroso, carnívoro. Parece que se diverte. Que sorri para dentro. Para mim foi fácil associá-lo à figura da harpia. Ou melhor: previsível.

 

A previsibilidade, aliás, é um tributo que os homens entrincheirados pagam para os inimigos na justa proporção das diferenças que cultivam. No caso de Azevedo há humor, sagacidade, alto poder de destruição, porém jamais surpresa: os movimentos dele são sempre os mesmos, de certa forma, Azevedo é um alvo fácil – porque sabemos quem ele é.

 

Voltando à harpia. Reinaldo Azevedo meio que personifica, à guisa desse ser mitológico, as tempestades e a morte. Vejam só: a harpia era encarregada de raptar os seres humanos para oferecê-los ao Deus do Inferno (qualquer semelhança com o mundo virtual não é mera coincidência). Homero descreve esse “ser” na forma de uma sereia-harpia.

 

Reinaldo Azevedo é uma sereia que foi engendrada a partir da cabeça. Uma sereia lógica (às avessas)… como se isso fosse possível. Seduz pelo que tem de repugnante: um ar clerical mezzo hepático, mezzo ap. de 3 dorms. na Riviera de São Lourenço.

 

Eis que surge o “Tiozinho do Chapéu”.

 

Ele soube delimitar um território. E eu tiro o meu chapéu para qualquer um que saiba delimitar territórios. Isso pressupõe uma voz, um lugar (ou a simulação de uma voz… de um lugar). Tanto faz. No caso de Azevedo, o que conta – para o bem ou para o mal – é que estabeleceu uma trincheira destoante (embora previsível). Isso não é nada pouco se levarmos em conta a época bundona em que vivemos. Reinaldo Azevedo poderia ter optado por um distanciamento CDF metido a elegante, do tipo Daniel Piza, ele afinal tem ideologia e verniz para isso. Mas não! Em vez de ser um prosaico coxinha, optou pelo confronto direto. Não dá para negar que Reinaldo Azevedo é um estrategista: o Tiozinho do chapéu.

 

O problema é que surgiu uma pedra no caminho de Azevedo, cujo nome é bastante conhecido de todos, trata-se do jornalista Luis Nassif, o antípoda.

 

Se eu dissesse, aqui, que Reinaldo Azevedo o batizou de “ratazana” estaria correndo um sério risco de ser desautorizado, e até processado. Eis a questão. Por causa desse entrave, o que antes era um jogo de inteligência, acabou virando futrica, troca de recados. De ambos os lados.

 

Nassif publicou em seu blogue uma série de textos intrigantes, “O Caso Veja”: entre uma e outra notícia do mundo do samba (que eu dispenso) ele relata o suposto modus operandi de uma suposta “máfia de jornalistas” que tomou de assalto a redação da revista de maior circulação do país, a Veja.

 

Dizer que Nassif “desmonta” essa estrutura seria tomar partido de Nassif, coisa que eu sinceramente gostaria de fazer. Eu juro por Deus, queria tomar partido. Mas para isso precisaria que os lados em questão fossem francos, e que também tomassem partido. Como posso confiar num cara que manda recadinhos herméticos para o jornal em que trabalhava na forma de peidos de elefante? Pra começo de conversa: queria saber por que…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo “Grande circo místico”, de Marcelo Mirisola, no Congresso em Foco.

Leia aqui a íntegra do texto “O método Veja de Jornalismo”. No mesmo endereço você encontra todos os outros 15 capítulos do “Dossiê Veja”, já escritos por Luis Nassif.

E confira também, neste link, o blog de Reinaldo Azevedo, da revista Veja.

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